3° Trimestre
2024
Dois meses depois
Mais um ano havia começado e o outro terminado. A única diferença é que nessa virada de ano lembro de ter sido uma das piores que eu já tive, mas ao mesmo tempo também foi a melhor. Pior, porque eu estava passando muito mal por conta da gravidez, minha cabeça estava me matando, e aqueles malditos fogos de artifício não ajudavam. E a melhor, porque eu estava grávida de Aaron, e não via a hora de poder pegá-lo no colo e ver a quem ele puxou os olhos. Torcia que fosse os do Bernard.
Eu sentia o suor escorrer pela minha testa, mas não era calor que eu estava sentindo, e sim, muita dor. A morfina já não estava mais fazendo efeito sobre mim, então eu sentia cólicas e fisgadas muito fortes, mas estava resistindo o máximo que podia. Minha barriga já estava bem grande, como se eu tivesse engolido uma melancia, era estranho. Eu deslizo minha mão por ela, sentindo Aaron dentro de mim.
- Você está fazendo a mamãe sentir muita dor, Aaron, sabia? - Eu sussurro com a voz tremula. - Sinal que você já está bem grandinho... - Sorrio.
Ben aparece na porta e olha para mim, ao ver minha cara ele logo se apressa em chegar ao meu lado.
- O que foi?
- É só a dor de novo...
- Você pediu o médico para aumentar sua medicação?
- Não adianta mais.
- Acha que pode aguentar? - Ben perguntava preocupado.
- Eu tenho que aguentar. - Eu seguro a mão de Ben e a coloco em minha barriga. - Fica olhando...
- O que?
- Quer ver... - Eu sinto uma puta de uma fisgada quando Aaron chuta minha barriga. - Sentiu?!
- Senti! - Ben sorri, parecia nervoso. - Ele te machucou?
- Nada que eu já não esteja acostumada, ele está chutando a manhã inteira.
- Nossa...
- Bom dia. - Olhamos para a porta e vemos a medica que sempre fazia o meu ultrassom aparecer. - Com licença.
- Pode entrar. - Falo.
- Vamos ver como está esse meninão?
- Claro... - Eu falo tentando conter um sorriso, mas ao mesmo tempo me esforçava para não demonstrar tanto as dores.
A medica se senta em uma cadeira ao lado da minha cama e abre seu aparelho de ultrassom em cima de uma mesinha. Ela passa um gel bem gelado, que me fez arrepiar, na minha barriga e começa a olhar pelo aparelho. Quando ela passa o aparelho em cima da minha cicatriz eu me contraio de dor, e ela na mesma hora para o que estava fazendo e me encara preocupada.
- Você está bem?
- Estou...
- A gente pode tentar outra hora quando estiver se sentindo um pouco melhor.
- Não, pode fazer.
- Lya.
- Se deixar isso para depois, vai ser pior. - Falo com Ben.
- Certo, então aguenta aí, mamãe. Precisamos ver como está o seu útero e seu bebê. - A médica fala.
Ela passa de novo, era preciso apertar um pouco o aparelho e isso me causou mais dor ainda, a mão de Ben vai até a minha e eu a seguro por puro impulso. Conseguimos ver Aaron na tela do aparelho da medica, e ao vê-lo isso me relaxou um pouco. Mas eu estava quase quebrando a mão de Ben de tanto que eu estava apertando ela por conta da dor que eu estava sentindo, e pelo visto ele não se importava nem um pouco. Parece que ele falou sério quando disse que ficaria do meu lado aguentando a dor junto comigo.
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Amor Rubro - Vol. IV
Action{AUTORAL - PLÁGIO É CRIME!} Livro de total autoria, porém, pode conter diversas referências. {ATENÇÃO} Esse livro é de conteúdo ADULTO, por conter gatilhos emocionais, linguagem imprópria, violência extrema, conteúdo sexual e assassinato. Todas as i...