Capítulo 78 Game Over

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O jogo de cartas parecia tenso na mesa onde estava Julinho e Antenor que estava adorando o desespero do garoto se conseguiria vencer no jogo. Mas o empresário foi mais esperto que Julinho ao colocar suas cartas na mesa e anuncia sua vitória:
Antenor: Sinto muito rapaz! Você perdeu tudo! Terá que me pagar até no máximo 3 dias, como eu conheço bem sua família tô te dando esse prazo por consideração a sua mãe que tenho uma imensa admiração.
Julinho: Por favor não conte nada a ela! Eu irei pagar o senhor dentro de 3 dias, só peço que tenha paciência para eu levantar esse dinheiro.
Antenor: 3 dias e nada mais, se faltar com sua palavra vocês verão do que sou capaz de fazer.
Julinho saiu do cassino assim que o Sol começou a nascer, ele ficava se perguntando: "como conseguirei levantar esse dinheiro em 3 dias, não posso pedir a Carlos porque ele irá contar a nossa mãe o que está acontecendo, o que me resta pedir outro empréstimo ao turco."
Tudo saiu conforme planejado Antenor conseguiu mais uma vez fazer a família de Abílio de Lemos contrair dívidas de jogo. Primeiro terá que executar a dívida de Júlio e depois do filho, ou melhor pensou ele: as duas ao mesmo tempo, assim não terão condições de quitar nenhuma e conseguirei o que tanto quero em troca de perdoar as dividas".
Deu 6 horas da manhã e Lola despertava de mais uma noite mal dormida. Ela estava preocupada com a demora de Julinho, mas se acalmava em lembrar que tinha se reconciliado com Afonso e da noite maravilhosa que vivera ao dele.
Levantou-se e foi ao banheiro, escovou os dentes, lavou o rosto e se vestiu. Passou no quarto dos meninos e viu apenas Carlos e Alfredo, ainda dormindo, cogitou em chamá-los para saber de Julinho mas achou melhor não acordá-los, pois Carlos havia ido dormir um pouco tarde por estar preocupado com Julinho, assim como a mãe; e Alfredo também foi dormir tarde porque estava trabalhando no dancing.
Foi para a cozinha preparar o café. Terminou e foi colocar tudo na mesa da sala, olhou o relógio e já eram 6:40 e nada de Julinho. Carlos desceu, já bem arrumado para o trabalho, e perguntou pelo irmão, Lola respondeu que ele não havia chegado ainda. Ela e Carlos sentaram-se para comerem, e logo Alfredo desceu. Tomaram café e Carlos foi para o trabalho, Alfredo naquele dia chegaria um pouco mais tarde no trabalho, pois o dancing não abriria tão cedo.
Alfredo: Mamãe, e o Julinho? não dormiu em casa? - falou Alfredo logo em seguida mordendo um pedaço de pão.
Lola: Não, meu filho. Ele disse que iria a um jantar de negócios com o Seu Assad, mas até agora não apareceu.
Lola olhou para o relógio e já davam 7:30.
Alfredo: Mas não se preocupe, Dona Lola. Ele irá aparecer, deve ter acontecido alguma coisa.
Lola: Você acha, Alfredo? - falou Lola soltando o biscoito que segurava e olhou espantada para o filho.
Alfredo: Calma, mãe, deve ter acontecido alguma coisa mas não aconteceu de fato, ele deve ter perdido a hora e o turco deve ter chamado ele para dormir em sua casa. Não se preocupe, ele irá aparecer. Que tal por que não vai ver seu Afonso, ele irá acalmar a senhora, está bem! Agora eu vou indo para o trabalho, o dever me chama .
Alfredo deu um beijinho na cabeça da mãe e foi para o trabalho.
Isabel desceu tomou café bem rápido e foi para o curso de datilografia. Lola guardou as coisas do café da manhã e fez o que Alfredo sugeriu: foi ver o seu português.
Antes de ir foi ver sua santinha, fez uma oração rápida para que ela protejesse seu menino. Quando chegou no armazém, lá estava Genu, fazendo uma comprinhas, cumprimentou a amiga rapidamente e foi em direção à casa de Afonso, ao se deparar com a presença da namorada na porta logo deu um beijinho nela e ela suspirou como se tentasse se acalmar.
Afonso: Você está bem, mi'amor? parece preocupada...
Lola: Eu estou Afonso! Julinho não dormiu em casa, apenas me disse que iria a um jantar de negócios com o Seu Assad e que voltaria logo, até agora nada...
Afonso: Mas ele disse que iria com Seu Assad, não foi?
Lola: Sim!
Afonso: Então, deve estar tudo bem...
Afonso suspirou, foi em direção à amada segurando o seu rosto e a acalma:
Afonso: Não deve ter acontecido nada, meu amor, ele irá aparecer, ham!
Genu interrompe a conversa do casal que acaba escutando sem querer a aflição da amiga também tenta acalma-la:
Genu: Eu concordo com Seu Afonso! não deve ter acontecido nada, Lola, ele está bem, minha amiga!
Lola: Tomara que vocês estejam certos!
Naquele momento Eleonora levantou as mãos para o céu:
Lola: Eu vim aqui para conversar com você, meu amor, para me acalmar um pouco já que ficar em casa não é uma boa ideia pensando no pior Afonso.
Afonso: Que bom! você gostaria de sair um pouco para espairecer?
Genu: Será uma boa ideia, nada melhor que estar em boa companhia não é mesmo Lola?
Lola: É... pode ser uma boa ideia.
Afonso: Que tal um cinema? Eu vi no jornal que tem um filme em cartaz que me pareceu bom, a sessão é às 15h.
Genu: Olha, Lola, um bom programa para se curtir a dois.
Lola: É, então tudo bem! vamos ao cinema.
Afonso: Assim que se fala, meu amor! Passo na sua casa meia hora antes da sessão.
Eles conversaram mais um pouco e Lola foi para casa. Preparou o almoço e logo Isabel chegou, em seguida Carlos e Alfredo, e nada de Julinho isso deixava Lola ainda mais preocupada, os filhos tentavam acalmá-la, mas a aflição aumentava cada vez mais no coração de Lola. Almoçaram e Carlos voltou para o trabalho; Isabel disse que não teria mais aula pela tarde e que iria sair com Lili; já Alfredo ficou um tempinho a mais em casa, sentou-se no sofá e foi ler o jornal. Lola começou a retirar os pratos da mesa e, enquanto estava na cozinha, escutou um barulho que vinha da sala, correu para ver o que era, finalmente era Julinho.
Estava embriagado e estava sendo amparado por Alfredo.
Lola: Meu filho, o que é isso?- falou Lola espantada pelo que estava vendo.
Julinho não conseguia falar direito, mal se aguentava nas pernas porque Alfredo o segurava.
Lola e Alfredo o levaram para o sofá, ela foi à cozinha e colocou um pouco de café, que havia acabado de passar, em uma xícara e levou para o filho. Ele bebeu o café, mas não estava falando coisa com coisa.
Lola: Julinho, por que você só veio para casa agora? eu estava muito preocupada!
Julinho: Me perdoa, mãe! eu não queria, mas acabei fazendo. - ajoelhou-se diante de Lola e começou à chorar.
Lola: O que você está falando, Julinho?
Alftedo: Calma, mãe! ele não está falando coisa com coisa - Alfredo vendo a mãe começar a ficar nervosa tenta acalma-la:
Julinho: Eu fiz algo errado, muito errado...
Lola: Júlio Abílio de Lemos Filho, me fala o que aconteceu!
Julinho: Eu fui a um cassino jogar. A sorte estava do meu lado, mãe. Mas eu comecei a apostar alto e de repente comecei a perder, acabei perdendo muito dinheiro. E não sei o que fazer.
Julinho baixou a cabeça no colo de Lola chorando como um bebê.
Alfredo: Como você pode,Julinho... - falou Alfredo indignado.
Lola não sabia o que falar. Tirou a cabeça do filho da seu colo e levantou-se. Alfredo ficou observando a mãe, ela ficou no corredor que ia para a porta, e, de repente, tudo começou a ficar escuro, ela se sentiu mal e foi caindo. Alfredo correu para amparar a mãe. Afonso ia chegando para levar Lola para passear até a hora do cinema, a porta estava aberta e ele entrou. Ao entrar viu sua namorada caindo e Alfredo correndo para ampará-la. O português soltou sua boina e correu para segurar Lola. Olhou para o lado e viu Julinho ajoelhado no chão em prantos.
Afonso: O que vocês têm? Lola meu amor acorda!
Meio zonza, Lola abre os olhos e se depara com o amado ao seu lado.
Afonso: O que houve Lola? Julinho por que está assim?
Alfredo nem dá chance de o irmão contar o que está havendo e o leva para tomar um banho frio para curar a ressaca. Lola e Afonso ficam sozinhos, a mulher pede que ele a leve dali, sem entender os motivos da namorada acata o pedido.
O quitandeiro e Eleonora estão perto do cinema conforme combinado, o português pergunta:
Afonso: Agora estamos longe da avenida Angélica, minha querida. Quando eu cheguei na sua casa percebi que aconteceu alguma coisa entre você e o Julinho, tem haver com a noite passada?
Lola: Sim Afonso eu não consigo acreditar que Julinho fosse capaz de fazer uma coisa dessa, já não basta ter que quitar a casa e pagar as contas ele me arruma mais uma despesa.
Afonso: Como assim? Não estou conseguindo entender Lola.
Lola: Julinho foi a um cassino e perdeu todo o dinheiro que tinha. Onde foi que eu errei na educação deles?
Afonso: Não se culpe você é uma mãe maravilhosa, só foi um deslize de Julinho e agora deve ter aprendido a lição.
Lola: Queria poder ter essa certeza, mas sinto aqui dentro um aperto. Tomara que não seja nada. Desculpa te falar dos meus problemas bem no momento que estamos juntos.
Afonso: Querida eu sempre estarei aqui para te ouvir e ajudá-la, se acalme! Infelizmente não conseguiremos ver o filme que eu havia lhe falado, quer dar uma volta na praça?
Lola: Vamos.
Após o desabafo com Afonso, Lola e ele caminhavam de mãos dadas pela praça; passou pela cabeça da protagonista retribuir o amor que sente pelo namorado depois de todas vezes que ele deu prova suficiente que era o homem certo para ela...

Eu Vi o Amor em Seus OlhosOnde histórias criam vida. Descubra agora