Capítulo 11 Amor que se Espalha

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Já havia se passado uma semana desde a partida de Inês, Afonso se dá conta que as compotas de dona Lola já havia se acabado e ele não foi entregar o dinheiro das vendas, o homem resolve se arrumar um pouco, tira a quantia referente às vendas e vai até a casa dos Lemos.

Ao chegar na casa de Eleonora, ele iria bater palmas anunciando sua chegada, mas, Isabel que está indo a casa de dona Genu o vê e o cumprimenta.

— Bom dia seu Afonso! Alguma notícia de Inês?

— Não, menina Isabel, a sua mãe está em casa?

— Sim, ela está nos fundos cuidando de uma horta, vai lá, até mais ver seu Afonso.

Afonso adentra na casa em direção aos fundos, ele encontra Lola agachada cuidando das mudinhas e elogia a horta.

— Mas olha só! Uma beleza de horta como essa, só poderia ser cuidada pela senhora, dona Lola.

— Não tem mistério né? Deve ser o amor que a gente coloca enquanto planta, por isso devem ficar tão formosas.

Ela se levanta indo em direção ao português, limpando as mãos no avental e logo pegando uma toalhinha que está em cima de uma pequena mesinha, ao lado da porta, assim, secando um pouco do suor que estava-lhe a escorrer pelo rosto e pescoço. Os poucos segundos em que o português acabara por ficar calado, mantém-se a observar cada gesto da doceira, não demorando, ele complementa o que ela havia dito anteriormente.

— Deve ser isso que espalha por aí, está nas suas mãos e no seu sorriso, todo o seu amor.

Ele abre sua mão direita, onde havia dois tomatinhos cereja, a mão dela faz seus dedos acarinhar aqueles pequenos frutos e Afonso segura por uns breves segundos a mão de Lola. Ambos começam sentir o calor do toque, o quitandeiro começa a se aproximar do rosto que o olhava com receio e ela tira rapidamente sua mão dele.

Ao se dar conta que foi indecente pede desculpas a matriarca dos Lemos, e por consequência, acaba por ficar ruborizado.

— Perdão, eu não queria constrangê-la desse jeito, o motivo que me trouxe aqui foi entregar o dinheiro das compotas e fazer novos pedidos, seria possível?

— Nossa! Já tinha até me esquecido disso, com os últimos acontecimentos que aconteceram em sua casa eu não tive coragem de cobrar. Obrigada, esse dinheiro vai ajudar muito, o senhor quer encomendar mais alguma coisa?

— Não dona Lola, depois passa no armazém e me leve as compotas. Agora preciso ir, até mais!

— Até mais seu Afonso. - Lola acena, dando um tchauzinho pro português e até o acompanha até a saída da casa, logo após, adentrando novamente a sua residência e ocupando-se com os afazeres domésticos.

"Eu devia estar sofrendo por causa de Shirley e Inês, agora só quero saber da minha filha, não entendo o porquê de estar me comportando desse jeito com dona Lola, espero que ela não fique irritada comigo. Será que eu tô enxergando ela com outros olhos?" Pensa Afonso enquanto caminha em direção ao seu local de trabalho...

Eu Vi o Amor em Seus OlhosOnde histórias criam vida. Descubra agora