Capítulo 5 - A Tristeza de Quem Vê

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Shirley justamente vê a cena de Afonso pegando a mão de Eleonora e começa o barraco ali no hospital só por conta disso.

— Fique longe do meu marido, sua tricoteira, sua fingida, vai cuidar do seu homem e deixe o meu em paz!

— Cala boca Shirley, ela acabou de perder o marido, respeite a dor dela! Aqui não é lugar de escândalos, não estamos fazendo nada demais, só tô aqui como um amigo e ao invés de ficar destilando seu ciúmes ligue no armazém e avise à Inês do ocorrido.

— Mas Afonso...

— Não discuta Shirley, eu preciso ficar aqui porque o médico pediu que ficássemos aqui aguardando a liberação do corpo do seu Julio.

Mesmo bufando de raiva Shirley vai até o telefone ligar para o armazém, ela se afasta de Afonso e Lola, a matriarca dos Lemos tira rapidamente a mão de cima da de Afonso e pede perdão, mesmo não ter dado motivo algum para que tal escândalo acontecesse.

— Ai seu Afonso perdão por essa situação, eu não queria causar nenhum mal estar entre o senhor e dona Shirley, acho melhor o senhor ir embora com ela e assim evitamos mais confusões.

— De jeito nenhum só saio daqui quando os seus filhos chegarem junto com a Dona Genu e Seu Virgulino.

O telefone toca no armazém, Inês já pega o telefone no primeiro toque e ouve a voz da mãe.

— Inês, vai avisar a dona Genu que o seu Julio faleceu e a dona Lola precisa que ela venha lhe fazer companhia, ah, e que traga seus filhos junto.

— Pode deixar que eu vou agora mesmo na casa da dona Genu mãe.

Shirley volta novamente em direção a Afonso e Eleonora que já estavam um pouco distantes um do outro, a vilã não demora muito tempo a ficar em silêncio e transmite o recado.

— Já pedi a Inês que avisasse dona Genu e seus filhos do ocorrido dona Lola, acho que agora podemos ir para casa Afonso.

— De jeito nenhum, eu não arredo o pé daqui até os filhos dela chegar e dona Genu, se quiser vá você.

Os ânimos estavam exaltados no hospital enquanto Inês já conta do ocorrido a dona Genu.

— Minha mãe mandou avisá-la que o seu Julio faleceu, pediu que a senhora contasse aos filhos de dona Lola do ocorrido e e que todos fossem até o hospital encontrá-la lá.

Dona Genu fica tão perplexa com tal infeliz má nova que acaba deixando a xícara de café que estava em sua mão cair no chão, ela tenta manter a calma ao máximo e vai andando até a casa vizinha pra contar aos filhos da amiga que o pai deles se foi.

— Meus queridos, infelizmente não trago boas notícias do pai de vocês, o Julio faleceu e vim buscá-los para ficar com a mãe de vocês.

Os quatro filhos de Lola e Julio começam a chorar a morte do patriarca da família e vão todos para o hospital ao encontro da mãe.

Não demora muito, a família Lemos está toda reunida no hospital e os cinco se consolam um nos braços do outro. O médico retorna dizendo que o corpo está liberado para o velório.

— Agora vocês podem providenciar o velório do seu Julio, o IML acaba de liberar o corpo dele.

Antes que Shirley fosse falar algo, Afonso se prontifica a cuidar de tudo para a matriarca dos Lemos

— Pode deixar que eu cuido de tudo Lola. Agora vão para casa, descansem e se alimentem um pouco ao menos, que em no máximo duas horas estará tudo pronto para o velório do seu Julio.

A família Lemos agradece a gentileza do quitandeiro, aceitando a ajuda do homem e logo seguem de volta a casa deles na Avenida Angélica.

Agora sozinhos Shirley e Afonso, a mulher solta os desaforos que estavam intalados na garganta ao marido.

— Que falta de respeito comigo! Você está casado comigo e fica aí arrastando asas para a DONA LOLA.

— Deixa de ser ridícula Shirley, nós somos apenas bons amigos. E agora vamos indo preciso cuidar de assuntos mais importantes, como velório do seu Julio.

Duas horas se passam...

Conforme Afonso havia prometido tanto para Eleonora quanto para seus filhos, o velório de Julio começa a acontecer com todos os amigos.

Para homenagear o pai, Carlos toca uma música no seu violão e a dedica a ele. Aquela canção faz todos ficarem comovidos inclusive Lola que se lembra dos momentos em família que passou ao lado de Julio, e ali mesmo a doceira volta a chorar rios e mais rios de lágrimas.

Eu Vi o Amor em Seus OlhosOnde histórias criam vida. Descubra agora