Capítulo 22

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— Como é? — Encarei Micael sem ter reação.

— O apartamento é seu! Eu passei pro seu nome. — Explicou. — Quero que more aqui, isto é seu.

— Meu? — Ri, sem acreditar. — Para com isso.

— Tô com cara de quem tá brincando?

— Isso é estranho demais, eu, ter um... Apartamento. — Respirei fundo. — Você é dono disso aqui?

— Minha irmã e eu temos um apartamento. Esse é o meu, ninguém sabe onde fica. — Andou pelo local. — Achei que seria seguro você morar aqui, até o bebê nascer. E depois... Podemos ver outra coisa, quando eu terminar a faculdade.

— Isso vai demorar alguns anos.

— Não muito. — Colocou as mãos no bolso da calça. — Você não gostou?

Droga! Eu tinha amado aquele lugar, mas, não poderia ficar. Eu me sentia uma intrusa em um apartamento de milionário.

— Eu não posso ficar aqui! — Cerrei os olhos.

— Por que não?

— Minha mãe vai me matar, eu não posso aceitar isso. E se alguém chegar aqui e me ver?

— Sophia, ninguém conhece aqui. — Disse firme. — Eu comprei com o meu dinheiro, esse lugar agora é seu.

Eu ia desmaiar de emoção.

Tinha ganhado um apartamento luxuoso, em um condomínio luxuoso, com gente luxuosa.

— Você quer ficar sozinha ou... Empregadas? — Micael me olhou.

— Não use o termo empregadas, é feio. — Andei até a cozinha, que era maior que a minha casa toda. — Eu posso ficar aqui, sozinha.

— Sozinha? — Ele não tinha gostado. — Melhor não. — Torceu o nariz. — Gonzales é uma ótima... Ajudante. Foi minha babá, na época. — Coçou a nuca, nervoso. — Você pode ficar aqui, com ela. Que tal?

— Pra ela contar que eu estou grávida à sua família? Nem pensar. — Neguei. — Eu posso me virar sozinha.

— Ah, é? Sozinha? — Cruzou os braços. — E se você passar mal? Cair e bater a cabeça? Quem vai te ajudar?

— Micael. — Segurei o riso. — Eu posso ficar sozinha aqui, ou, chamar a minha mãe.

Ele ficou em silêncio.

— Eu não quero a sua mãe aqui.

Na lata!

— Oi? Ela é a minha mãe. — Achei o cúmulo.

Sabia que minha mãe não era esse amor todo, mas, proibir eu de ver ela era a pior coisa do mundo! Ele não tinha o direito de fazer aquilo.

— Justamente. — Suspirou. — Ela vai ficar nas suas costas, assim como fez com o cheque. — Explicou. — Se quiser que ela venha aqui, aí é opcional.

Opcional? Eu tinha que escolher então?

— Não vamos brigar por isso, por enquanto. — Cerrei os olhos. — Me mostre o apartamento, preciso conhecer. — Disse meio sem graça.

Eu estava super desconfortável naquela situação. Parecia que eu havia ganhado algo que não era meu, literalmente.

Subimos uma infinita escada que pareceu me matar, se fosse meses atrás aquilo não me mataria nem um pouco. Parei em um corredor grande com quadros que foram comprados em vernissages caríssimas. Dois banheiros, cinco quartos, um escritório... Tinha espaço pra caramba naquele lugar.

Young and the Restless - Jovens e Inquietos Onde histórias criam vida. Descubra agora