Capitulo 97 Solução Final

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Hospital Central São Paulo
Eleonora chegou toda esbaforida no hospital procurando notícias de Alfredo ela perguntou a enfermeira:
Lola: Boa noite gostaria de saber o estado do meu filho que deu entrada hoje no começo da noite por conta de uma surra que ele sofreu.
Enfermeira: A senhora é mãe de Alfredo Lemos; ele teve duas costelas quebradas, o seu rosto está bastante inchado, um dos seus olhos está roxo, mas ele está fora de perigo. Vou levá-la até o quarto dele.
A enfermeira caminhou junto com Lola até o quarto de Alfredo, ela abriu a porta dando passagem para a mãe do rapaz adentrar ali e os deixou sozinhos. Lola o olhou naquela cama de hospital ficando completamente sem reação ela não conseguiu segurar o choro e começou a chorar baixinho. 
Alfredo estava despertando depois de ter ficado um bom tempo sob o efeito da medicação ele se virou e viu sua mãe chorando dolorosamente e disse:
Alfredo: Mãe por favor não fica assim! Eu vou ficar bem não irei descansar até por as mãos em quem mandou dar essa surra em mim.
Lola: Esquece isso Alfredo. Eu não quero te perder meu filho, vamos pensar na nossa vida e fazer planos para o futuro. Um dia à justiça será feita.
Alfredo: Pensa que eu não sei que o autor desse atentado contra mim foi aquele idiota do seu Antenor, mas isso não vai ficar assim quem esse homem pensa que é. Não é porque a senhora desistiu de se casar com ele isso não dá o direito de ele se vingar da senhora usando os seus filhos.
Lola: Eu quero que prometa para sua mãe que não vai fazer nada contra ele Alfredo. Promete? Esse homem já deu provas que é um homem sem escrúpulos quem sabe os seus capangas o denuncie.
Alfredo: Eu duvido muito que eles o entregue, mas eu prometo que não irei fazer nada.
Agora quero que você vá para casa e fique com seu Afonso ele precisa mais da senhora do que eu.
Alfredo olhou para a mãe pegando sua mão dando um beijo, ela se aproximou do filho deu um beijo na sua testa e falou:
Lola: Amanhã eu venho com o Afonso te ver e agora descanse.
Lola abriu a porta do quarto saindo logo em seguida indo em direção para a saída mais próxima do hospital.
4ª Delegacia de Polícia: Consolação
Os comparsas de Valdir chegam na delegacia na companhia do Major Fernandes que os levava algemados até a sala do delegado.
Delegado: Ora ora os irmãos Cravinhos aqui na minha delegacia, fazia tempo que eu não os via desde o último roubo que vocês praticaram contra o magnata Fabio Castilho o que vocês roubaram dessa vez?
Major Fernandes: Delegado eles não roubaram nada, eles estavam junto com o Fish* dando uma surra num pobre rapaz perto do cabaré Amores Roubados infelizmente o líder deles se matou assim que a polícia chegou no local.
Delegado: Que lástima seria o maior acontecimento da semana ter posto as mãos nesse verme. Quanto a vocês tratem de contar tudo o que aconteceu e o porquê de tanta violência.
Muito petulante Kenji não se intimidou com o delegado e disse:
Kenji: Escuta aqui doutor nós não iremos falar nada sem a presença do nosso advogado, nós temos o direito de dar um telefonema  e só iremos dizer algo se acharmos conveniente caso contrário permaneceremos calados.
O delegado bateu na mesa olhando para os irmãos Cravinhos falando:
Delegado: Baixa esse tom de voz rapaz, eu não sou da sua turma agora trate de ser breve nesse telefonema. Nós não temos a noite inteira temos mais o que fazer.
Kenji se aproximou do telefone, discou o número e pós o telefone na orelha:
Um pouco longe dali tocou-se o telefone uma mulher atende o chamado:
Ligação ON
Rose: Alô! Casa da família Cavalcante boa noite.
Kenji: Mãe sou eu o Kenji, o doutor está em casa? Preciso muito falar com ele eu e Cristiano estamos aqui no 4º DP porque precisamos de um advogado que nos tire daqui.
Rose: Santo Deus! O que vocês fizeram dessa vez meu filho? O seu Antenor não está em casa assim que ele chegar em casa eu dou o recado, agora me conta o que está acontecendo com vocês.
Kenji: Eu preciso desligar mãe agora, não esqueça de dar o recado tchau!
Ligação OFF
Pobre Rose era uma das empregadas que trabalhavam na casa de Antenor, era uma senhora viúva com dois filhos que infelizmente entraram no mundo do crime e faziam serviços sujos ao seu patrão.
Mal colocou o telefone no gancho o delegado foi logo dizendo:
Delegado: Pelo visto não conseguiu falar com o seu advogado não é mesmo? Mas vocês terão à noite toda para pensar no depoimento de vocês amanhã, major os leve até à cela.
Major Fernandes levou os irmãos Cravinhos para suas respectivas celas.
Na casa de Patrícia
Já eram quase dez horas da noite, Patricia olhava Antenor ali na sua cama deitado completamente nu de fato ela não podia negar que aquele homem provocava desejos nela, mas o seu coração e sua mente pertenciam ao seu português: Afonso; ela sacudiu o empresário para acorda-lo não gostando nada dessa atitude da amante:
Antenor: Podia ao menos me acordar com um beijo igual aquelas princesas tolinhas que eram beijadas por seus príncipes e depois a história acaba, mas diferente dessas histórias à história não acaba aqui.
Patrícia: Deixa de ser ridículo Antenor, você sabe muito bem que eu amo o Afonso precisamos fazer com que a Lola volte para você e eu consiga ter o Afonso de volta.
Antenor chegou bem perto da amante segurando o seu queixo com força e disse:
Antenor: Eu não gosto nada da maneira que você me trata, esqueceu com quem você está falando posso muito bem sair daqui e ir direto a polícia te denunciar pelo sequestro e o cárcere privado do seu querido português.
Patrícia: Você não seria capaz porque também sairá perdendo com isso, não conseguirá ter aquela viuvinha desgraçada.
O sangue subiu nas veias do vilão que acaba levantando a mão direita tascando um tabefe na cara de Patrícia.
Antenor: Nunca mais se refira à Eleonora dessa maneira fique bem claro que eu sou um homem e sei muito bem que você me quer tanto eu como a desejo. Agora eu preciso ir!
Antenor se levantou da cama, foi colocando sua roupa novamente, calçou os sapatos e se despediu de Patrícia colando os seus lábios nos dela de forma exagerada e saiu logo em seguida.
O motorista de Antenor o esperava no carro do lado do prédio de Patrícia o patrão dele entrou no mesmo e ambos seguiram rumo à mansão dele no Morumbi.
O carro se afastou daquele lugar rapidamente Patrícia olhava para a janela e pode respirar aliviada que o resto da noite poderia dormir tranquila vendo que o cafajeste foi embora.
Avenida Angélica
O último bonde que passava na Avenida Angélica chegou naquele instante, eram onze horas da noite Lola estava naquele bonde desceu e foi direto para casa de Afonso.
Ao chegar lá Virgulino estava fazendo companhia a ele, eles conversavam animadamente ao se depararem com a dona de casa a encheram de perguntas:
Virgulino: Como está Alfredo dona Lola?
Afonso: Você está bem querida? Falou com Alfredo?
Lola: Alfredo graças a Deus está fora de perigo, teve duas costelas quebradas, o rosto está com algumas marcas. Eu falei com ele nós temos quase certeza quem possa estar por trás disso é o Antenor. Infelizmente não temos provas fiz ele prometer que não fosse atrás desse mau caráter para acertar as contas. Amanhã quando formos vê-lo no hospital Afonso quero que você converse com ele sobre isso.
Virgulino: Agora que a senhora voltou posso ir para a casa a Genu deve estar preocupada qualquer coisa se precisarem estamos à disposição.
Afonso: Obrigado meu amigo!
Virgulino e Afonso se despediram com um tapinha nas costas, o marido de Genu se retirou deixando os protagonistas sozinhos:
Afonso: Foram muitas emoções hoje querida, vamos dormir agora amanhã iremos logo depois do café ver o Alfredo no hospital.
Lola: Vamos querido! Estou exausta nada melhor como uma boa noite de sono. Se você quiser eu durmo no quarto que era de Inês por conta daquele problema, me desculpa não queria te fazer se lembrar daquele incidente.
Afonso: Tudo que eu mais queria é dormir abraçadinho com você, mas eu te peço que tenha paciência comigo eu ainda não estou preparado de ter novamente um momento íntimo entre nós. Se é que me entende querida?
Lola: Lógico que entendo, eu não vou te abandonar vou estar sempre ao seu lado, iremos passar por isso juntos.
Ao chegar bem perto de Lola, Afonso segurou sua face, os dois ficaram parados um olhando para o outro.
Aqueles olhares revelavam muito mais do que a necessidade das palavras serem ditas o que o casal sentia um pelo outro, sem demora os lábios inflexíveis movimentavam-se o quitandeiro beijava a sua amada.
Segundo Augusto Branco: "Da primeira vez que ela me beijou eu espantei-me: seus lábios ardiam feito fogo! Então olhei em seus olhos,
e vi a doçura com que ela olhava-me.
Era como se uma chama estivesse beijando-me com carinho,e eu sabia que ela seria capaz de consumir toda a minha alma..."
Depois daquele beijo doce e sereno o casal se separou, indo cada um para os seus respectivos quartos.
Morumbi
Sentindo-se vitorioso por achar que conseguiu resolver o problema com Alfredo, Antenor chegou em casa todo sorridente foi preparar o seu whisky cowboy e sentou-se na sua poltrona da sala. O empresário estava relaxando tomando a sua bebida preferida quando Rose atrapalhou o seu sossego:
Antenor: O que você está fazendo aqui? Como ousa vir me incomodar a uma hora dessa.
Rose: Desculpa senhor, o meu filho ligou atrás do senhor e pediu que arrumasse um advogado para ele e o Cristiano porque os dois estão presos no 4º DP.
Por um segundo Antenor pensou consigo mesmo: "não pode ser, eles não podem me entregar preciso fazer alguma coisa." O empresário saiu dos seus devaneios a empregada estava parada o olhando e ele começou a gritar com ela:
Antenor: Saia daqui! Nunca mais diga esses nomes na minha presença.
A empregada saiu dali correndo muito arrasada pensando nos seus filhos presos naquela delegacia já Antenor para não descobrirem que o autor dessa emboscada era ele tinha que dar um jeito nos filhos de Rose antes que seja tarde demais.
Como Antenor era bastante influente e sabia muito bem lavar as mãos de certas pessoas passou a mão no telefone e fez uma ligação:
Ligação ON
Delegado: 4º DP boa noite em que posso ajudar?
Antenor: Que sorte que foi você que atendeu o telefone estou sabendo que você prendeu os irmãos Cravinhos estou certo?
Delegado: Sim esses dois são reincidentes, por acaso os conhece?
Antenor: Que tal você se livrar desses dois palermas de uma vez? Nada melhor que tirar umas férias lá na Europa com a família não acha?
Delegado: Não é que uma boa ideia, o que preciso fazer?
Antenor: Meu motorista daqui a pouco vai te levar um remedinho e uma maleta que você pode comprar a passagem para a família. Antes que eu me esqueça não tinha mais um homem com eles?
Delegado: Infelizmente o safado se matou antes que pudesse colocar as mãos nele. Uma dor de cabeça a menos foi tarde aquele desgraçado. Agora precisamos desligar antes que alguém escute a nossa conversa. Eu aguardo. Até logo!
Ligação OFF
Depois de ter colocado o telefone no gancho Antenor correu até o seu escritório abrindo o seu cofre e de lá de dentro tirou um frasco e um envelope cheio de dólares. Fechou o cofre, colocando o quadro sob a parede que não o deixava a mostra, pegou a maleta que estava sob sua escrivaninha colocando todo o dinheiro do envelope e depois foi atrás do seu motorista.
O motorista estava tomando um copo da água na cozinha quando seu patrão surgiu na sua frente e te deu ordens:
Antenor: Eu quero que você vá agora no 4º DP levar isso para o delegado diz que ele pode despejar todo conteúdo desse frasco na comida e dê essa maleta.
Motorista: Agora mesmo!
O motorista pegou seu quepe, as chaves do carro e seguiu para a delegacia conforme foi mandado.
Vinte e seis minutos depois...
O carro parou em frente ao 4º DP um homem moreno de um metro e noventa de altura, olhos azuis, que usava o uniforme de motorista saiu de dentro do mesmo e adentrou na delegacia. O homem chegou perguntando:
Henrique: Boa noite o delegado está? Preciso falar com ele urgente.
Delegado: Eu sou o próprio no que eu posso ajudar meu rapaz? - Fingindo que não sabia do que se tratava perante o escrivão ali presente.
Henrique: Será que eu posso falar com senhor a sós porque diz respeito a minha vida íntima não foi fácil vir aqui para dizer isso.
Delegado: Poderia me acompanhar até a minha sala, assim podemos conversar melhor. Qualquer diligência que aparecer tome nota João, eu não quero ser incomodado porque o rapaz parece aflito.
João: Pode deixar delegado eu cuido de tudo.
O delegado e Henrique caminharam por um largo corredor chegando numa porta semi- aberta e os dois entraram ali. A porta e as cortinas são fechadas Henrique sem perder tempo foi direto ao ponto:
Henrique: O senhor deve saber o motivo que me trouxe aqui não é mesmo? Aqui está o frasco basta despejar todo o conteúdo na comida e a maleta tem tudo que o senhor precisa.
O representante da lei pegou os objetos das mãos do motorista dando um último aviso:
Delegado: Hummm nem preciso dizer que você pode falar para o seu patrão que amanhã o problema dele será resolvido. Agora pode ir.
O motorista se retirou da sala do delegado indo embora para a mansão de Antenor enquanto o delegado guardou a maleta e o frasco na sua gaveta.
No dia seguinte um dos guardas da delegacia que era responsável por levar o dejejum dos presos foi levar também uma xícara de café para o delegado. O homem entrou na sala do delegado que estava cochilando por estar exausto depois de mais um dia de plantão noturno, ele foi deixar a xícara na escrivaninha o delegado desperta se assustando com sua presença acidentalmente o funcionário acaba derrubando aquela xícara de café em cima do chefe da polícia ele aos berros começou a gritar:
Delegado: Olha só o que você fez! Manchou toda minha roupa. - Aproveitando a distração do guarda despejou todo o conteúdo do vidrinho nas duas canecas do café dos irmãos Cravinhos, ele esvaziou o frasco e colocou no bolso do casaco.
Guarda: Me perdoa delegado! Eu vou levar o café dos presos, trago um pano para limpar essa bagunça já volto.
Delegado: Não precisa! Agora me deixa sozinho.
O guarda se retirou dali o delegado deu um sorriso maléfico e começou a dizer para si mesmo: "posso ter ficado encharcado e cheirando a café, mas foi a oportunidade perfeita para por o plano em prática." Ele riu sozinho ali na sala.
Um pouco afastado dali o guarda entregou o café para os irmãos Cravinhos:
Guarda: Vamos acordar! Aqui não é nenhum hotel cinco estrelas tomem logo esse café.
Kenji: Você chama isso de café? Faça me um favor nos deixe em paz.
Guarda: Trate de baixar a bola não sou eu que estou preso, agora tratem de tomar logo isso porque com certeza o delegado vai querer interrogá-los hoje.
Cristiano: Só iremos dar nosso depoimento na presença do nosso advogado caso contrário não falamos uma só palavra. Pode passar esse recado para a chefia.
Kenji e Cristiano começaram a tomar o café aproveitando que o policial tinha saído de perto deles, dando uma mordida de cada vez naquele pão amanhecido com margarina e café parecia mais água suja. Não demorou muito ao ingerir o café envenenado os bandidos começaram a sentir ardência na boca, rigidez do maxilar inferior, constrição na garganta, salivação excessiva, náuseas e vômitos.
O guarda estava levando o pano pra limpar a sujeira que fez na sala do delegado, no meio do caminho ele acaba passando na cela dos irmãos encontrando os rapazes caídos no chão com o sangue escorrendo pela boca. Ele ficou boquiaberto com aquela cena deplorável, se aproximou dos corpos e ambos estavam mortos.

Eu Vi o Amor em Seus OlhosOnde histórias criam vida. Descubra agora