Aviso para as leitoras: As cenas que vocês lerão agora contém referências a BDSM, mas no caso, não é consensual a aplicação desses métodos. Cenas sensíveis e bem detalhas estão a vir, caso você tenha sensibilidade ao ler este tipo de gênero e/ou não seja um gênero que você goste de ler, favor, pular este capítulo.
Formulário de Tratamento de Pacientes
Paciente: Afonso dos Santos Oliveira
Idade do paciente: 48 anos
Dra: Patrícia Carvalho Cavalcante
Data: 27/08/1933Descrição física do paciente: 1,76 de altura, cabelos curtos negros com alguns poucos fios grisalhos visíveis, bigode mais grisalho que os fios capilares, aparenta estar alguns poucos quilos abaixo do peso recomendável, não tem rugas, algumas linhas de expressão são visíveis em sua testa e bochechas. Ele tem ganhado olheiras, estão um pouco mais profundas de dois dias para cá. Algumas cicatrizes em sua barriga, peitoral, pernas e braços são visíveis.
Descrição psicológica do paciente: Está muito introspectivo, não tem falado muito faz duas semanas, ele tem reagido menos aos procedimentos que tenho feito nele, como se tais não fizessem nem sequer cócegas nele. O paciente tem rejeitado a comida que tenho levado a ele com mais frequência.
Procedimento utilizado no dia: E lá vai eu, doutora Patrícia Carvalho Cavalcante transformar mais um relatório de detalhamento de procedimento utilizado no dia em o meu diário, mas quem se importa com isso? Só sou eu mesma que leio esta papelada toda mesmo. Creio que eu deveria ter um, assim não ficava tão confuso... Pra mim ao menos, e sabe, até que é interessante ficar escrevendo desta maneira, detalhando todos os detalhes que lhe aconteceu no dia, mas, sem mais delongas, irei falar mais do que aconteceu no dia de hoje.
Estava preparando um bom café da manhã para o paciente e havia me lembrado de que tinha uma notícia importantíssima para dizer e mostrar pra ele. Fui caminhando calmamente até o quarto onde ele dorme e assim que consigo entrar e fechar a porta do local, o pego no flagra escondendo cartas e uma pequena agenda dentro de um buraco que havia na parede do local que ficava por detrás de alguns móveis velhos, pedaços de madeira sem utilidade, entre outras coisas. Acabei sentindo um pouco de raiva e acabei dando uns dois tapas no rosto dele, após acabou me insultando e afrontou-me, mas, usei a minha carta na manga e mostrei-lhe o jornal da semana passada, deixando-o informado da mais nova notícia que estava a rolar não só na coluna de fofoca e na capa, mas, que mal saia da boca do povo, não importa a classe social, da classe mais alta até mesmo a ralé estavam a comentar fervorosamente sobre o casamento tão rápido, inesperado e luxuoso que se poderia ver naquela cidade nesse ano! O matrimônio da viúva Eleonora Amaral com o muito bem sucedido empresário Antenor Cavalcante promete ser um dos mais luxuosos que toda a cidade de São Paulo poderia ter.
Antes mesmo que eu pudesse observar mais da reação que o paciente estava a ter, ouço a campainha tocar, não demoro muito para retirar-me do recinto e subir as escadas.
Caminhando calmamente até a porta, abro-a e me surpreendo quem estava a me visitar, o senhor Antenor. Obviamente eu pedi para que entrasse em minha casa e assim o fez, começando a conversa sem muita enrolação e vai direto ao ponto, perguntando se aqui era onde estava o Afonso. Sem hesitar muito eu obviamente neguei e me fiz de sonsa, mas em poucos minutos de conversa percebi que o empresário só queria ter a garantia de onde quer que o meu pudinzinho estivesse, ficasse bem longe de Lola e que se possível, nunca mais fosse atrás dela. Resolvi falar só um pouco do que realmente está acontecendo pra ele, pois vai que ele só está colhendo informações e tudo o que tenha feito só tivesse sido iscas para, desta forma, conseguir uma localização ou até mesmo um simples sinal de fumaça dizendo que estava vivo. Fui já dizendo que sim, o paciente está na casa e que nem tão cedo irá atrapalhar os planos do homem. Com um sorriso de vitorioso, o empresário dá-me um punhado de dinheiro e afirma que de onde veio esse pode vir muito mais se eu garantisse que o deixasse fora do mapa para sempre. Sequer pestanejei, obviamente eu aceitei a condição e fiquei com o olhar compenetrado no maço de dinheiro que estava em minhas mãos, contando cédula por cédula o total que havia presente em minhas delicada e hidratadas mãos que estavam cheirando à frutas vermelhas, por conta do hidratante. Após a contagem, tinha em minhas mãos, nada menos que 100 contos. Surpresa fiquei ao ver tal quantia, e não posso negar, já estava a ficar ansiosa para que os próximos contos venham logo para mim e assim eu possa dar uns ajustes no quarto do paciente, dessa forma, deixando um pouco melhor e até mais aconchegante para ele dormir. Com esse dinheiro, da até para comprar umas roupas novas tanto pra ele quanto pra mim, roupa boa, de qualidade! Antenor só demorou o tempo de beber um copo de suco de mirtilo e foi-se embora, pois o dia do homem ainda era muito cheio e até o dia do casamento, vai ser assim, lotado.
Após despedir-me do empresário, paro para observar o beco e vejo uma movimentação estranha no início dele, uma silhueta jovem masculina familiar passou pela estrada rapidamente, sendo alto, levemente musculoso e de cabelos escuros com a pele alva. Como que se quisesse se esconder de mim ou do Antenor. Não dei tanta importância pelo fato de estar muito longe e ter sido só um engano meu, afinal, pode ter sido só um belo rapaz que estivesse atrasado para algum compromisso importante em algum lugar desta bela e enorme cidade.
Fecho a porta, caminho com o dinheiro na mão pela casa até o meu quarto, onde lá eu guardo o maço na primeira gaveta de maquiagem da minha penteadeira. Aproveitando que estou no recinto, resolvo colocar uma roupa melhor, estava animada demais pra só fazer o mesmo procedimento sempre, dei uma variada hoje e eu acredito veementemente que o meu paciente gostou das minhas vestes. Coloquei uma bela peça íntima que usei em poucas e raras ocasiões, só nas que eu realmente considerava importante, e essa é uma delas. Coloquei por cima um robe que eu gosto muito de usar, da cor cinza, pois seria muito descuido sair andando pela casa somente usando estas vestimentas, afinal, esse beco pode até ser bem calmo, mas o tanto que é quieto, é de fofoqueiro, intrometido e bisbilhoteiro!
Antes de descer completamente, resolvo ir para a cozinha, de lá pego duas taças e uma garrafa de vinho do porto, esse vinho deve ser o favorito dele! Agora sim estou pronta para descer e dizer a mais boa nova que poderia dar hoje!
Chegando no porão, vejo Afonso pegar um pouco de sol com os poucos pontos de iluminação que tem no local, pra mim, essa cena foi muito bonitinha de se ver. Quando tenho a atenção dele recaída sobre mim, conto a novidade para ele muito alegre, talvez, mais alegre do que eu poderia estar verdadeiramente. Abro a garrafa, coloco um pouco da bebida até a metade de ambos os copos e vou caminhando pra perto do meu paciente, entregando uma das taças para ele. Bebi um pouco e fiquei praticamente conversando sozinha sobre os detalhes que eu imaginava da festa, de como eu queria o meu vestido, até mesmo de como eu imaginava de como seria os doces, afinal, aquela festa será a mais famosa e glamorosa de toda a São Paulo! Então, pra compensar todo esse tempo sendo ignorada, eu deixei minha taça no chão, não bebi muito do vinho e vejo que Afonso nem sequer bebeu uma gota. Resolvo tentar animar ele da melhor forma que eu poderia, e claro, ele nem sequer resistiu. Será que ele fez de propósito ou só foi pra tentar me agrada? Se for pra me agradar, ele conseguiu majestosamente!
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Eu Vi o Amor em Seus Olhos
ФанфикLola que era casada com Júlio , nunca imaginou se apaixonar por seu amigo Afonso que era também era casado, anos depois Lola agora viúva se daria uma chance ao amor de novo?