A presença de Eleonora em sua casa foi espantoso, que não esperava a mulher depois de terem tido aquela conversa algumas horas atrás o português mal teve tempo de pensar se aceita ou não ele se virou para Lola e disse:
Afonso: O que você está fazendo aqui? Não era para estar na festa do seu casamento com o Antenor?
Lola: Eu vim porque quero falar com você agora.
Afonso: Agora não! Foram muitas emoções eu estou muito cansado. Volte amanhã Lola, eu não estou em condições.
Lola: Por favor Afonso! Tem certeza, quer realmente que eu volte só amanhã?
Os olhares do casal ficaram fixos um no outro, Afonso chegou bem perto dela e disse ao pé do seu ouvido:
Afonso: Eu não consigo ficar mais um minuto longe de você Lola, eu te amo muito.
Eleonora ao ouvir da boca de sua paixão não se conteve, já com seu coração batendo a mil e saindo pela boca ela se virou ficando de frente, Afonso a pegou pela cintura prendendo sobre o seu abdômen, as bocas estavam quase encostando quando a porta se abre: Inês surgiu; a menina deu um grito de felicidade ao rever o pai que fez o casal se soltar um do outro:
Inês: Pai! O senhor voltou!
A menina correu até os braços do português os dois se deram um abraço emocionante, dava para ver que as lágrimas escorriam pelo rosto de Inês que estava muito comovida com a volta do pai. Ela disse:
Inês: Por onde o senhor andou? Nós o procuramos por toda parte e nem sinal, conte tudo.
Inês nem tinha reparado na presença de Lola, que deu uma leve pigarreada focando a atenção na direção dela a filha do português pediu desculpas pela falta de educação:
Inês: Oh dona Lola me perdoe, eu não a vi aqui, não contive a minha emoção em ver meu pai novamente.
Lola: Não precisa pedir perdão eu realmente já estava de saída vocês tem muito o que conversar.
Inês: Nada disso eu falo com meu pai com calma amanhã! Eu acredito que tenham mais coisas para conversar. Amanhã eu passo aqui meu pai antes de ir para o hospital até mais!
Inês se despediu com um beijo no rosto do pai, abraçou Lola, abriu a porta e saiu logo em seguida. Com o fechamento da porta, Afonso se aproximou de Eleonora vendo que nada mais iria atrapalha-los ele a pegou nos braços e os dois ficaram se olhando intensamente. Ele pegou a mão dela a fazendo ratear o rosto dele que fazia o mesmo com ela aproveitando a proximidade que havia entre eles naquele momento a envolveu nos seus braços e os lábios deles se encaixam perfeitamente. Era o mesmo brilho dos olhos ao se descobrirem apaixonados um pelo outro, a mesma respiração ofegante, o descompasso dos corações até que Afonso saindo do beijo intenso sentiu um mal estar:
Afonso: Ai minha cabeça como dói!
Parece que tudo está ficando escuro.
O português sentiu uma tontura que nem deu tempo para a melhor amiga de Genu tentar ajudá-lo, ele caiu sob seus pés a doceira ficou desesperada. Por sorte Virgulino estava indo ver o amigo em casa ele bateu na porta:
Virgulino: Oh de casa! Alguém?
Lola: Graças a Deus! Foi Deus que te mandou aqui seu Virgulino, preciso de ajuda o Afonso está desmaiado.
Vírgulino: Ele estava sentindo alguma coisa antes de acontecer isso dona Lola?
Lola: Nós estávamos conversando aqui, chegou Inês e depois acabamos nos beijamos, até que ele sentiu uma dor de cabeça e falou que tudo ficou escuro aí desmaiou.
Virgulino: Eu acho melhor chamarmos uma ambulância, desde que eu e Alfredo tiramos ele daquele lugar não parecia nada bem.
Sem perder mais tempo Virgulino correu até o armazém e fez a ligação:
Ligação ON
Telefonista: Boa noite hospital Samaritano no que eu posso ajudar?
Virgulino: Boa noite eu preciso de uma ambulância aqui na Avenida Angélica no armazém Paulistana por favor senhorita o mais rápido possível.
Telefonista: Pode deixar senhor! Só me diga rapidamente o que houve?
Virgulino: Ele está desmaiado e tava sentindo uma forte dor de cabeça.
Telefonista: A ambulância logo está aí senhor, qual é seu nome?
Virgulino: Virgulino Coutinho. Estamos esperando.
Ligação OFF
Assim que colocou o telefone no gancho correu para ver se alguma coisa tinha acontecido nesse meio tempo ele subiu até a casa do português o homem estava no chão com a cabeça amparada no colo de Eleonora. A mulher disse ao vizinho:
Lola: Seu Virgulino chamou a ambulância? Vão demorar muito?
Virgulino: Eles disseram que não iriam demorar.
Cinco minutos se passaram, o som da ambulância na avenida Angélica chegando chamou atenção dos vizinhos principalmente de Genu que viu a movimentação no armazém os enfermeiros entrando armazém com uma maca. Os homens pediram que Eleonora se afastasse:
Enfermeiro: Senhora poderia nos dar uma licença para fazer o nosso trabalho.
A irmã de Clotilde e Olga tomou certa distância de Afonso, os enfermeiros colocaram-o na maca ela perguntou:
Lola: Será que posso acompanha-lo na ambulância?
Enfermeiro: A senhora é esposa do paciente?
O enfermeiro ao fazer a pergunta pensou que eles eram casados porque a heroína estava usando o vestido de noiva, ela negou completamente sem jeito.
Lola: Não! Sou apenas namorada dele, por favor não me deixe ficar longe dele.
Vírgulino: Deixe-a ir enfermeiro, não se preocupe dona Lola eu peço a Isabel para separar umas roupas e depois eu as levo para a senhora.
Enfermeiro: Tudo bem!
Os enfermeiros colocaram o português na ambulância, Lola foi junto com eles e Virgulino foi até a casa da vizinha fazer o que havia prometido a ela. Genu estava no portão de sua casa quando Virgulino passava apressado indo na direção da casa de Lola, ele bateu na porta e quem atendeu era Isabel por sorte.
Isabel: Boa noite seu Virgulino o que o senhor deseja?
Virgulino: Sua mãe me pediu para você separar algumas roupas e artigos pessoais dela e me entregar. Porque ela foi para o hospital.
Antes que terminasse a frase Isabel interrompeu Virgulino preocupada querendo saber o que havia sucedido:
Isabel: Seu Virgulino o que houve com minha mãe? Ela parecida tão bem na igreja.
Virgulino: Não Isabel a sua mãe está bem, quem não está nada bem é o Afonso. Depois a sua mãe te explica direito.
Isabel: Me de uns minutos que eu te trago as coisas da minha mãe.
Isabel subiu as escadas, entrou no quarto da mãe, pegou uma mala de mão, de cor preta, abre ela colocando uma pequena muda de roupas, produtos de higiene pessoal, os documentos pessoais. Desceu os degraus rapidamente, Virgulino a aguardava ansioso, ele a ajudou com a mala e a menina disse:
Isabel: Pede para minha mãe mandar notícias seu Virgulino assim que puder.
Virgulino balançou a cabeça confirmando sua resposta, ele tirou seu chapéu como forma de despedida, seguiu em direção à porta e logo em seguida a abriu deixando a casa. Genuína que não conseguia se conter de tanta curiosidade, esperou o marido do lado de fora da casa da amiga que ao sair dali o pegou pelo braço e foi logo dizendo:
Genu: O que está havendo Virgulino? Para que essa mala?
Virgulino: Eu não tenho tempo para te explicar, preciso ir até o hospital levar as coisas de dona Lola e ver como está o Afonso.
Genu: Eu vi que ele saiu de maca, logo depois entrou na ambulância junto com a minha amiga.
Virgulino: Ao voltar do hospital te conto tudo.
Genu: Nada disso Virgulino eu vou com você, minha amiga deve estar precisando de mim.
Virgulino: Vamos!
Os vizinhos entraram depressa no carro de aluguel, o motorista perguntou o destino Virgulino pediu para ir até o hospital Samaritano, o homem ligou o carro e levaram o casal ao local determinado.
No Morumbi
Na mansão Cavalcante, Antenor não saia da sua cabeça a cena na igreja:
Antenor P.O.V
Tudo estava perfeito na igreja, com todos os meus amigos e a família de Eleonora, que aguardavam ansiosos pela chegada da minha noiva.
A marcha nupcial se iniciou no horário programado, a noiva era conduzida pelo filho mais problemático o padre deu início à cerimônia:
Padre: Noivos caríssimos, viestes à casa da Igreja
para que o vosso propósito de contrair Matrimónio seja firmado com o sagrado selo de Deus, perante o ministro da Igreja e na presença da comunidade cristã.
Cristo vai abençoar o vosso amor conjugal. Ele, que já vos consagrou pelo santo Batismo, vai agora dotar-vos e fortalecer-vos com a graça especial de um novo Sacramento para poderdes assumir o dever de mútua e perpétua fidelidade e as demais obrigações do Matrimónio. Diante da Igreja, vou, pois, interrogar-vos sobre as vossas disposições.
Antenor Cavalcante e Eleonora Amaral viestes aqui para celebrar o vosso Matrimónio.
Padre: Em Nome do Pai,do Filho e do Espírito Santo.
Todos: Amém.
Padre: A graça do Nosso Senhor Jesus Cristo,o amor do Pai e a comunhão do Espírito Santo,estejam convosco.
Todos: Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo.
Estava correndo tudo bem até que o momento tão importante na minha vida virou um pesadelo:
Padre: Antenor, é de livre e espontânea vontade que você aceita Eleonora como sua legítima esposa? Prometendo ser- lhe fiel, amar-lhe e respeitar-lhe na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, todos os dias da sua vida."
Antenor: Sim aceito.
Padre: Eleonora, é de livre e espontânea vontade que você aceita Antenor como seu legítimo marido? Prometendo ser- lhe fiel, amar-lhe e respeitar-lhe na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, todos os dias da sua vida."
Eleonora respirou fundo, olhou todos ali presentes e respondeu:
Lola: Não!
Todos reagem incrédulos, com exceção dos amigos de Lola e seus filhos que ficam felizes com sua decisão. Eu não consegui disfarçar meu nervosismo perante os convidados, estava completamente transtornado peguei o braço daquela mulherzinha:
Antenor: Que brincadeira é essa? Você só pode estar brincando comigo.
Lola: Nunca falei tão sério em toda a minha vida. Me solte! Você está me machucando.
Antenor: Isso é pouco para o que você está me fazendo passar; padre poderia nos dar uns minutos lá na sacristia para conversar.
Lola: Eu não vou a lugar algum com você, não vou me casar com você e o casamento está cancelado.
Como ela ousou em dizer não na presença das figuras ilustres da nossa sociedade paulista, o meu sangue subiu nas veias tanto que eu peguei o braço de Lola com muita força quase a machucando aí aquele moleque veio de cantar de galo para cima de mim:
Alfredo: Solte minha mãe seu desgraçado! Não ouviu não! Não tem mais casamento.
Antenor: Se enxerga seu fedelho você sabe com quem está falando?
Alfredo: Sim estou falando com Antenor Cavalcante, empresário renomado que foi largado no altar durante cerimônia de casamento.
Antenor: Ora! Seu moleque você vai engolir cada palavra.
Alfredo estava indo na minha direção para acertar um soco na minha cara, mas Julinho foi mais rápido que o irmão não dando chance que mal tive tempo de reagir sendo atingido por um soco certeiro. O soco me fez eu cair no chão, eu me desequilibrei e tentei procurar algum apoio para se manter em pé. Ao por minha mão no queixo em razão do soco que Julinho havia dado eu olhei o filho de Lola que apontava o dedo para mim dizendo:
Julinho: Escute bem! Jamais volte importunar a nossa família e deixe a minha mãe em paz.
Antenor: Seu moleque você se esqueceu que ainda tem uma dívida comigo? E sua mãe prometeu casar comigo.
Alfredo: Ninguém esqueceu dessa dívida, nós iremos dar um jeito para pagá-la agora faça exatamente o que meu irmão mandou: deixa a nossa mãe em paz.
Antenor: Isso não vai ficar assim! Em breve vocês terão notícias minhas.
A campainha tocou na mansão, não perdendo tempo em cobrar Antenor o turco Assad foi logo falando com sete pedras na mão:
Assad: Como você é incompetente, nem com o seu dinheiro conseguiu comprar a viúva do Júlio, vamos ter que pensar em algo mais enérgico para eu ter aquela casa deles.
Antenor: Eu não admito que você fale comigo nesse tom, esqueceu quem sou eu seu idiota, se não fosse meu dinheiro você não teria resgatado a sua empresa. O melhor disso tudo que eu não tenho que me preocupar com aquele português. Ele não vai voltar para os braços dela nunca mais e aí podemos fazer o combinado.
Assad: Como você pode ter tanta certeza assim? Por acaso o sumiço dele tem dedo seu?
Antenor: Dessa vez eu não tenho nada ver com isso, mas graças a Deus alguém está me ajudando muito em mantê-lo longe dela.
Assad: Trate de pensar o mais rápido possível uma solução para o nosso problema.
Antenor: Agora me deixe sozinho com os meus pensamentos.
Assad se retirou dali deixando a mansão Cavalcante Antenor jurou a si mesmo que não iria sossegar até se vingar dos seus inimigos.
Hospital Samaritano
A ambulância onde estavam Afonso e Eleonora chegou no hospital, o português é submetido a uma série de exames Lola ficou na recepção andando de um lado para outro e pedindo a Deus:
Lola: Por favor meu Deus! Não o leve de mim de novo! Eu não sei se conseguirei ficar sem ele.
De repente uma voz conhecida atrás da protagonista:
Genu: Não fica assim amiga! Deve ser só um mal estar!
Virgulino: A Genu tem razão dona Lola eu acredito que esse mal estar deve ser porque ele está desnutrido.
Genu tentava acalmar a amiga, as duas amigas se dão um abraço emocionante sob os olhares do marido de Vírgulino. Ele tenta ir atrás de notícias de Afonso deixando a esposa e a amiga dela sozinhas ali na recepção.
Na sala de exames...
O médico pede à enfermeira que o ajude com Afonso, ela foi tirando a roupa que o português estava usando pra por aquelas roupas propícias de hospital de repente o médico se deparou com a marca no peitoral do português, uma leve incisão na coxa direita e um corte no seu pescoço. Aquelas marcas intrigaram muito o médico, ele foi examinando o paciente que volta a si. Meio confuso com tudo que está acontecendo e onde estava, o português se deu conta que ele foi parar no hospital e começou a se queixar das dores na cabeça:
Afonso: Ai minha cabeça! Parece que vai explodir.
Médico: O senhor está sentindo mais alguma coisa?
Afonso: Eu estou sentindo minhas mãos suando frio, palpitações e essa dor de cabeça.
Médico: Por acaso o senhor tem sentido isso depois de algum episódio traumático?
Afonso não sabia se contava o que havia acontecido com ele, antes de responder o médico ainda complementou o que desconfiava:
Médico: Tem haver com aquelas marcas que o senhor tem no seu corpo, especialmente àquela do seu peitoral: "Pati"?
O português não se conteve caiu no choro, mal conseguia dizer uma só palavra, não adiantou disfarçar o médico entendeu o que estava acontecendo.
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Eu Vi o Amor em Seus Olhos
FanfictionLola que era casada com Júlio , nunca imaginou se apaixonar por seu amigo Afonso que era também era casado, anos depois Lola agora viúva se daria uma chance ao amor de novo?