Capítulo 46

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Dois dias depois.

Lá estava Micael, se recuperando de mais um voo cansativo e rápido com destino à Seattle. Deixou algumas peças de roupa na lavanderia, separou algumas por cor e deixou que a máquina fizesse o restante, não tendo nenhum problema.

Estava na paz! Rayana tinha ido à uma conferência de seu pai em outra cidade, um pouco perto dali, iriam dormir em um hotel beira-de-estrada. Glória! A cama de casal era inteirinha de Micael.

Era o que ele pensava, se não fosse a porta se abrindo e revelando ela mesma, ao vivo e em cores.

— Oi, gatinho! — Trancou a porta quando passou.

— E a conferência? — Ele queria morrer por dentro.

— Meu pai brigou com a minha mãe, você sabe, aquele inferno. — Revirou os olhos. — O que tá fazendo?

— Lavando roupa? — Mostrou o cesto plástico em suas mãos. — Coisa que você deveria praticar já que fica mais aqui do que eu.

— O que está querendo dizer? — Seguiu o namorado.

— Quero dizer que: Eu sou um homem limpo e organizado, e não uma pessoa que coleciona diversos pares de calcinha no chuveiro.

— Minhas calcinhas tão te incomodando? — Tinha um sorriso sarcástico no rosto.

Ela era tão cruel!

— Você sabe que sim. — Franziu o cenho.

— Eu acho melhor você se acostumar, entendeu? Na minha casa era assim.

— Acontece que essa não é a sua casa.

— Claro que é! A gente mora junto então essa merda aqui também é minha. — Apontou. — E se eu quiser, vai ter calcinha espalhada até na mesa da cozinha. — Riu. — Ouvi bem?

— Você é doente, porra!

— Eu? Acho que o único doente aqui é você. — Chegou mais perto. — Eu me apaixonei por um cara que mal fica na própria casa.

— Eu tenho o que fazer.

— Me chamando de desocupada, querido?

— E você é. — Estava sem paciência. Se Rayana fosse um homem, ela já teria apanhado. — Se você fosse outra, poderia estar estudando. Fazendo a mesma coisa do que eu.

— Medicina? Nunca nessa vida! E pra que eu preciso estudar? Já que você vai me dar tudo que eu preciso. — Gargalhou, maléfica.

Tão cruel.

— É isso que se passa nessa sua cabecinha de merda?

— Isso e muito mais! — Encarou Micael. — Sabe o que passa nela também? O seu problema, o problema da sua mãe, quantas maneiras eu posso fazer você comer bem aqui. — Mostrou a palma das mãos. — Tudo isso passa na minha cabecinha de merda.

— Escrota.

— Como é que é? — Pausou.

— Você é muito escrota! Como eu pude me relacionar com você, garota? — Micael negava, várias vezes.

Era como se seu corpo não prosseguisse com sua mente.

— Sexo leva nisso. — Continuou a rir. — O destino juntou a gente e agora você é meu.

Young and the Restless - Jovens e Inquietos Onde histórias criam vida. Descubra agora