Amor Rubro - Vol. IV

Capítulo 55

Continuação...

Antes

Uma semana depois

Depois daquele dia infernal no meu aniversário e da surra que levei daquelas putas na mesma semana, eu estava totalmente fora mim. Só o que eu queria era sumir, ou que alguém pagasse pelo que eu estava passando. Mas as coisas não seriam assim só porque eu queria que fossem, e isso só me deixava ainda mais irada.

Estava sozinha em casa no meu quarto ouvindo minhas músicas, quando ouço a porta de casa bater. Não podia ser minha mãe, pois agora ela estava no trabalho, então a única pessoa que resta, e que não dá nem para chamar aquela coisa de pessoa, é o meu pai. Ouço seus passos subirem as escadas e se aproximarem do meu quarto, ele para em frente a minha porta, mas não entra. Saber que ele estava atrás dela me perturbava, pois podia ver sua sombra debaixo da porta.

- Lyanna? – Ele finalmente me chama.

- Oi?

A maçaneta da porta vira e ele entra, o olho da cabeça aos pés e o vejo todo de preto. Não estranhei, até porque ele se vestia assim algumas vezes, Deus lá sabe porque.

- Quer me contar alguma coisa?

- Não. – Respondo sem olha-lo nos olhos, só o que eu podia ver era do seu joelho para baixo.

- Tem certeza? – Ele caminha para mais perto de mim e me encolho.

- Sim.

- Sabe que pode contar o que quiser para mim, não sabe?

- Sei.

- Então me diz o que você fez na noite do seu aniversário.

- Não fiz nada.

- O que eu disse sobre mentir para mim?! – Ele se aproxima ainda mais.

- Mas...

- Eu sei o que você fez! Eu te segui! Eu sei de tudo o que você faz quando você põe o pé para fora dessa casa!

O que?! Ele me segue?? Como assim?! Será que ele sabe sobre o...

- Eu vi quando você esfaqueou aquele homem a noite. – Merda! Ele vai me bater! Tenho certeza! – Agora me diz... – Meu pai se senta na cama comigo e eu não consigo evitar de olhar em seu rosto. – Porque não terminou o que começou?

- Como assim?

- Como fez com o bebê da sua mãe. Porque não fez o mesmo com o homem?

- E-eu... - Gaguejo nervosa ao ter meus crimes sendo revelados na minha cara. Dentro da minha cabeça eles não pareciam tão ruins, mas agora ouvindo de outra pessoa eu me sinto um verdadeiro monstro. - Eu fiquei com medo... Não podia fazer isso... É errado...

- Medo?! – Meu pai sorri de canto. – Vou te fazer perder esse maldito medo agora mesmo. Vem comigo, tenho uma surpresa para você. – Ele se levanta da cama.

- Não! Já chega de surpresas! Eu sei o que você fez comigo no meu aniversário! – Deixo lágrimas de desespero escaparem dos meus olhos. – Você me... me...

- O que? – Ele me encara seriamente.

- Você me estuprou... – Falo olhando para o chão.

- Eu?! – Ouço uma gargalhada. – Ficou maluca?! Eu jamais faria isso com você! Você é a MINHA filha!

- Eu não me lembro do que aconteceu naquele dia! Eu acordei nua! – Volto a encara-lo, estava totalmente fora de controle. - Se nunca faria isso, então porque você sempre me pede para me ver nua?! O que significa isso?!