Young and the Restless - Jovens e Inquietos

Capítulo 117

— Seus exames estão certíssimos. O transvaginal deu negativo. Esses testes de farmácia não são confiáveis! — Minha ginecologista avisou.

Eu estava acompanhada de Micael em uma consulta emergencial, ele havia surtado quando viu o teste positivo. Fomos obrigados a estar aqui!

— E quando ela pode fazer a colocação do DIU, doutora? — Micael perguntou, atencioso.

— Quando estiver pronta! — Sorriu pra mim. — Eu aconselho você vir no dia que estiver menstruada, o colo do seu útero vai estar... Digamos que, fofo! Assim você não sentirá dor, mas antes iremos anestesiar você. Fique tranquila. — Me explicou.

— Pode ser... Agora? — Micael e a ginecologista me olharam surpresos.

— Você quer colocar agora? Tem certeza? — Ela me encarava.

— Acho que vai ser melhor pra todo mundo. — Sorri falsa, não tinha como fugir! Eu estava rodeada a todo o momento.

— Tudo bem. — A ginecologista saiu da mesa. — Eu vou preparar a anestesia enquanto você tira a roupa. Tudo bem? — Assenti.

Eu coloquei aquele roupão descartável horroroso enquanto deitava na maca um pouco confortável, tive Micael segurando minha mão esquerda enquanto a ginecologista me anestesiava na mão direita, com uma agulha e um soro pequeno. Eu não tive medo! Pra quem pariu um bebê dentro de um carro com alguém nada experiente... É, não tinha o por quê de estar com medo.

— Tudo bem por aí, Sophia? — Senti quando ela abriu as minhas pernas, colocando algo de metal.

— Sim. — Respondi, com um pouco de sono. Aquele remédio no soro estava me acalmando até demais.

— Vai ficar tudo bem! — Micael fez carinho em meus cabelos, beijando minha testa em seguida. — Estou orgulhoso de você!

Ah, claro! Ele deveria estar orgulhoso dele mesmo, assim poderia gozar em mim até se cansar, sem precisar se preocupar depois.

— Como está a sua menina? — Me perguntou.

— Ótima! Ela é... Perfeita. — Sorrimos.

— Eu tenho três filhos e acredite... Meu marido ainda quer mais um. Dá pra acreditar?

— Ter filhos é bom, eu acho. — Comecei a conversar, nem ligando que Micael estava ali, segurando a minha mão. — Eu fui mãe muito nova então... Acho que é bom!

— Vocês dois se conheceram aonde? — Quis saber.

— Na escola. — Foi a vez de Micael responder. — A gente se conheceu na escola.

— E a mocinha aqui não se preveniu, não foi? — A ginecologista nos olhou.

É sério? Que vergonha!

— Na verdade foi um acidente, doutora. A camisinha estourou. — Micael não teve medo de falar, foi na lata. — O anticoncepcional virou e então... Kate veio!

— Sua vagina é bem apertada. E o amiguinho ai se empolgou demais, pode falar! — A ginecologista riu.

Que mico! Se eu estivesse sozinha eu com certeza iria rir.

— O seu DIU vai durar por anos, pode ter relações sexuais à vontade. Caso você sentir algum incômodo ou ver que saiu, marque urgente de novo comigo. Tudo bem? — Assenti, prestando atenção em tudo. — Você tem alguma pergunta que queira fazer?

Na verdade eu tinha várias mas eu gostaria de tirar Micael dali, ele estava incomodando até demais.

— Nenhuma. — Disse calma.

Micael riu leve. Ele me conhecia muito bem!

— Então, tudo bem! — Retirou as luvas. — Está doendo alguma coisa?

— Não. Está tudo certo! — Sorri calma vendo a ginecologista tirar o soro da minha mão. Consegui fechar as minhas pernas.

Ela sentou-se em uma cadeira giratória, tendo a nossa atenção.

— O DIU já está em você! Pode fazer sexo normalmente e seguir com as rotinas diárias. Você vai estranhar no começo, seu apetite sexual vai aumentar um pouco por conta do hormônio feito pelo DIU. — Senti Micael dar um sorriso de orelha a orelha. — Nada com que você se preocupe.

— Mais alguma recomendação, doutora? — Micael perguntou.

— São só essas. Caso aconteça alguma coisa você pode voltar aqui. — Sorriu. — Ah, eu já ia esquecendo! Seu DIU tem duração de cinco anos, depois disso, se você não se prevenir...

— Já entendi. — Assenti e me levantei, tendo a ajuda de Micael. — Eu tô bem, só vou tirar isso. — Apontei ao roupão.

Caminhei lentamente até o pequeno banheiro, retirei meu roupão descartável colocando minhas roupas novamente.

Eu não sentia desconforto quando sai da clínica, entrei no carro observando Micael colocar o cinto de segurança, ele me olhou rápido.

— Tudo bem? — Colocou uma mão em minha perna.

Nenhuma tensão sexual até agora!

— Aham, só tô um pouco longe, não sei. — Na verdade era sono. O soro me deu sono!

— Está sentindo alguma coisa?

— Nada. — Toquei sua mão que estava na minha perna. — Obrigada por ter ido comigo. — Você poderia ter ficado em casa!

— Não queria deixar você sozinha. — Pausou. — Afinal de contas, é o seu primeiro DIU. Merece uma comemoração! — Tinha um sorriso no rosto.

— A gente pode comemorar mais tarde. — Cerrei os olhos.

— Amor... Você já tá pensando nisso? — Achou graça.

— Claro que não! — Claro que sim! Eu queria saber a sensação do tal hormônio.

Será que Micael daria conta de mim?

— Pra onde a gente vai? — Perguntei com um pouco de sono, estava quase dormindo no banco do passageiro.

— Vamos pra casa, você precisa dormir um pouco. — Talvez eu devesse mesmo.

Não escutei mais nada do que Micael disse, já que tinha caído no sono.