Capítulo 109

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Micael estava atencioso enquanto auxiliava a cirurgia de um rapaz, aquilo lhe deu sono mas ele precisava aprender. Saiu do centro cirúrgico e buscou suas coisas, livrou-se das vestes descartáveis e fechou o armário onde guardava seus materiais.

— Quem é vivo sempre aparece. — Conhecia aquela voz.

— Você? Aqui? — Micael riu leve. — O que está fazendo aqui? Maluca!

— Eu sou mais maluca do que você. — Piscou rápida. — Pensou que iria se livrar de mim.

— Eu pensei. Realmente. — Assentiu enquanto ria. — Senti sua falta, Mel.

— Eu também. — Caminharam juntos. — Pensei que nunca mais iria te ver.

— As vezes eu me pergunto o mesmo. — Deu de ombros.

— Como que anda a vida?

— Sinceramente? Um porre. — Arqueou uma sobrancelha. — Mas e você? Parou aqui de paraquedas?

— Na verdade eu pedi uma transferência. — Murchou os lábios. — Estou saindo com um cara, encontrei no aplicativo de namoro.

— Sério? — Micael riu leve. — Que bacana! Quer dizer... Muito legal, você merece ser feliz.

— Qual foi, Borges? Você está se saindo um péssimo conselheiro. — Foi sua vez de rir.

— Eu sou um péssimo conselheiro. — Pausou. — Está livre?

— Graças a Deus, eu não aguento mais esse lugar. — Saíram do hospital, juntos. — Quer beber comigo? Prometo que não irei fazer nada. — Rendeu as mãos enquanto Micael ria.

— Eu tô de boa. — Procurou sua IX35 com o olhar, estavam no estacionamento do hospital. — Preciso resolver algumas coisas.

— Não fuja de mim, eu ainda quero conhecer a sua família. — Apontou ao mesmo, brincando. — Sua mãe, seu irmã...

— Minha irmã faleceu recentemente, Mel.

— Cacete! — Ficou chocada. — Eu não sabia Borges, me desculpa. — O abraçou. — Ficamos distantes demais, eu não tive nenhuma notícia.

— Tudo bem. — Suspirou. — A vida tem dessas, é super normal. — Balançou a cabeça. — A gente se vê amanhã.

— Até mais, Borges. Cuidado! — Despediu-se do mesmo indo até o seu carro.

Micael estava cansado quando entrou no carro, trancando a porta e verificando o painel do veículo. Colocou a chave no contato e saiu, indo até o nosso apartamento. Guardou a IX35 na garagem e subiu, tinha a face abatida pelo cansaço.

Imagine quando se tornasse um médico sucedido.

— Amor? — Me chamou enquanto passava pela porta. — Amor?

— Oi amor. — Apareci na sala. — Como você está? — Beijei o mesmo rapidamente.

— Estou cansado, aquilo está me matando. — Tirou seu tênis, junto com a camiseta. Jogou-se no sofá. — Onde está a princesinha?

— Onde você acha? — Me sentei com ele, deitando em seu peito.

Ele riu leve.

— Amor, por que não toma um banho de banheira? Você precisa relaxar. — Sorri enquanto acalmava seus ânimos, fazendo uma leve massagem em sua perna.

Young and the Restless - Jovens e Inquietos Onde histórias criam vida. Descubra agora