Young and the Restless - Jovens e Inquietos

Capítulo 17

— Eu comprei verduras fresquinhas. — Minha mãe estava animada, na verdade, ela estava abafando o caso de ter chegado e nos atrapalhado.

Ela demorou demais, o que daria tempo pra uma transa casual, sem problemas. Nós que demoramos para chegar até lá.

— Cenoura, alface, batata e tomate. — Micael tirou da sacola. — Muito bem, Branca! Sophia precisa comer.

— Eu sei que eu preciso. — Revirei os olhos.

— Mas parece que não sabe. — Minha mãe pegou uma panela, entregou à Micael. — Descasque as batatas, por favor. — Ele assentiu. — E você. — Apontou para mim. — Pique os tomatinhos em cubo.

— Por que eu? — Fiz manha. Odiava cortar coisas em cubo. — O tomate vai ficar desproporcional.

Micael riu.

— Deixa eu te ajudar. — Micael largou a panela, tinha uma tábua pequena nas mãos e uma faca com corte bom. — Você coloca o tomate assim. — Lavou o tomate antes de me entregar, o cortou em cruz. — Pegue a faca com essa mão, essa você segura o tomate. — Foi me ajudando.

Agora eu queria cortar tomates o tempo todo.

Ele era ágil e habilidoso, não era possível que aquele homem existisse mesmo. Quase um médico, era inteligente e ainda por cima sabia cozinhar.

Eu estava no céu!

— Viu só? Não é difícil. — Sorriu enquanto me deixava, deu atenção nas batatas. — O que vai sair de almoço, Branca? 

— Vou fazer um refogado e um escondidinho de frango. — Me alegrei. — Para Sophia, irei fazer uma sopa.

O QUE?

— Como é? — Queria me alterar.

Minha mãe estava mudando toda a minha alimentação.

— Sopa! Saudável e sem nenhum tipo de gordura.

— Frango é saudável.

— Não no escondidinho. — Estava boquiaberta. — E não adianta fazer cara feia, você vai comer sim!

— Mãe! Eu comi sopa semana passada, eu não aguento mais comer sopa no almoço. Eu preciso comer! Comer de verdade.

— Calma, calma, calma, calma. — Micael entrou no meio. — Termine o escondidinho que eu vou fazer um almoço à Sophia. — Alertou minha mãe que deu de ombros.

Aquele homem não existia mesmo.

— Vai fazer sopa também? — Me emburrei como uma criancinha. Cruzei os braços.

— Souflé de cenoura com tomate. Que tal? Um pouco de arroz e alguns milhos. Pode ser? — Sorri. Micael só podia ter nascido em outro planeta!

Por um lado minha mãe havia perdido, Micael me poupou de comer sopa de novo no almoço, ninguém merece! O observei bem enquanto preparava os ingredientes do souflé que sairia. Ele era um tremendo cozinheiro, sabia de tudo!

Por fim estávamos almoçando, eu nunca devorei algo tão bom na minha vida do que aquele souflé. Parecia desmanchar na boca de tão gostoso que estava, e o melhor, ele havia feito em moderação, nada que exagerasse em massa. Com ingredientes e proteínas que eu podia comer.