Capítulo 82 Sacrifícios Extremos

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Pelo visto só pode ser mais uma provação que os nossos protagonistas terá que passar, de um lado Afonso estava nas mãos de Patrícia e do outro Lola num impasse entre aceitar a proposta indecente de Antenor ou rezar que os filhos dela consigam a quantia para livrar Julinho da cadeia.
Voltando a casa de Eleonora, Antenor cobra uma resposta dela:
Antenor: Eu não tenho o dia inteiro Lola, qual é sua resposta?
Lola não tinha saída pelo menos por enquanto e fala aos prantos:
Lola: Sim, eu aceito ser sua mulher.
Antenor a olhava satisfeito com a resposta dela:
Antenor: A partir de agora temos um compromisso e não quero que você dirija a palavra nem por amizade com aquele português.
Vamos marcar um jantar para anunciar nosso compromisso, quero dizer do nosso noivado.
Lola: Quem me garante que realmente está cumprindo o trato, esquecendo das dividas do meu filho e do Júlio.
Antenor: Só entregarei essas promissórias nas mãos do Carlos no dia do nosso casamento meu amor.
Lola: Você é um monstro! Como pude me enganar tanto com você.
Antenor: No começo foi tudo de caso pensado, eu me aproximei de você para ganhar sua confiança e com essa sociedade quem sabe eu conseguiria reaver o valor da dívida. Infelizmente eu não pude evitar, eu realmente me apaixonei por você. E ao saber que você tinha um caso com esse tal de Afonso, só pensava um jeito de tê-la aos meus braços e por coincidência o seu filho começou a frequentar aquele cassino com o Assad e acabou jogando por dinheiro. E agora está nas minhas mãos minha querida.
Lola: O que vou dizer aos meus filhos?
Antenor: Diga que seus apelos maternais me convenceram e eu esquecerei as dividas, trate de cumprir parte do nosso acordo ou do contrário eu coloco Julinho na cadeia e ainda quero a parte da dívida do Julio com juros e atualização monetária.
Eleonora sentia ao mesmo tempo um aperto no seu coração, ele doía muito com aquela situação constrangedora e algo que nem ela sabia o que estava havendo. Aproveitando a fragilidade da nossa protagonista, Antenor segura a mão dela e a beija. Ela ficou imóvel parada em frente ao empresário, aos poucos ele vai se aproximando com prontidão, a mesma não conseguia olhar para ele que finalmente toma ela a força a beijando. O beijo deles não era terno, calmo e intenso se via nitidamente que Lola estava desconfortável e ela o interrompe:
Lola: Agora que já foi tudo acertado, poderia me dar licença, tenho que cuidar dos meus afazeres domésticos.
Antenor: Sempre ao final do meu expediente lá na empresa passarei aqui para lhe ver. Até logo meu amor.
Bastou Antenor se retirar dali, Eleonora vai até o banheiro, ela começa a lavar a sua boca, que queria tentar tirar aquele gosto  impregnado que se misturou ao hálito dela por conta daquele beijo. Depois de ter feito sua higiene bucal, Lola pensava num jeito de contar o que está acontecendo para Afonso e resolveu ir até sua casa.
Por mais que Eleonora colocasse um pouco de maquiagem para disfarçar aquelas olheiras que denunciava o quanto havia chorado, ela não conseguia mentir para Afonso que já a conhecia muito bem. Ao chegar na casa do português, ela toca a campainha por umas duas vezes e nem sinal de alguém em casa. Resolve bater palmas e nem sinal de alguém ali.
Depois de frustradas as tentativas, Lola resolve ir para sua casa. Estava chegando perto do portão de sua casa Genu a chama:
Genu: Lolaaa! Poderia dar um pulinho aqui rapidinho!
Lola: O que foi Genu?
Genu: Venha! Vamos entrar!
As duas amigas entram na casa e Genu conta:
Genu: Você não vai acreditar fui agora no armazém comprar umas coisas para o jantar, estava pensando em fazer algo muito especial para Virgulino e pedi para a Durvalina colocar na minha conta.  O seu Antenor estava lá e não deixou que ela fizesse isso e ainda pediu a minha caderneta das contas cobrando tudo que estava anotado. Infelizmente com o dinheiro que eu tinha foi tudo para pagar a minha conta e não poderei fazer o jantar especial para o Virgulino. Hoje vai ser sopa de fubá de novo para o jantar, com o salário que Virgulino mal ganha só dá pra pagar as contas e sobra um pouco para a comida.
Lola: Não acredito que até meus amigos ele está prejudicando que canalha!
Genu: Do que você está falando? Quem é canalha?
Lola: Nada amiga, agora preciso ir! Tenho que cuidar do jantar depois nos falamos, até logo!
Lola deixou Genu com a pulga atrás da orelha, que percebe a aflição da amiga e promete desvendar o mistério.
Tudo tinha desmoronado na cabeça de nossa protagonista, ela se vê vivendo num filme de terror. Flashes daquela manhã passaram por sua mente; Antenor ameaçando  entregar Julinho à polícia, a cobrança da dívida do falecido Júlio e aceitar ser mulher do empresário.
Ao entrar novamente em sua casa, Eleonora volta a sentir novamente aquela dor no peito, não era uma moléstia no coração e sim um pressentimento muito ruim igual àquele que recebeu notícias de Afonso na guerra. Ela não conseguia entender que uma simples saída de Afonso a estava deixando preocupada que dizia a si mesma: "Deixe de besteira ele deve ter ido procurar algum lugar para construir sua padaria e deve ter encontrado algum conhecido e perdeu a noção do tempo."
Dizem quando está apaixonado por alguém cada minuto longe parece uma eternidade que a gente não consegue ficar muito tempo longe da pessoa amada. Todos nós sabemos o quanto a nossa protagonista ama Afonso e vice-versa, hoje não era um dia qualquer todos os momentos inesquecíveis que passou ao lado do português veio a mente de forma inesperada. Aquela perturbação se deu aos motivos de ter tomado aquela decisão drástica com relação ao problema de Julinho. "Como falarei que eu estou noiva do Antenor e as dividas não serão cobradas? Deus me ajude!" Súplica Lola.
Como os filhos de Eleonora irão reagir com a notícia? Onde está Afonso?

Eu Vi o Amor em Seus OlhosOnde histórias criam vida. Descubra agora