Capítulo 14

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Antes

Dia: //

Algum lugar no Oceano Atlântico Norte

Lyanna

Depois de nos levantarmos da areia onde apagamos de cansaço após o longo dia anterior em que quase morremos, Ben saiu por aí sozinho para procurar algo de útil que pudéssemos usar, enquanto eu fiquei de pegar mais lenha para a fogueira. Já tinha aumentado o tamanho dela, e a deixava sempre acesa. Depois disso olhei em volta e vi uma planta muito familiar, me aproximei dela e peguei uma das folhas. Reconheci na mesma hora que era uma das plantas medicinais que estudei na faculdade. Tivemos algumas aulas de biologia, que nos explicou que algumas plantas podiam ser usadas como medicamentos enquanto outras eram tóxicas para os animais, então tínhamos que saber tudo isso. Pego algumas folhas e volto até a fogueira.

Tiro minha blusa e rasgo um pedaço da parte debaixo dela, depois a visto de volta. Fiquei com uma fenda na lateral do meu corpo, mas não me importei. Limpo a ferida feita pelo tiro em meu braço enquanto preparava um curativo com a folha medicinal para colocar em cima do machucado. Já havia cicatrizado um pouco, mas não o suficiente para parar de doer.

- Como é que tá aí? – Ouço a voz de Ben atrás de mim e olho para trás.

- Vou sobreviver. – Volto minha atenção ao meu braço. – Encontrou alguma coisa?

- Não, fui mesmo dar uma volta pra ver se encontrava alguém, mas parece que estamos mesmo sozinhos aqui.

- Hum...

- O que é isso que você colocou?

- É uma folha de guaco, é muito boa para cicatrização.

- Como você sabe?

- Tive algumas aulas na faculdade sobre plantas.

- Entendi. Então deveria fazer um estoque, vai que acaba se machucando de novo.

- Espero que não.

- Que cicatriz é essa na sua costela? – Ben se abaixa e coloca a mão onde estava a cicatriz.

- Isso é de quando o Dylan me torturou, lembra? Ele quebrou umas costelas minhas.

- Ele quebrou suas costelas?!

- Quebrou.

- Ainda bem que ele já tá morto, senão...

- Nem me fale. – Termino de amarrar firme o pedaço de pano em cima do curativo em meu braço. – Pronto, acabei.

- E agora? – Ben se senta comigo ao redor da fogueira.

- Temos que bolar um plano de médio a longo prazo para não morrermos aqui.

- Claro. Já tem algo em mente?

- Acho que podemos explorar o meio da ilha, talvez a gente encontre alguma nascente de água doce ou lago. Isso já iria nos salvar.

- Certo.

- Depois podemos montar um abrigo ou algo assim. Aqui tem bastante pedra e troncos, da pra gente construir algo que dure se encontrarmos fibra o suficiente para fazermos corda. Assim que não tivermos mais que nos preocupar com água, comida e abrigo, podemos pensar em uma maneira de sairmos daqui.

- Tudo bem, quer dividir as tarefas agora? O que cada um vai fazer.

- Claro. O que você prefere fazer?

- Hum... – Ben olha para os lados, parecia pensar. – Vou tentar pegar alguma coisa na água pra gente. Tipo as coisas que caíram do navio.

- Ta, você fica com essa parte então e eu em pegar frutas, e outras coisas que eu encontrar pela ilha.

Amor Rubro - Vol. IVOnde histórias criam vida. Descubra agora