Capítulo 70

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Faculdade. Um lugar tão diferente e ao mesmo tempo tedioso de se ir, como se fosse algum colégio privilegiado. Era para poucos!

Micael pensava nisso quando colocou os pés na universidade lotada, andou em um corredor cheio de calouros e veteranos de sua turma, estava sumido das aulas presenciais. Seu rostinho fizeram as meninas gritar de tesão, como putinhas safadas na procura de um menino bonito.

Ele não tinha mais paciência pra nada.

— Oi, gostoso! — Uma menina apareceu. Sentou-se ao seu lado, na aula de laboratório. Era uma loira oxigenada, tinha os seios de puro silicone e uma cara extremamente harmonizada. Era óbvio que tudo em seu corpo era montado, saído de uma sala de cirurgia plástica para os homens poderem comê-la depois, achando que tudo era natural. — Por que você sumiu? — Fez cachos com os dedos, enquanto mexia nos cabelos.

— É da sua conta? — Micael encarou ela, cansado.

— Adoro garoto grosso. — Umedeceu os lábios.

— Que pena, eu não sou um deles.

— Quero ver!

— Eu tenho namorada. — Estava sem paciência.

— Não tenho ciúme. — A loira gargalhou. — Sua namorada deve ter um fôlego pra aguentar você. Muita areia pro caminhãozinho dela. — Estava sensualizando à Micael.

— Ela tem muito veneno também. — Soltou.

— Vamos sair? A gente pode... Distrair um pouco. — Deu em cima, chegando mais perto.

— O branquelo de camiseta polo tá doido pra comer você, se me permite te tratar desse jeito. — Respondeu, respirando fundo. — Por que você não vai até ele e... Quem sabe. — Mexeu os ombros. — O olhar dele de macho não nega. Ele quer você! — Apontou ao garoto que ria com outros amigos.

A loira fechou o rosto, saindo de perto do mesmo, deixando Micael em paz. Era só isso que ele queria!

Mas estava sendo difícil naquele dia.

— Enchendo muito o seu saco, Borges? — Uma morena apareceu. Era lindíssima! Um corpo escultural de dar inveja, e o sorriso? Nem se contava. Sentou-se do outro lado de Micael, abrindo seu material.

— Parece que o mundo acordou pra encher o meu saco. — Ela riu. — Conheço você? — Apoiou a cabeça nas mãos.

— Melanie mas pode me chamar de Mel. — Deu a mão, cumprimentando. — E eu já conheço você, não precisa se apresentar.

— Autêntica. — Ela riu novamente. — Tá gostando do curso? — Quis ser simpático. Havia gostado de Melanie.

— Hum. — Pensou. — Um pouco! Mexer em morto não é o meu forte.

Tirou uma risada gostosa de Micael.

— E por que escolheu a medicina?

— Minha mãe. — Respondeu. — O sonho dela era ser médica mas não pôde realizar.

— Problemas financeiros? Acredito que não!

— Ela morreu junto com o meu pai, em um acidente. — Explicou. — Desde então eu fiquei morando com a minha tia, ela paga a mensalidade da faculdade. Essas coisas. — Deu de ombros.

— Eu não sabia, me desculpe.

— Não precisa se desculpar. Você não vê o futuro. — Encarou o caderno com diversas matérias escritas. — Você é de Seattle?

Young and the Restless - Jovens e Inquietos Onde histórias criam vida. Descubra agora