Capítulo 93

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— Tem certeza que estou bem? — Encarei Micael que sorriu, antes de me dar um beijo rápido.

Fazia tempo que não estava mais ali, em frente à porta de sua mãe. A última vez foi quando tudo aconteceu, e depois, nunca mais voltei.

— Oi, mãe! — Micael sorriu, tinha o bebê conforto rosa com desenhos nas mãos. Kate estava dentro, lambendo o mordedor.

— Olá, queridos! — Antônia sorriu, estava animada ao ver Kate ali, pertinho da mesma. — Entrem. Como você está, Sophia? — Segurou em minhas mãos, me abraçando.

— Estou ótima! E a senhora? — Sorrimos.

— Estou muito bem! Eu pedi a Micael que lhe trouxesse, gostaria de conhecer a minha neta, não é mesmo? — Assenti, toda boba.

Entramos e pude ver que ela não mudou muita coisa desde que vim aqui, Micael deixou o bebê conforto em cima do sofá, tirando Kate de lá. Ela estava quietinha e agora desistiu de brincar com o mordedor.

— Oh meu Deus! — Antônia teve Kate nos braços, sorrindo à neta. — Como você é linda, pequena Kate. Uma princesa. — Estava boba ao vê-la. Micael e eu riamos leve.

Até que Antônia começou a chorar.

— Mãe? — Micael queria rir. — Por que está chorando?

— Porque... O seu pai iria amar ver Kate. Ele sempre dizia. — Secou as lágrimas. — Que gostaria de ver os netos, principalmente os de Micael.

— Mãe! Eu sei que ele está feliz. — Sorriu. — Ele está bem feliz.

— É, eu sei. — Respirou fundo. — Chega de chorar, não é mesmo? — Sorriu enquanto secava suas lágrimas.

Antônia tinha preparado um almoço especial para conhecer Kate, de fato, eu estava feliz em ser bem recebida na casa dos Borges, com tudo isso acontecendo.

— Então Sophia, o que você está fazendo enquanto Micael vive no lado escuro da força? — Brincou. Estávamos almoçando na segunda sala de jantar que havia em sua casa.

— Eu cuido da Kate e... Tento não enlouquecer. — Congelei meu sorriso. — Não que Kate seja uma loucura mas, a senhora sabe, com tudo acontecendo. — Gesticulei.

— Eu entendo! — Pausou. — Pensei que Kate tinha alguma babá.

— Mãe, nem adianta falar sobre isso. Eu já discuti milhares de vezes. — Micael terminou de mastigar. — Sophia não quer uma babá!

— Não é isso. — Cerrei meus olhos. — Acho que Kate é muito nova pra ter uma babá, eu estou em casa, posso muito bem cuidar dela sozinha. — Expliquei. — Micael distorce tudo às vezes.

— O Micael é um cabeça de vento, eu nem ligo mais. — Riu leve enquanto encarava o filho. — Fiquei feliz por vocês dois, espero que esse momento dele acabe e... Enfim. — Não queria aprofundar no assunto. — Quer mais vinho, querido?

— Não, mãe! Eu estou bem.

— Sophia? — Me ofereceu.

Eu adoraria tomar aquele vinho importado da Itália, meus lábios saciavam pelo gosto mas por enquanto ainda não podia, nenhuma gota! Kate não havia desmamado ainda, um saco infernal.

— Eu não posso.

— Ainda está amamentando? Que maravilha! — Antônia se empolgou. — Sabe, Micael desmamou muito cedo, igualzinho Lidiane.

— Kate ainda não teve a graça de fazer isso, ela adora mamar. — Igual ao pai dela.

— Vocês querem ter mais um? — A pergunta mais retórica do almoço inteiro.

Alguém tinha que tirar o vinho da senhora Borges, urgente.

— Mãe! A Kate acabou de nascer. — Micael respondeu, incrédulo. — Não pensamos nisso agora. Ou pensamos? — Me encarou, arqueando uma sobrancelha.

— Isso seria loucura se acontecesse. — Respondi, um pouco sem graça. — É que, evitamos ao máximo. — Assenti, mexendo em meus cabelos, amenizando o clima.

Eu estava com vergonha da minha própria sogra?

— Só tome cuidado, por favor! — Segurou em minhas mãos. — Você ainda está amamentando, de uma gravidez para outra é um pulo. — Estalou os dedos.

Eu não tinha a mínima ideia disso, ainda mais eu que estava totalmente diferente desde que Micael mudou-se para Nova Iorque de novo.

Enquanto ele embolava uma conversa com sua mãe, eu tentei amenizar o meu hormônio incansável de algum jeito. Já tinha passado a mão em minha nuca quente seis vezes, sem que os dois percebessem. Minhas pernas cruzavam e descruzavam, impacientes. E eu, estava desejando Micael enquanto conversava e ria gostosamente de assuntos que eu não estava prestando a atenção. Ele tinha voltado absurdamente gostoso, estava mais másculo, o cheiro do seu perfume me acendia por inteiro... E pra terminar: Tínhamos transado na noite passada mas eu estava querendo outra vez, ali mesmo, se fosse possível.

— Como está sua mãe, Sophia? — Sai do transe encarando Antônia.

— Deve estar bem. — Dei de ombros. — Não nos falamos mais.

— Ah, eu não sabia. Me desculpe!

— Acontece em todas as famílias. — Bebi meu suco, me calando. Eu estava me saindo muito chata naquele almoço, tinha que mudar o meu humor imediatamente. — Lidiane está bem?

Tinha começado com uma pergunta péssima. 

— Está sim! — Antônia deu meio sorriso. — Ela sempre pergunta de Micael, você deve fazer uma visita à ela, inclusive. — Encarou o filho que havia ficado quieto.

— Preciso mesmo. — Silabou, em transe, focado na mesa de madeira.

O almoço tinha acabado! Depois de horas jogando conversa fora tínhamos terminado tudo. E resolvemos ir embora, afinal, Micael ainda tinha que voltar para a casa de Rayana.

No meio do caminho ajustei Kate que dormia em meus braços, sei que era errado levá-la em meu colo enquanto estava no banco do passageiro ao lado mas ela não estava parando firme no bebê conforto, seu sono estava demais.

Coloquei ela no berço quando chegamos no apartamento, Micael subiu um tempo depois, retirando sua camisa de botões em azul escuro.

— Micael? — Entrei em meu quarto.

— Sim? — Retirava os sapatos.

— Posso te fazer uma pergunta? — Entrei no closet buscando minha toalha.

— Já fez, mas claro que pode. — Brincou.

— Quantas meninas você já levou em Motel? — Sai do closet tateando o zíper do meu vestido soltinho, que ficava nas costas.

Micael arregalou os olhos, uma pergunta retórica até demais. Eu estava fora de mim!

— O que? — Riu leve. — Por que quer saber disso?

— Porque eu gostaria de saber. — Abaixei o zíper.

— Hum. — Pensou. — Levei muitas. — Entrou comigo na suíte.

— Muitas? — Passei o vestido pelo meu quadril, ficando apenas de trajes íntimos.

— Muitas. — Me encarou pelo espelho. — Você nunca foi?

— Eu era virgem, esqueceu? — Abri o fecho do meu sutiã, liberando meus seios. — Mas eu gostaria de ir. — Me virei, o encarando.

— O que deu em você? — Achou graça.

— Não sei, eu só quero... Você todo. — Cheguei mais perto iniciando um beijo violento, eu estava fora de mim, e Micael, adorando cada detalhe dessa mudança de humor.

Young and the Restless - Jovens e Inquietos Onde histórias criam vida. Descubra agora