Capitulo 51 A Chegada

60 9 3
                                    

Era mais um dia de revolução lá pelos lados de Itapetininga, por mais que contasse com um grande contingente de soldados o cerco está se fechando para as tropas paulistas. As fronteiras do estado estão fechadas, não tendo como adquirir armamento para o conflito e só podendo contar com o armamento próprio produzido pelo Estado para suprir as tropas.
Não muito longe dali, Afonso ainda permanece inconsciente e sem sinal de melhora no seu quadro que  continua crítico. Patrícia não saia de perto dele um só segundo sequer, estando de vigia dia e noite esperando que o seu amado recobrasse a sua consciência.
O que será que deve estar se passando na cabeça dele naquele momento? Mesmo estando imóvel naquele hospital, sua alma vaga por um universo desconhecido e se depara com uma voz doce o chamando:
AFONSO POV
Afonso meu amor vem até mim". Ele caminha em direção até aquela voz, cada vez mais o perfume que sentia juntamente vai sumindo, a caminhada parece não ter fim até que uma mulher aparece em sua frente e é ninguém menos que a sua Lola. Afonso pega o rosto dela entre as mãos, os dedos dele se misturam aos cabelos negros da mulher, trazendo o rosto dela para perto dele precedendo os lábios deles se encostando e logo em seguida o beijo aconteceu.
Aquela aparição da sua amada desaparece num piscar de olhos no momento mais importante. Ele a procura de forma incestante no meio daquela neblina que acabara de se formar.
Sem imaginar que está acontecendo realmente ali naquele hospital Patrícia pega a mão de Afonso, ela o olha apaixonada e se declara:
Patrícia: Gostaria poder te dizer olhando nos seus olhos que eu o amo Afonso. Minha maior barreira para ter novamente você nos meus braços é você sair dessa situação e eu lutar contra tudo e todos que atrapalhem o meu amor por você.
Era um milagre ou sonho? Seus dedos tocam levemente a mão de Patrícia, ela tenta ver se foi apenas uma coincidência ou realmente Afonso está respondendo a estímulos. E diz:
Patrícia: Se estiver me ouvindo Afonso aperte de leve minha mão.
O português aperta a mão de Patrícia, ela sente depois de tanto tempo aquele aperto novamente e comemora aquele feito pedindo aos médicos que dêem um novo diagnóstico em relação a Afonso. Os médicos o examinam, fazendo todos os testes e chegam a conclusão que realmente é um milagre ele apresentou uma melhora no quadro clinico.
Em São Paulo, Lola estava inquieta desde as primeiras horas do dia, ela  não havia pregado o olho a noite inteira só pensando que iria atrás do seu amado.
A nossa protagonista começa a arrumar suas malas para viajar, ela vai até o armazém falar com Durvalina. A empregada estava ocupada atendendo um cliente e pede a amiga que a espere só um minuto porque estava quase terminando o atendimento.
O cliente sai do armazém, Lola abraça Durvalina em prantos, ela ia começar a falar os seus planos de ir atrás de Afonso mas é interrompida por uma voz masculina:
Antenor: Boa tarde senhoras, eu li um anúncio que estão vendendo o estabelecimento, será que podem me ajudar?
Lola se vira em direção a Antenor, ele era um homem bem alinhado, seu rosto liso igual a de um bebê, cabelos e olhos negros ao ver Lola a face dele abre um sorriso e se apresenta:
Antenor: Meu nome é Antenor Cavalcanti, sou dono das empresas  do grupo Cavalcanti e a senhora?
Lola enxuga suas lágrimas, disfarçando sua tristeza e estica sua mão se apresentando:
Lola: Meu nome é Eleanora, mas sou mais conhecida como Lola, o senhor vai ter que voltar outra hora porque infelizmente Inês não está em condições de resolver a venda por razões pessoais.
Antenor olha Lola, o rosto dela denunciando as suas olheiras, vendo aquele semblante tão triste, ele percebe que algo está acontecendo, o empresário nunca tinha se compadecido com a dor de alguma pessoa, não chegando aos pés do sofrimento da nossa protagonista.
Antenor vai aceitar voltar num momento oportuno ou irá insistir que o assunto da venda não podia esperar?

Eu Vi o Amor em Seus OlhosOnde histórias criam vida. Descubra agora