Capítulo 91 Por um Triz

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Depois de ter refletido a respeito o que havia acontecido nas últimas semanas Eleonora saiu da sala foi direto até Alfredo que a esperava do lado de fora da casa o rapaz olhou a mãe que sem titubear disse ao filho:
Lola: Vamos Alfredo está quase na hora temos que nos apressar.
Alfredo: A senhora tem certeza que quer fazer isso minha mãe?
Lola: Sim meu filho, nunca tive tanta certeza em minha vida.
Alfredo e Eleonora entraram no carro seguindo rumo à igreja. Assim que o carro partiu da Avenida Angélica, o som do carro ia ficando distante que chamava a atenção de Afonso ao ver o mesmo não está mais sob seu campo de visão.
O português entrou na sua residência, mas  não conseguia tirar da sua cabeça o momento que havia tido à poucas horas antes:
Flashback ON
Lola: A... Afonso.
Afonso que estava de costas ao ouvir a voz de Eleonora virou-se e ficou a olhando sem saber o que dizer.
Lola: Você voltou! - Disse Lola emocionada.
Afonso: Voltei, quero dizer que Alfredo e Virgulino me resgataram, mas pelo visto foi tarde demais não é mesmo? Você vai se casar hoje.
Lola: Afonso não é bem assim. Você sumiu e aconteceu coisas...
Afonso: Eu sumi porque a Patrícia está completamente louca, me sequestrou, me manteve trancado num porão de algum lugar, me obrigou a fazer coisas e eu só conseguia pensar que algum dia eu iria sair de lá e voltar para os seus braços. Quando finalmente eu me livro daquela louca fico sabendo que você vai se casar e hoje ainda!
Lola: Afonso me deixa explicar, as coisas não são como parecem ser. Eu não tive escolha...
Afonso: Até aquele momento você não teve, agora tem! Desista dessa loucura e fique comigo.
Lola: Eu sinto muito, mas eu não posso. - Disse  a mulher.
Afonso se aproximou de Eleonora e lhe deu um beijo apaixonado ela não conseguiu resistir e correspondeu ao beijo do português. Alguns minutos depois ela caiu em si e se afastou de Afonso dizendo:
Lola: É melhor você ir embora. - Disse Lola e virou as costas, pois sabia que se olhasse para o amado não iria conseguir, ela esperou que ele saísse, assim que ouviu a porta bater Lola se virou e já não aguentando mais caiu no choro.
Flashback OFF
Enquanto Afonso procurava alguma razão que não fazia Lola mudar sua postura em relação ao casamento arranjado, Patrícia recobrou a consciência depois da pancada na cabeça e disse a si mesma: "ai minha cabeça, não posso acreditar que o meu docinho fugiu e não vai demorar muito ele vai me denunciar para as autoridades e eu serei presa. Isso não pode acontecer. Mas como vou avisar para o Antenor que Afonso está de volta. Mando um bilhete o avisando, não, eu vou até à igreja avisa-lo agora mesmo.
Patrícia se recompôs rapidamente, pegou sua bolsa e seguiu para a igreja.
Na igreja da Catedral da Sé estavam presentes muitas pessoas importantes ligadas ao noivo Antenor, poucos familiares, a família da noiva, seus amigos Genuína e Virgulino, Durvalina e Marcelo, Lili, Lúcio, Assad e sua família. Genu não se conteve resolveu colocar o marido contra a parede:
Genu: Pensa que eu acreditei naquela história de assalto senhor Virgulino Coutinho está muito enganado, desembucha homem. O que foi que aconteceu?
Virgulino viu que não tinha alternativa a não ser contar o que está acontecendo e começou a dizer a verdade a esposa:
Virgulino: Só te peço por tudo que é mais sagrado contenha-se Genu. Eu e Alfredo fomos resgatar o nosso amigo Afonso.
Genu: Peraí! Como assim vocês foram resgatar seu Afonso? Você sabia do paradeiro dele esse tempo todo e não disse nada, que belo amigo você é com a nossa amiga Lola.
Virgulino: Genu escute eu e Alfredo só descobrimos isso a poucos dias e tínhamos que escolher um momento propício para tirá-lo de lá. Ele foi mantido refém daquela ex namorada dele: a Patrícia, o pior que ela estava prestes a esfaquear o Afonso quando conseguimos soltá-lo aí eu entrei na frente dele e ela acabou me atingindo. Alfredo deu um golpe na cabeça dela, ela caiu desmaiada e conseguimos sair dali.
Genu: E cadê seu Afonso para impedir esse casamento da minha amiga?
Virgulino: Eu espero que a uma hora dessa ele tenha conseguido falar com dona Lola e os dois tenham se entendido.
Genu: Deus te ouça! Nunca mais me esconda nada ouviu senhor Virgulino Coutinho?
Virgulino balançou a cabeça confirmando o pedido da esposa, que a fez lançar um olhar para ele como se dissesse: "olha lá hein." Genu  queria saber todos os detalhes do lugar em que estava Afonso e o seu estado, Virgulino disse baixinho:
Virgulino: Falamos disso depois aqui não é lugar. Você prometeu se conter mulher.
Genu: Está bem!
Enquanto todos aguardavam a chegada da noiva, o noivo parecia um pouco nervoso olhava o relógio que dizia que estava chegando o horário estipulado para iniciar a cerimônia.
Um carro parou em frente à catedral era a noiva acompanhada de Alfredo, ela saiu do carro dando o braço para o filho ele mais uma vez fez a pergunta à mãe:
Alfredo: A senhora tem certeza que quer levar essa história adiante?
Lola: Sim meu filho.
Um pouco distante de onde havia parado o carro de Alfredo e Eleonora, um outro carro estava parado com uma mulher e o motorista que falou:
Motorista: O endereço é esse senhorita?
Patrícia olhou Eleonora vestida de noiva na companhia do filho pensou consigo mesma: "eu acho que não devo me preocupar com isso, ela vai se casar com o Antenor e quem sabe eu consiga fazer o Afonso não dar queixa de mim na polícia."
Motorista: Senhorita? O endereço é esse?
Patrícia: Perdão! Eu estava distraída com umas coisas aqui, podemos sair daqui não estou me sentindo bem.
Motorista: Quer que eu a leve para algum hospital?
Patrícia: Não precisa, pode me deixar no mesmo endereço que me pegou.
O motorista ligou o carro, ele deu partida e seguiu para o local que havia pego a vilã, nem Alfredo e Lola perceberam a presença do carro que estava ali.
Lola não parecia triste com o seu casamento que estava prestes acontecer, ela e Alfredo ficaram parados em frente a porta da igreja aguardando o início da marcha nupcial.
A marcha nupcial começou a tocar, a porta se abriu, Alfredo conduzia a noiva até o altar sob os olhares dos convidados Genu olhava para Virgulino que também não estava entendendo nada, ele pensava que a melhor amiga de sua esposa e o seu melhor amigo haviam se acertado.
O padre começou a cerimônia:
Padre: Noivos caríssimos, viestes à casa da Igreja
para que o vosso propósito de contrair Matrimónio seja firmado com o sagrado selo de Deus, perante o ministro da Igreja e na presença da comunidade cristã.
Cristo vai abençoar o vosso amor conjugal. Ele, que já vos consagrou pelo santo Batismo, vai agora dotar-vos e fortalecer-vos com a graça especial de um novo Sacramento para poderdes assumir o dever de mútua e perpétua fidelidade e as demais obrigações do Matrimónio. Diante da Igreja, vou, pois, interrogar-vos sobre as vossas disposições.
Antenor Cavalcante e Eleonora Amaral viestes aqui para celebrar o vosso Matrimónio.
Padre: Em Nome do Pai,do Filho e do Espírito Santo.
Todos: Amém.
Padre: A graça do Nosso Senhor Jesus Cristo,o amor do Pai e a comunhão do Espírito Santo,estejam convosco.
Todos: Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo.
Padre: Antenor, é de livre e espontânea vontade que você aceita Eleonora como sua legítima esposa? Prometendo ser- lhe fiel, amar-lhe e respeitar-lhe na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, todos os dias da sua vida."
Antenor: Sim aceito.
Padre: Eleonora, é de livre e espontânea vontade que você aceita Antenor como seu legítimo marido? Prometendo ser- lhe fiel, amar-lhe e respeitar-lhe na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, todos os dias da sua vida."
Eleonora respirou fundo, olhou todos ali presentes e respondeu:
Lola: Não!
Todos reagem incrédulos, com exceção dos amigos de Lola e seus filhos que ficam felizes com sua decisão. Antenor completamente transtornado segurou o braço de Eleonora com força:
Antenor: Que brincadeira é essa? Você só pode estar brincando comigo.
Lola: Nunca falei tão sério em toda a minha vida. Me solte! Você está me machucando.
Antenor: Isso é pouco para o que você está me fazendo passar; padre poderia nos dar uns minutos lá na sacristia para conversar.
Lola: Eu não vou a lugar algum com você, não vou me casar com você e o casamento está cancelado.
O sangue subiu nas veias de Antenor que segurava o braço de Lola estava quase a machucando quando Alfredo entrou no meio da conversa:
Alfredo: Solte minha mãe seu desgraçado! Não ouviu não! Não tem mais casamento.
Antenor: Se enxerga seu fedelho você sabe com quem está falando?
Alfredo: Sim estou falando com Antenor Cavalcante, empresário renomado que foi largado no altar durante cerimônia de casamento.
Antenor: Ora! Seu moleque você vai engolir cada palavra.
Alfredo estava indo em direção a Antenor para acertar um soco em sua cara, mas Julinho foi mais rápido que o irmão não dando chance ao empresário que mal teve tempo de reagir sendo atingido por um soco certeiro. O soco fez o empresário cair no chão, ele se desequilibrou e tentou procurar algum apoio para se manter em pé. Ao por sua mão no queixo em razão do soco que Julinho havia dado Antenor olhou o filho de Lola que apontava o dedo para ele dizendo:
Julinho: Escute bem! Jamais volte importunar a nossa família e deixe a minha mãe em paz.
Antenor: Seu moleque você se esqueceu que ainda tem uma dívida comigo? E sua mãe prometeu casar comigo.
Alfredo: Ninguém esqueceu dessa dívida, nós iremos dar um jeito para pagá-la agora faça exatamente o que meu irmão mandou: deixa a nossa mãe em paz.
Antenor: Isso não vai ficar assim! Em breve vocês terão notícias minhas.
Antenor saiu da igreja cuspindo marimbondo, a imprensa foi atrás dele pedindo uma coletiva que nem deu ouvidos aos jornalistas entrou no seu carro saindo da igreja o mais rápido possível.
Genuina, Virgulino, Durvalina se aproximaram de Lola que respirava aliviada de ter conseguido criar coragem:
Genu: Lola por um momento eu jurava que você iria se casar com aquele patife, porque tanto eu e Virgulino não entendemos que a uma hora dessa você e seu Afonso estariam juntos novamente.
Virgulino interrompeu a esposa:
Virgulino: Eu sei que você está querendo saber tintim por tintim de não haver casamento, mas precisamos voltar para casa quero dizer preciso ver como está o meu amigo Afonso.
Alfredo entrou no meio da conversa  concordando com a ideia:
Alfredo: Precisamos ir mesmo, o seu Afonso não deve estar bem.
Lola ficou apreensiva com as palavras ditas por Alfredo e Virgulino, ela saiu andando com os mesmos que cada um entrou num carro, acompanhou os seus filhos com exceção de Alfredo que seguiu com Adelaide, Justina e Emilia.
Na casa de Afonso, o português estava pensando que a sua amada a uma hora dessa estaria novamente casada sem imaginar que não houve casamento, ele pegou um cálice do seu vinho do porto e começou e bebe-lo.
Enquanto tentava esquecer aquele terrível dia, tocou a campainha na casa do português. Afonso pós o seu cálice na cabeceira da mesinha da sala ao abrir a porta deu de cara com Lola. Ela se aproximou dele cruzando a porta pode notar que seu coração foi cravado com uma tristeza perpétua e mórbida. E disse:
Lola: Podemos conversar?

Eu Vi o Amor em Seus OlhosOnde histórias criam vida. Descubra agora