Capítulo 106 Toda Ação tem uma Consequência

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Alguns dias depois...
A paz havia retornado a famosa Avenida Angélica, Afonso e Eleonora viviam plenamente a sua felicidade que tanto demorou a acontecer agora sem Antenor e Patrícia nas suas vidas eles recuperavam o tempo perdido em que ficaram separados.
Na casa da melhor amiga de nossa protagonista, Genu fazia o seu tratamento que tem apresentado grandes progressos o fisioterapeuta disse a ela:
Fisioterapeuta: Parabéns a senhora acho que em breve você poderá voltar a andar.
Genu: Deus seja louvado! Ele está atendendo minhas preces não vejo a hora de ficar em pé e bater perna por aí não é Virgulino?
Virgulino: Sim Genu! Aí poderemos fazer uma viagem só nós para renovar nossos votos de casamento.
Genu: Isso é jeito de falar homem! O que o fisioterapeuta vai pensar de nós? Peço desculpas pelo Virgulino, ele é muito brincalhão.
Fisioterapeuta: Não tem o que se desculpar, eu o entendo também sou casado e amo muito minha esposa e também gosto de demonstrar em público. Bem por hoje é só amanhã eu volto para mais uma sessão dona Genu.
Virgulino: Vou aproveitar que você está de saída também irei a telefônica levar esses papéis você não se incomoda em ficar sozinha por algumas horas Genu?
Genu: Não Virgulino pode ir! Os meninos logo estarão aqui.
Virgulino pegou seu chapéu, deu um selinho na esposa saindo juntamente com o fisioterapeuta. Assim que ele saiu naquela manhã para ir até a empresa onde trabalha, Genu disfarçou mas no fundo não gostou nada dessa história dele ir levar os papéis estava pressentindo algo de muito ruim que estava prestes a acontecer.
Telefônica
Os empregados estão cuidando dos seus afazeres, a entrada de Virgulino no local chamou a atenção de todos porque estavam muito curiosos em saber do ocorrido com sua esposa, antes que alguém viesse perguntar algo se antecipou:
Virgulino: Vocês devem ter ficado preocupados com o estado de Genuína graças a Deus ela está se recuperando e logo logo irá deixar aquela cadeira de rodas. Amanhã estarei de volta ao trabalho. Alguém sabe se o senhor Hilton está na sala dele?
Aquela voz que mais o atormentava se dirigiu a ele:
Vitória: Sim seu Virgulino, todos nós ficamos muito felizes com a notícia da saúde de dona Genuína. O senhor Hilton está na sala dele! Aí aproveito também entrego esses contratos que ele precisa ainda assinar.
O que queria era apenas arranjar uma desculpa para ficar bem perto do marido de Genu, ele foi indo para a sala do chefe que logo sentiu uma mão segurando o seu braço e se virou dando de cara com a mulher dos seus pesadelos:
Virgulino: A senhorita está indo longe demais eu não quero me envolver sou um homem casado e amo minha esposa.
Vitória: Seu Virgulino será mesmo que é isso que tanto quer? Não adianta mentir para si mesmo. No fundo não quer aceitar que sente-se atraído por mim.
Virgulino: Por favor! Aqui não é lugar para falarmos sobre isso.
Eles chegam na sala de Hilton, Virgulino abriu a porta e o avisou:
Virgulino: Bom dia senhor Hilton! Eu vim aqui avisa-lo amanhã mesmo estarei de volta ao trabalho, minha esposa já está se recuperando se Deus quiser logo estará completamente curada. E também trouxe esses papéis que estavam comigo para o senhor analisar e amanhã nós conversamos sobre eles.Então era isso até amanhã!
Vitória: Eu também só vim deixar esses papéis para o senhor assinar e já estou saindo para o meu almoço com licença.
Virgulino mal acabou de deixar o prédio da telefônica quando avista Vitória vindo na sua direção ele aproveitou que um bonde estava parado pegando alguns passageiros naquele lugar ele subiu, pois queria a todo custo não ficar perto dela.
Meia hora depois, estava retornando à Avenida Angélica o que ele não percebeu que uma mulher o havia seguido, que não iria ficar por muito tempo nas sombras ao vê-lo estar a poucos metros de sua casa Vitória gritou:
Vitória: Virgulino que coincidência te ver por aqui.
Ele se virou para trás como se tivesse visto um fantasma, acreditando que era melhor dar de cara com um ser de outro mundo do que a presença daquela mulher ali.
Virgulino estava ficando vermelho como um pimentão, os seus olhos estavam assustados que tentou não dar muita conversa a Vitória e disse:
Virgulino: Eu já não posso dizer que é um prazer vê-la Vitória.
A garota fez que não entendeu o motivo da grosseira continuando ser sonsa:
Vitória: Querido tudo bem? Você me parece estressado, por acaso brigou com a esposa?
Vitória sorriu de forma diabólica, Virgulino começou a perder a paciência com aqueles joguinhos dela:
Virgulino: Escute aqui vamos parar com esses joguinhos, eu não quero nada com você e nunca terei! Pela última vez eu vou te pedir: me deixe em paz.
Vitória: Nossa querido você já foi mais gentil comigo por acaso esqueceu dos nossos beijos? Eu estava apenas passando por aqui, aí te vi resolvi te cumprimentar e você já vem com sete pedras na mão cadê o homem educado que eu conheço?
A garota ao mexer a cabeça para ajeitar seu cabelo, notou que uma certa morena estava abrindo as cortinas naquele momento ela deu o golpe final antes que ele pudesse responder a altura Vitória deu um passo à frente e beijou Virgulino que ficou sem reação. Mas já Genu que presenciou aquela cena, teve uma reação bem intempestiva abriu a porta mesmo estando na cadeira de rodas se levantou da mesma ficando de pé ela pegou uma bacia que estava ao lado da porta de entrada cujo o conteúdo era uma água suja, Vitória ainda beijava o marido de Genu como ele não tinha coragem de cometer algum ato violento ainda mais que se tratava de uma mulher por mais sendo uma vulgar. O sangue subiu nas veias da melhor amiga da nossa protagonista, ela jogou a água que estava no balde em cima deles que se separaram imediatamente.
O que era um belo vestido que Vitória usava, de cor bege, com aquele banho de água suja agora ficou mais parecido com um coador de café velho e não servia mais para nada. Quando viram de onde veio aquela água suja na direção deles Genu gritou para toda rua ouvir:
Genu: Que lindo Virgulino! Enquanto eu estou aqui esperando meu marido e meus filhos chegarem, ainda por cima no estado em que estou, sou muito idiota mesmo já você está aqui fora mostrando ao mundo o quanto sou burra em confiar em você.
Virgulino: Você está andando Genu! Espere! Vou ajudá-la!
Genu: Não de mais um passo ou não respondo por mim Virgulino. Não toque em mim.
A ficha mal estava caindo para ela, a esposa traída mais parecia uma assassina pronta para matar sua próxima vítima, sabendo que seria a vítima da vez Vitoria tentou sair de fininho aproveitando que os olhos de Genu estavam centralizados em Virgulino o tiro saiu pela culatra. Antes que pudesse se retirar daquele lugar, Genu a jogou no chão ficando em cima dela a esbofeteando e xingando-a:
Genu: SUA PUTA! MERETRIZ! DESGRAÇADA! ROUBA MARIDOS!
Virgulino até tentou intervir na briga, mas era em vão entrar no meio delas, ali no meio da rua todos os vizinhos pararam e ficaram olhando aquela briga de mulheres. Foi nessa hora que Lúcio e Lili chegaram ficando chocados com aquela briga, o que seria o motivo da mãe deles estar em cima de uma jovem a esbofeteando antes que aparecesse a polícia eles tiraram a mãe dali que deu tempo para Vitória sair dali correndo completamente marcada pelos tabefes de Genuína e o seu vestido destruído.
Terminando o circo de horrores, os quatro entraram em casa Virgulino estava pronto para receber a sua sentença de morte, ele olhou para os filhos e disse:
Virgulino: Meninos subam eu e a mãe de vocês precisamos conversar.
Os dois olharam os pais, depois saíram da sala e seguiram cada um para o seu quarto.
Quando ouviram as portas dos quartos se fechando, Virgulino quebrou o silêncio que preencheu aquela sala de forma tão densa e estava difícil de respirar aquele ar.
Virgulino: Genu querida eu posso explicar.
Ela olhou para ele, o que ele queria explicar? Sua traição? As suas mentiras? Sobre o porquê dele estar envergonhado e a traindo bem na frente da própria casa deles?
Nenhuma palavra justificaria, ela mesma queria entender o que levou a ter esse tipo de comportamento, então não deu uma só palavra, acenou com a cabeça que fez Virgulino entender que era para ele continuar as suas explicações então ele prosseguiu:
Virgulino: Eu sei que parecem meio clichês e muito óbvio o que tenho a dizer, mas não é nada disso que você está pensando. Eu não a vi chegar, por mais que ela diga que foi uma coincidência me encontrar aqui eu tenho certeza que ela me seguiu até aqui. Eu pedi para ela ir embora dali, eu juro que não te trai meu amor, Genu eu te amo! Pelo amor de Deus pelos nossos filhos só aconteceu beijo e nada mais.
Genu: Virgulino agora entendi o motivo daquela noite você ter chegado bêbado, você e ela estavam juntos. FALA!
Virgulino: Eu e ela não estávamos juntos naquela noite, a gente só se via no trabalho infelizmente foi aí que não tive mais paz. Ela me perseguia por todo lugar, eu tentei de todas as formas ficar longe dela mas ela sempre dava um jeito de ficar a sós comigo e conseguiu me agarrar a força como fez ainda a pouco.
Aquela revelação caiu como uma bomba na cabeça de Genu, a sua ficha caiu finalmente: o marido havia beijado outra mulher e aquele não foi o primeiro, já havia se repetido mesmo ele jurando que os dois não tinham um caso. Ela foi ao chão em prantos, com vergonha dela mesma, raiva e ciúmes de Virgulino e Vitória. Era tudo misturado, que nem sabia ao certo o que ela iria fazer agora com essa descoberta; incertezas e dúvidas a deixaram atordoada.
O homem até quis se aproximar, conhecendo a esposa pensou melhor que não era apropriado porque ela estava com raiva e não iria adiantar nada convencê-la por ora que foi um grave deslize então resolveu tomar um banho pois estava todo molhado e cheirando água suja mas o amor dele por Genu falou mais alto ele a acolheu em seus braços que parecia um caracol dentro da sua concha do lado do sofá. Ela chorava em prantos igual a um bebê recém-nascido, entravando-o dele toca-la:
Genu: Fica longe de mim! Agora trate de arrumar suas coisas e ir embora Virgulino. O que você fez não tem perdão SAIA!
Virgulino resolveu não insistir por enquanto, ele foi até o quarto deles, começou a arrumar as suas malas Lúcio e Lili abriu as suas portas e foram ver como estava a mãe deles. Eles a encontraram ainda no chão, a ajudaram se levantar dali, os olhos dela estavam marejados de lágrimas que não conseguiu esconder o seu sofrimento para os filhos:
Genu: Aí meus filhos! Ainda bem que eu tenho vocês! Minha vida não teria mais sentido.
Lúcio: O que o papai fez, mamãe?
Genu ia responder a pergunta do filho quando Virgulino apareceu com duas malas de viagem nas mãos os meninos olharam o pai e Lúcio fez a pergunta ao pai:
Lúcio: O que o senhor fez a mamãe? Ela está chorando.
Genu: Fala para os seus filhos o que você foi capaz de fazer.
Virgulino mesmo sem jeito contou a verdade aos filhos:
Virgulino: Eu beijei outra mulher, uma funcionária nova que começou lá no meu trabalho juro por tudo que é mais sagrado que não passou disso vocês tem que acreditar em mim.
Lili: Papai como pode fazer uma coisa dessa com a mamãe estou muito decepcionada com o senhor.
A reação de Lúcio foi inesperada para defender a mãe daquele desgosto que foi logo partindo para cima de Virgulino. Ele era um menino doce, calmo e nunca tinha brigado com ninguém a raiva que começou a sentir do pai foi a gota d'água saber que ele foi capaz de cair nos braços de outra mulher.
Lúcio estava cego de raiva, desferiu um soco no rosto de Virgulino, depois outro, tanto Lili e Genu entraram no meio daquela briga as duas seguraram Lúcio que queria a todo custo defender a mãe o marido de Genu nem revidou os golpes só pediu perdão antes de se retirar dali:
Virgulino: Eu sei que fui um canalha, mereço cada soco que você me deu meu filho só imploro que me perdoe Genu. A mulher que eu amo é você e não ela!
Genu nem respondeu deixando-o sair dali com o rosto todo ensanguentado por conta dos socos, com as malas na mão, todo molhado e sujo. Ao cruzar a soleira daquela porta, ele olhou sua casa, disse a si mesmo: "Eu ainda vou te reconquistar meu amor ou não me chamo Virgulino Coutinho."
Afonso que estava descarregando algumas mercadorias ali no armazém viu o amigo com aquelas malas nas mãos andando pelas ruas aí o chamou:
Afonso: Seu Virgulino nem precisa me falar o que aconteceu a dona Genu soube daquela menina lá na telefônica não é mesmo?
Virgulino: Pior Afonso a menina veio atrás de mim aqui, ela veio com uma conversinha fiada dizendo que foi coincidência me encontrar aí de repente ela me beijou na frente da minha casa. Genu nos pegou na boca da botija, atirou um balde de água suja em cima de nós e ainda deu uma surra na Vitória. Meus filhos já sabem o que aconteceu e Lúcio me bateu porque está revoltado pelo que eu fiz com a mãe dele.
Afonso: Eu estou sabendo não se fala em outra coisa que dona Genu conseguiu finalmente se levantar da cadeira de rodas e que deu uma boa sova numa garota e o senhor estava aos beijos com ela.
Virgulino: Agora preciso encontrar um lugar para ficar que não seja muito caro, uma parte vai para a minha hospedagem e a outra vai para as despesas lá de casa.
Afonso: O senhor não vai a lugar nenhum, pode ficar o tempo que for lá em casa agora vai tomar um banho e cuidar desses machucados.
Virgulino: Não sei o que seria de mim sem você Afonso, preciso pensar um jeito de ter a minha querida Genu de volta.
Afonso: Calma! De um tempo para ela! Depois pensamos um jeito de trazê-la de volta aos seus braços.
Os amigos entraram na casa do português que ajudou o amigo a se instalar colhendo o que havia plantado por que um homem tão correto, que nunca deu motivos para trair a mulher resolve simplesmente cair nos braços de outra mulher seria fraqueza, tentação ou revelando que ele não era nada daquilo que imaginava Genu?
Genu caminhou lentamente até a casa da amiga Lola que ao vê-la andando abriu um enorme sorriso comemorando aquela novidade:
Lola: Minha amiga você está andando! Estou muito feliz por você o seu Virgulino já sabe dessa novidade?
Como não sabia o que estava acontecendo foi falar o nome dele que Genu não conseguiu conter o choro aí contou o porquê de estar naquele estado:
Genu: Nunca pensei que fosse passar por isso ele se envolveu com um rabo de saia Lola! O sem vergonha estava aos beijos com essa mulher na frente da nossa casa. Como ele pode fazer isso comigo? Onde será que eu errei como esposa? Por que?
Lola: Você tem certeza que os dois realmente estão tendo um caso Genu? Vai que essa mulher vivia no pé dele, ele nunca a quis aí ela resolveu fazer você acreditar que os dois são amantes.
Genu: Eu vi amiga os dois se beijando, um pouco antes de o Antenor ter atirado contra mim o Virgulino estava estranho chegou em casa bêbado e muito distante de mim. Depois tirou as férias para ficar comigo porque estava com remorso de fazer isso comigo.
Lola: Não acho que seja isso! Prometa que não vai fazer nada que possa se arrepender depois Genu?
Genu: Eu não posso prometer nada, eu o expulsei de casa meu casamento acabou!
Lola: Minha amiga você o ama de um tempo para você repensar se realmente é isso que você quer.
Genu: Agora vou para casa cuidar dos meus afazeres até logo.
As amigas se despediram Genu retornou para sua casa, mas não saia de sua cabeça aquele beijo trocado entre Virgulino e Vitória ela não percebeu que estava sendo observada pelo marido que estava ao mesmo tempo tão perto e longe dele.

Eu Vi o Amor em Seus OlhosOnde histórias criam vida. Descubra agora