Young and the Restless - Jovens e Inquietos

Capítulo 35

Na manhã seguinte tudo estava perfeitamente bem na casa dos Borges. Lidiane acordou, tomou café, banhou-se e colocou meia dúzia de roupas em uma mochila média, dizendo à mãe que iria dormir na casa de uma amiga.

Mas ela não era idiota, só se passava.

Pediu um táxi com destino à Manhattan, entrou no veículo e esperou que o taxista á deixasse no terceiro condomínio luxuoso, que no caso, era o meu.

— Bom dia. — Disse ao porteiro, tirando o documento da carteira. — Eu gostaria de ir ao apartamento do meu irmão.

— Irei telefona-lo. — O porteiro pegou o telefone, iria interfonar.

— NÃO. — Ela desesperou-se. — Eu quero fazer uma surpresa. Sou irmã dele. — Mostrou o documento. — Eu já vim aqui antes.

— Eu lembro de você. — O porteiro franziu o cenho. — Quer fazer uma surpresa?

— Sim! Você pode me deixar subir? — Fez uma cara simpática.

— Claro! — O porteiro sorriu.

O que era errado. Ele não podia deixar ela subir, deveria ter uma permissão.

Lidiane entrou no elevador e esperou até o andar do apartamento, guardou o documento na carteira e depois saiu, parando em frente à porta de madeira maciça.

Tocou a campainha.

— Eu atendo! — Disse à Micael que terminava de tomar café.

Ele assentiu, mostrando a xícara para mim.

Mas antes de abrir, estranhei algo. Andei até ele, deixando que a campainha tocasse.

— Não deveriam interfonar? — Pousei minha mão na barriga, ninando.

— Deve estar com algum defeito. Deve ser o homem do carpete. — Comeu um biscoito amanteigado. — Quer que eu abra?

— Não precisa. Pode terminar de comer. — Beijei seus lábios, estava sendo uma manhã ótima.

Caminhei até a porta, abrindo.

E me deparando com ela, que ficou sem reação.

— O meu irmão está? — Sorriu, nervosa.

— Está sim. — Engoli seco.

Meu mundo havia caído em menos de dois segundos. Os Borges sabiam de mim, eu não tinha mais como me esconder.

— Entre. — Dei passagem.

Lidiane entrou encarando Micael, que pareceu se entalar com o café que estava tomando.

— O que está fazendo aqui? — Levantou-se, em um tom mais alto. Soando grosseiramente. — Por que está aqui? Onde está a mamãe?

— Quem é ela? E por que ela está grávida? — Apontou á mim.

— Responda a minha pergunta primeiro.

— A mamãe não sabe que eu estou aqui. — Pausou. — Eu vim pra ficar.

— Você não vai ficar aqui.

— Vou sim! — Cruzou os braços. — Eu trouxe todas as minhas roupas, eu vou ficar.

— Não vai. — Micael insistiu. — Ninguém mandou você vir aqui. Como sabe que eu estava aqui?

— Eu também tenho um apartamento, esqueceu?