Capítulo 101 Labirintos

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Na casa ao lado de nossa heroína, diferente que estava sendo uma despedida o amor era a intensidade que uniam aquelas pessoas, tão grande que nós sabemos muito bem o quanto eles eram apaixonados um pelo outro. Virgulino zelava tanto a sua esposa que ficou admirando-a dormindo como um anjo.
Ele se aproximou dela demonstrando que assim como aquela noite e os dias passados juntos nunca foram mentiras: acordando-a tocando seus lábios que sentindo aquele doce gosto de menta refrescante abriu seus olhos e deu um sorriso delicado como forma de agradecimento.
Genu: Bom dia meu amor!  Não é um pouco cedo para ir a telefônica?
Virgulino: Só hoje meu bem, como te disse vai começar uma nova funcionária seu Hilton pediu para mostrar todo o departamento antes do início do trabalho.
Genu: Virgulino Coutinho banque o chefe durão! Não seja bonzinho. Do mesmo jeito que os seus superiores o tratam você faz o mesmo com a novata.
Virgulino: Agora preciso ir! Até mais tarde.
Virgulino deu um selinho casto na mulher, abriu a porta do quarto e foi trabalhar. No momento que estava saindo de casa encontrou o amigo Afonso que logo percebeu sua tristeza só disse:
Virgulino: Bom dia Afonso! Mais tarde eu passo no armazém para conversarmos. Está bem?
Afonso: Tudo bem seu Virgulino!
Virgulino seguiu em direção a telefônica, Afonso caminhava para o armazém de repente deu de cara com Patrícia o esperando na porta do estabelecimento:
Patrícia: Afonso por acaso dormiu fora de casa? Para seu próprio bem e do nosso filho não vai me dizer que estava com aquela mulherzinha?
Afonso: Eu estava na casa dela sim, mas só fui terminar nosso relacionamento definitivamente. Não tem razão nenhuma de você estar com ciúme eu não pedi você em casamento, então agora vamos ir até o cartório marcar a data e logo em seguida anunciamos no jornal.
Patrícia: Você está falando sério em querer anunciar no jornal o nosso casamento? Primeiro vamos passar no meu apartamento porque eu vou me arrumar melhor não quero que a nossa foto que ficará estampada seja tirada comigo desse jeito e vamos cuidar também do seu visual.
Sem conseguir ao menos protestar às exigências da noiva, Afonso e Patrícia foram direto cuidar dos proclames do casamento. O que não imaginavam que aquela cena entre eles foi presenciada por Lola que olhava triste o seu amado estar de braço dado com a rival.
Telefônica, 7:30 a.m
Virgulino estava chegando no prédio da telefônica quando deu de cara com Vitória na frente do mesmo. Ela cruzou os olhares com os do novo chefe que assim como no dia anterior ao se conhecerem a mulher estava bem vestida, agora com social discreto e sóbrio, cabelo preso, usando óculos de grau, com uma bolsa preta.
Então deu um lampejo na memória de Virgulino se lembrando da noite anterior com a  esposa ele desviou o olhar a cumprimentou cordialmente:
Virgulino: Bom dia! Vamos conhecer todo o setor que irá trabalhar e depois o restante do prédio?
A jovem caminhou na direção do chefe, ela tentou ser gentil com ele:
Vitória: Bom dia! Com certeza Virgulino!
Virgulino a corrigiu esclarecendo que agora são chefe e subalterna:
Virgulino: Senhorita! É senhor Coutinho! Não fica bem me chamar pelo meu nome.
Vitória: Me desculpa! Não foi a minha intenção! Eu não sabia que o senhor era meu chefe.
Virgulino: Já são quase oito horas, entre por favor. Este é todo o setor que irá trabalhar, cada um é responsável por uma zona de SP, sou o responsável por todos aqui inclusive a senhorita. A senhorita tem 1 hora de almoço, deve chegar pontualmente às oito horas e saíra às 17:00, só às sextas que irá ficar até as 19:00 por conta da reunião com o seu Hilton.
Aquela é a Deise, pergunta onde fica os papéis que precisam da minha assinatura.
A novata foi se afastando do chefe, ele ficou pensativo na forma que havia tratado a garota: "homem você não é assim, não se fala desse jeito com uma mulher. Por que eu estou tão perturbado com a presença dela aqui?"
Alguns minutos depois Deise estava na sua frente dizendo que Vitória não conseguiu encontrar os documentos nos arquivos:
Deise: Virgulino a Vitória não encontrou os documentos nos arquivos eu até poderia ajudá-la mas não posso interromper o que estou fazendo porque é urgente. Daria ir até a sala do arquivo com ela e mostrar onde estariam esses papéis.
Ela percebeu que o homem estava aéreo estalou os seus dedos que o fez perceber sua presença ali:
Virgulino: Deise você está me dizendo que os documentos não foram encontrados como assim?
Deise: Eu disse que a novata não conseguiu encontrar os documentos no arquivo, eu até poderia ir lá com ela mas não posso interromper o que eu estou fazendo no momento. Daria para você ir com ela até lá e mostrar onde estão esses papéis.
Ele queria recusar aquele pedido, os seus princípios éticos passaram por cima do incômodo que sentia chamando:
Virgulino: Vitória venha comigo! Vou te mostrar onde ficam os documentos.
A menina caminhou até a sua direção, ele deixou o seu chapéu em cima da mesa e os dois se dirigiram para o arquivo.
Cartório 1º Registro Civil
Tabelião: Bom dia! No que eu posso ajudá-los? - Perguntou aos noivos.
Afonso: Gostaríamos de marcar o nosso casamento para o próximo final de semana.
Tabelião: Vou verificar só um momento. - O homem os olhava e já pensou que só pode ser porque a mulher estar grávida, mas não comentou nada.
Patrícia sussurrou baixinho no ouvido de Afonso: "Logo logo seremos marido e mulher querido."
Tabelião: Para o próximo sábado teremos as 11:00 da manhã estão de acordo?
Patrícia: Perfeitamente seu tabelião, pode registrar aí Patrícia Maciel Assunção e Afonso dos Santos Oliveira.
Tabelião: O senhor está de acordo com a data também?
Afonso: Estou de acordo. Precisa de quantos padrinhos para o casamento?
Tabelião: Um casal para cada um e duas testemunhas senhor.
Afonso: Até logo! Vamos Patrícia!
O casal saiu do cartório a vilã era só a felicidade por conseguir marcar o seu casamento com o português, como precisava anunciar no jornal o casamento na seção de eventos da cidade ela o levou até a redação do jornal do seu grande amigo Bonifácio Vieira.
Quinze minutos depois lá estavam no Diário de Notícias, um homem de cabelos grisalhos, alto, um pouco acima do peso e olhos castanhos escuros estava compenetrado com a pauta a voz de Patrícia o chamando se virou na sua direção que estava de braço dado com Afonso:
Bonifácio: Lembrou novamente dos pobres pati? O que devo a honra de sua visita com esse senhor?
Patrícia riu do comentário do jornalista e os apresentou:
Patrícia: Bonifácio esse é o Afonso meu futuro marido viemos anunciar nosso casamento que será no próximo sábado às 11:30 no 1º Cartório de Registro Civil.
Bonifácio: Muito prazer! Cuide bem dela se não vai se ver comigo meu caro. Brincadeira! Vou chamar o Kleber para fazer o retrato de vocês. Klebeeerr!!!
Afonso não expressava nenhum entusiasmo com aquilo tudo, de leve a megera deu um beliscão na mão dele como forma de reprovação com sua atitude ele mudou a expressão.
Kleber: Chamou Bonifácio? Qual é a reportagem da vez?
Bonifácio: Esse casal quero que os fotografe eles vão se casar no próximo sábado e vai sair no jornal de amanhã.
Kleber: Pode deixar! Me acompanhem!
O trio entrou na sala de Kleber que logo ajeitou todo ambiente e pediu que os dois ficassem bem perto um do outro lado de braço dado eles obedeceram o fotógrafo e o mesmo já fez a primeira foto deles juntos. Aproveitando aquela situação Patrícia pediu ao fotógrafo que fizesse essa fotografia, sem titubear ela tascou um beijo em Afonso que mal teve tempo de reagir. E mais uma vez foi registrado aquela cena.
Assim que foi registrado a foto Afonso pediu para ir embora dali, o trio retornou a redação Bonifácio disse a Patrícia:
Bonifácio: Querida sairá no jornal de amanhã. Vê se não vai sumir de novo hein...
Afonso e Patrícia se retiraram dali Kleber ao ver que os dois deixaram o prédio comentou com Bonifácio:
Kleber: Sua amiga é bem danada né? Acredita que ela pediu para por na sua matéria a foto do beijo que ela tascou no homem?
Bonifácio: Essa é a Patrícia. Não me surpreende! Vamos fazer a matéria!
Longe dali Afonso repreendeu a mulher na rua:
Afonso: Precisava disso Patrícia? Eu já dei minha palavra que vou me casar contigo. Vou para o armazém até logo.
Patrícia: Se acha que eu iria perder essa oportunidade para dar meu show, está muito enganado querido pode chamar sua filha para jantar conosco amanhã a noite que será nosso  noivado.
Afonso:Tá bom! Até amanhã!
O português se despediu da vilã, deixou-a em casa e seguiu em direção à Avenida Angélica.
Avenida Angélica
Eleonora estava cuidando dos afazeres domésticos, só o que vinha na sua cabeça na sua última noite de amor com seu amor e aquela triste despedida. Genu bateu na porta chamando a amiga:
Genu: Lolaaa! Está aí? Posso entrar?
Lola: Pode entrar Genu!
Assim que abriu a porta para a amiga, Genu viu que Lola não estava nada bem e a questiona:
Genu: Eu acho que vim em uma boa hora não é mesmo? Quer conversar amiga?
A amiga da nossa protagonista já a conhecia o suficiente para saber que ela não estava nada bem que seus olhos desabaram em lágrimas:
Lola: Perdi o Afonso para sempre Genu! A Patrícia está esperando um filho dele e os dois vão se casar.
Genu: Não posso acreditar que essa cobra vai conseguir ficar com seu Afonso. Quem garante que ela está realmente grávida? E se tiver o filho é dele mesmo?
Lola: Ela está grávida porque a vimos no hospital no dia que o Alfredo sofreu o atentado, Afonso tem certeza absoluta porque foi obrigado por ela enquanto estava sob seu poder a ter momento de intimidade se é que me entende Genu?
Genu: Não sei o que dizer amiga. Vamos acreditar que alguma coisa possa acontecer no dia do casamento e assim vocês poderão voltar a ficar juntos.
O assassinato dos envolvidos mais o suicídio de Fish* ainda era um mistério para os policiais no distrito exceto o delegado que não havia dado as caras desde o dia das mortes dos presos para cumprir o plantão. Major Fernandes ocupava seu lugar no distrito, ele chegou a comentar com João, o escrevente que estava no dia da chegada dos irmãos Cravinhos:
Major Fernandes: Esse suicídio do Fish e essas mortes aqui dentro da delegacia não me sai da cabeça João e o delegado sumiu desde esse dia. Será que tudo isso tem ligação?
João: Eu me lembro que na noite anterior o delegado recebeu uma visita muito esquisita confesso que não acreditei em uma só palavra que aquele homem disse.
Major ficou interessado na história pedindo maiores detalhes ao escrevente:
Major: Conte mais João. O que ele disse?
João: Ele pediu para falar a sós com o delegado porque era um assunto delicado e não queria que estivesse ninguém presente. Mas o que mais me intrigou foi a maleta que ele estava carregando e depois foi embora sem ela.
Major: Muito interessante. E depois que o senhor saiu da delegacia o delegado saiu logo em seguida?
João: Sim Major, o delegado levava aquela maleta com ele. No dia seguinte o senhor se lembra que um pouco antes dos irmãos Cravinhos terem sido encontrados mortos o guarda Zeca estava levando café para o delegado e para os prisioneiros? E depois aconteceu todo aquele incidente e logo em seguida os rapazes estavam mortos.
Major: Acho que estou conseguindo entender onde você quer chegar isso tudo acontecer ao mesmo tempo. Por acaso será que o delegado está envolvido nisso?
Eu vou até a casa dele saber o motivo do seu sumiço. Não volto do almoço.
Antes de pegar a viatura deparou-se com o jornal na porta da delegacia e nele estava estampado na primeira página: IRMÃOS CRAVINHOS SÃO ENCONTRADOS MORTOS NAS SUAS CELAS." Ao ler a notícia resolveu ir atrás também da família para eles serem enterrados. O policial pegou a viatura e foi até a casa do chefe.
Do distrito até a casa do delegado o trajeto durou vinte minutos, ele estacionou em frente a casa ao sair do carro foi direto tocar a campainha. Tocou uma vez, duas vezes e nada! Um vizinho que estava chegando para o almoço viu o policial e disse:
Vizinho: O senhor está procurando o delegado ou alguém da família?
Major: O delegado mesmo eu trabalho com ele estou estranhando que ele não apareceu no trabalho já faz dois dias por acaso o senhor sabe dele?
Vizinho: Eu o vi saindo com toda família com malas há dois dias e depois não os vi mais. Ele parecia com pressa nem deu tempo de eu me despedir.
Major: Obrigado pela informação! Vou cuidar dos meus afazeres.
O policial se despediu, indo em direção a casa da família dos irmãos Cravinhos logo em seguida mas não saiu de sua cabeça o que o homem havia falado a respeito do delegado: "muita coincidência o delegado sair da cidade com a família toda logo após a morte dos jovens na delegacia será que ele está envolvido nisso? Ou tem alguém que está por trás do esquema?"
Morumbi
Rose estava cuidando dos seus afazeres domésticos na mansão Cavalcante Henrique chegou todo eufórico na cozinha com o jornal nas mãos e disse:
Henrique: Rose eu não sei como vou te dizer isso sinto muito.
Rose: O que foi homem? Está branco igual a um papel.
Henrique: Seus filhos estão mortos. Vou pegar um copo d'água com açúcar.
Rose: Como assim? Você só pode estar brincando comigo.
Henrique: Antes fosse está aqui no jornal veja com seus próprios olhos.
A mulher pegou o jornal, as suas mãos começaram a tremer e ao ler a notícia ficou boquiaberta que era verdade sua visão ficou turva tudo girou a sua volta e ela desmaiou ali.
O motorista se agachou para socorrê-la, pegou um pano colocando um pouco de álcool pondo próximo ao nariz dela que a fez despertar:
Rose: O que foi que aconteceu? Fala que tudo isso é um sonho Henrique.
Henrique: Você desmaiou infelizmente queria que isso não fosse verdade agora se acalma. Depois a levo lá na delegacia para maiores informações onde eles estão.
Rose: Eu quero ir agora! São meus filhos me leve até lá por favor!
Henrique: O seu Antenor não vai gostar nada quando souber que nós saímos no meio do expediente Rose. Espere ele chegar em casa aí você pede pra ele.
Rose: Se você não quer me ajudar então vou sozinha.
A campainha tocou naquele instante, Henrique interrompeu a discussão e Rose estava quase saindo quando o policial perguntou:
Major: Boa tarde! É aqui que trabalha a mãe dos irmãos Cravinhos?
Rose: Sou eu doutor. Do que se trata? Poderia voltar outra hora estou indo saber notícias dos meus filhos.
Major: Era justamente deles que eu vim falar, a senhora precisa fazer o reconhecimento dos corpos eles infelizmente faleceram.
Rose: Meu Deus! Por que? Doutor como isso foi acontecer?
Major: Não sabemos ao certo, eles foram encontrados mortos nas celas. A senhora sabe se ele tinha algum desafeto?
Rose: Não senhor! Desde que eles entraram no mundo do crime eles só me procuravam para tirá-los da cadeia doutor.
Major: Poderia me acompanhar?
Rose: Eu ia agora mesmo na delegacia vamos doutor, Henrique avise ao seu Antenor que eu  não tenho hora para voltar.
Henrique: Mas Rose...
Nem terminou a frase a mulher e o policial seguiram para o IML.
Telefônica
Estavam no arquivo do prédio procurando os documentos que precisavam dar sequência no contrato, Virgulino apontou o dedo para uma caixa que estava um pouco acima de onde Vitória estava com a escada:
Virgulino: Só pode estar naquela caixa ali, pegue-a.
A garota foi pegar a caixa, ela foi pegar a mesma acabou se desequilibrando e caindo em cima do homem. Os corpos ficam bem juntos; era a primeira vez que os seus olhares se cruzaram, Virgulino e Vitória pareciam enxergar o paraíso ela estava prestes a chegar perto da boca dele prevendo o que podia acontecer o homem se afastou rapidamente e disse:
Virgulino: A senhorita se machucou com a queda? Acho que podemos voltar aos nossos postos estou certo?
Vitória: Não senhor, está tudo bem!
Vitória levantou-se do chão, pegou a caixa com os documentos e seguiu juntamente com seu chefe para o departamento deles.
Do outro lado da cidade Rose estava fazendo o reconhecimento dos corpos de seus filhos ela não conseguiu segurar o choro diante do policial.
Rose: Meus filhos por que? Onde foi que eu errei na educação de vocês?
O agente tentou confortar aquela mãe que estava em prantos:
Major: Sinto muito senhora! Eu não sou mãe, mas eu tenho a minha que essa mesma dor ela sentiu quando meu irmão morreu no confronto da revolução de 1932.
Eu sei que não é o momento, preciso perguntar quem pagava o advogado dos seus filhos senhora?
Rose: Meu patrão doutor, Antenor Cavalcante. Ele viu os meus filhos nascerem e chegarem no fundo do poço. Na ligação que eles tinham direito pediram que o avisasse para comunicar o advogado e assim saírem da prisão.
Major: Eles estavam junto com o líder deles no momento que foram pegos em flagrante, Albert Fish*, mas ele gostava de ser chamado por Valdir. Por acaso a senhora o conhecia?
Aquele nome não era estranho para a empregada, soava familiar mas não tinha certeza preferiu negar a autoridade:
Rose: Não senhor. Poderia me deixar de volta a mansão? A uma hora dessa meu patrão já deve ter chegado em casa e ter dado por minha falta doutor.
Major: Sim senhora. Caso se lembre de alguma coisa me procure nesse endereço.
O agente não se convenceu da negativa da mulher, eles entraram na viatura e seguiram de volta ao Morumbi.
Meia hora depois...
Lá estava a viatura novamente parada na frente da mansão Cavalcante o policial tornou a repetir o que havia dito no IML:
Major: Caso se lembre de algo relevante a respeito dos seus filhos enquanto estavam no mundo do crime me procure a senhora já tem meu cartão.
A empregada saiu do carro, entrou na mansão dando de cara completamente furioso:
Antenor: Como ousa largar o trabalho sem mais nem menos Rose. A uma hora dessa estaria cuidando do meu jantar.
Rose: Mas senhor o Hen...
Antenor: Não tem mais e nem menos não é de hoje que eu tenho reparado que o seu serviço está deixando a desejar Rose.
Rose: Eu soube que meus filhos morreram e tive que fazer o reconhecimento dos corpos porque um policial veio atrás de algum parente.
Para evitar a investigação sobre a morte dos rapazes e chegarem até ele só fez ter a certeza em relação à sua decisão:
Antenor: A senhora está despedida! Trate de arrumar suas trouxas e dar o fora daqui amanhã não quero ver mais sua cara. Depois procure minha secretária daqui dois dias para receber o que tem direito. Quanto aos seus filhos meus pêsames.
Rose: Por favor senhor! Eu não tenho para onde ir preciso muito desse trabalho.
Antenor nem deu ouvidos para o apelo da mulher que começou a chorar compulsivamente; ele se retirou da sala e ela foi para a cozinha que acabou encontrando Henrique que logo deduziu o que havia acontecido:
Henrique: Tá vendo eu te disse que não era uma boa ideia sair no meio do trabalho agora não tem teto para morar e emprego Rose.
Rose: Eu tenho todo direito de ir atrás dos meus filhos, agora a vida os tirou de mim o que é ficar sem casa e emprego agora que perdi a maior razão de viver: meus filhos.
A empregada encerrou a conversa foi ao seu quartinho arrumar as suas malas, ela se lembrou de algo que poderia usar para se vingar do ex patrão: o dia que recebeu a visita de uma mulher que dava escândalo pedindo para ter uma conversa com ele e depois a viu saindo com uma roupa da sua antiga patroa.
Mas o que isso poderia ajudá-la se vingar do todo poderoso Antenor Cavalcante?
Já tinha anoitecido, Virgulino estava retornando para casa ele precisava falar com Afonso conforme havia combinado mais cedo e mais precisava desabafar com alguém antes que explodiria por dentro. O português estava fechando o armazém ele avistou o amigo se aproximando e logo os homens entraram no estabelecimento fechando-o começando a prosa:
Afonso: Como queria que isso tudo não fosse verdade Virgulino. Ter que se casar com aquela mulher que me fez tanto mal e ainda ter um filho dela. Eu amo e amarei sempre Lola.
Virgulino: O amigo já pensou se realmente o filho dela é seu? Quem garante se ela não tenha alguém e os dois tiveram algo mais íntimo Afonso.
Afonso: Ela não seria capaz de algo assim, uma coisa ela ter cometido aquelas atrocidades contra mim e ainda se aproveitou da minha fragilidade porque ela acha que me ama que não passa de obsessão.
Virgulino: Se ela é doente amigo por que não a coloca no manicômio?
Afonso: Depois que a criança nascer eu cuidarei disso. E o amigo também não parece nada bem você e dona Genu brigaram?
Virgulino pegou um pouco de branquinha colocou no copo engolindo a seco e começou a contar:
Virgulino: Nós não brigamos Afonso, o problema sou eu entrou uma nova funcionária na Telefônica não sei o que está acontecendo comigo ela está me deixando incomodado com sua presença hoje foi seu primeiro dia lá e por pouco achei que não conseguiria resistir e quase nos beijamos.
Afonso: Você está me dizendo que quase a beijou, homem de Deus como foi isso?
Virgulino: Eu tive que ir com ela até o arquivo da telefônica, no momento que foi pegar a caixa que estavam os documentos ela se desequilibrou caindo em cima de mim quando me dei conta que podia acontecer eu me afastei rapidamente tenho medo que não consiga aguentar por muito tempo.
Afonso: Precisa manter a cabeça fria, não vai chegar com essa cara em casa pelo que nos conhecemos dona Genu ela vai suspeitar que o amigo está escondendo algo. Melhor ir para casa ela deve estar pensando que aconteceu alguma coisa.
Virgulino: Até mais ver! Obrigado por me ouvir.
Afonso: Eu digo o mesmo. Cuidado hein.
Os dois amigos se despediram e Virgulino foi para casa.

Eu Vi o Amor em Seus OlhosOnde histórias criam vida. Descubra agora