Capítulo 57 - Fim do Mundo

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O trajeto curto nos permitiu chegar a casa de Henri antes que o meu auto controle me traísse e eu o pedisse para pararmos em qualquer lugar. Acho que nunca me senti tão bem como sinto agora, e só há uma pessoa a qual devo agradecer. Sua prova de amor mais cedo me faz querer provar também, pois acho que ainda não fiz o suficiente.

Quando entro em casa, um pouco antes dele, é notável um copo de whisky com gelo ainda não derretido por completo sobre a mesinha na sala. Sinal de que não há muito tempo que o Dr. Diabo esteve aqui, e acabou de sair pois o seu carro não está na garagem. E em meio ao silêncio na casa, também é notável que não há mais ninguém aqui além de nós.
Ele voltou a beber. E o motivo é óbvio, levou um fora daqueles. Eu não consigo sentir pena ou lamentar. Só desejo sorte enquanto dirige alcoolizado.
Quando ouço os passos de Henri, trato de esconder o copo em baixo da mesinha imediatamente. Não quero que esteja preocupado ou algo do tipo. Essa é a última coisa que quero hoje. Não estarei mentindo, de qualquer forma, apenas evitando que saiba de algo que com certeza vai tirar a sua paz.

Imediatamente sigo até a escada, pois é o que já deveria ter feito. A luz por sensor acende enquanto caminho até o seu quarto. Imagino que também já esteja vindo, sua demora foi apenas para guardar o carro.
Tento evitar os cacos de vidro e objetos quebrados por todo o chão do quarto para não acabar tropeçando, o que se torna meio difícil. Ouso pensar enquanto tiro o maldito terno que desliza pelos meus braços e acaba no chão. A minha mãe está acostumada com decepções o suficiente para estar bem? Eu sei que deveria estar em casa agora. E o fato de não ter ligado ainda para dizer que não vai mais viajar é tão estranho que já estou até com o meu celular na mão.

-Você está bem?-Pergunta, assim que entra pela porta. Viro-me imediatamente para vê-lo fechando a mesma. Também imagino o que o faz questionar isso.

-Muito.-Tenho de olhar para o chão, já que a única luz presente agora vem através da janela por conta de dois abajures quebrados e o interruptor estar longe, e só então posso chegar até a sua cama sem pisar em algum pedaço de objeto. Ele senta-se, mas eu não faço o mesmo. Ainda preciso tirar essa roupa desconfortável.-E você?

-Eu... sinto como se o mundo fosse acabar amanhã.-Diz, logo depois de um suspiro.

Eu imagino. É só o peso da realidade batendo na porta. Algo que se não formos capazes de lidar, o nosso mundo realmente acabará. Porém dessa vez eu estou pronto para tentar evitar qualquer tragédia.

-E o que você faria se realmente fosse?-Pergunto, com um tom provocativo. Ou pelo menos que acredito que seja. Não responde de imediato. Só estende a sua mão para mim, ainda sentado. É então que eu sigo de encontro a ele.

-Me dê alguma idéia.-Diz, dando um meio sorriso. Já na sua frente, subo no seu colo, estando em cima da sua pelve e de joelhos na cama. Mais rápido do que imaginei. O fato é que eu já não aguentava mais e preciso sentir algo além de receio imediatamente. E até a dor é bem vinda. Curvo-me por cima dele para beijá-lo, fazendo-o deitar. E não me surpreendendo, o clima começa a esquentar tanto que acho que vou entrar em combustão a qualquer momento.

Sem muita paciência, arranca os botões da minha camisa ao abrí-la de vez enquanto ainda me beija. Eu faria o mesmo se ele estivesse com uma dessas. É inexplicável o arrepio que ocorre sempre quando sinto o seu toque. Quando as suas mãos correm pelo meu corpo, como agora.
Estou prestes a tirar a minha camisa rasgada quando o meu celular começa a vibrar no meu bolso traseiro. Eu meio que me arrependo de não ter tirado as calças antes. Após revirar os olhos levo a minha mão até lá, sem ao menos sair de onde estou.
Na tela posso ler claramente o nome de quem liga, "Mãe". Eu instintivamente atenderia, mas Henri sabe exatamente como me ter nas mãos:

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