Capítulo 31

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Duas semanas depois


Lyanna

O médico passava uma lanterninha nos meus olhos. Ele fazia isso todo dia de manhã, já estava começando a me irritar.

- Sua visão parece completamente normal apesar de todos esses anos em que esteve em coma. Isso é ótimo. Mais alguns dias e podemos te dar alta.

- Como você disse que se chamava mesmo?

- Sou o Dr. Gallner. Foi eu que acompanhei toda a sua gravidez.

- Eu tenho um filho?! – Falo surpresa.

- Sim. Ele já deve ter uns seis anos. Mas não se preocupe com isso agora, ainda é cedo demais para você recobrar todas as suas memórias. Tenho certeza que com o tempo elas iram voltar sozinhas.

- E se eu nunca me lembrar de nada disso?

- Bom, acredito que terá de criar novas memória então. Aproveite, muitas pessoas sonham em perder a memória em algum momento da vida.

- Onde está ele?

- Quem?

- Aquele homem que tentou me matar.

- Ele está lá fora, quer que eu peça para ele entrar?

- O que?! Não! De jeito nenhum! Eu quero distância daquele homem! Porque ele ainda está aqui?! Deveria estar preso! Ele tentou me matar!

- Aquele homem é seu marido e pai do seu filho.

- Sem chances! Eu nunca me casaria com um homem que tentasse me matar!

- Vocês se casaram por algum motivo. Um motivo que você ainda não se lembra, talvez quando se lembrar você compreenda o porquê de estar com ele.

- Vai ter que ser um bom motivo para me convencer, isso tenho certeza.

- Você tem uma visita.

- Quem?

- Ela diz ser sua amiga. Posso deixar ela entrar?

- Acho que sim. – Eu permito, mas estava meio insegura. – Só não quero aquele homem aqui.

- Tudo bem.

O médico sai e eu me ajeito na cama, me sentia nervosa e insegura. Não conseguia me lembrar de quem eu era e do que aconteceu comigo. O médico havia me dito que eu tinha levado um tiro na cabeça. Mas em que tipo de coisa eu estava envolvida para levar um tiro?! A porta se abre lentamente e uma mulher de olhos verdes e cabelo curto passa por ela.

- Posso entrar? – Ela me pergunta gentilmente.

- Claro.

Assim que ela entra fecha a porta atrás de si, e anda vagarosamente até mim. Vejo ela me olhar e seus olhos brilharem, parecia emocionada. Um sorriso se forma em seus lábios e a cada vez que ela se aproxima de mim. Não sei quem eu era antes para essa mulher, mais ela não conseguia esconder nem um pouco sua admiração por mim.

- Eu não sei por onde começar. – Ela diz nervosa.

- Acho que... – Eu desvio o olhar depois volto a olha-la. – Porque não me diz seu nome?

- Ah, é verdade! Meu nome é Elena, Elena Hoffman. – Ela estica sua mão para um aperto e eu retribuo.

- Prazer. Acho que eu sou a Lyanna, não é isso?

- Sim. Lyanna Hall.

- Nós éramos amigas?

- Sim. – Elena se senta em uma cadeira. – Talvez eu possa te ajudar a se lembrar de algumas coisas. Se você quiser, claro.

Amor Rubro - Vol. IVOnde histórias criam vida. Descubra agora