Capítulo 66

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Agora


Bernard

Me encontro com um homem que trabalhava para mim em um bar qualquer da cidade, pois ouvi reclamações de que ele estava ordenando coisas em meu nome, sem a minha autorização. Nós dois estávamos sentados em uma mesa mais afastada do restante dos clientes, para podermos conversar melhor.

- Não entendo porque me chamou aqui, estou perdendo o meu tempo e você o seu. Um tempo que poderíamos estar resolvendo os problemas dos nossos negócios. - Ele diz, parecia nervoso.

Não o respondo de imediato, apenas enfio minha mão no bolso da minha calça e tiro um maço de cigarro, jogando a caixinha em cima da mesa e procurando pelos outros bolsos o meu isqueiro. Quando finalmente o encontro, pego um cigarro na caixinha e o levo a boca, o acendendo logo em seguida. Inclino minha cabeça um pouco para cima enquanto puxo a fumaça do cigarro, depois assopro, voltando a encarar o homem.

- "Nosso"? - Levo o cigarro a boca novamente enquanto o encarava com os olhos cerrados.

- Sim. Todos fazemos parte disso, então tudo o que é seu também é nosso.

- Entendi.

Olho para o lado onde estavam dois dos meus homens de pé encostados na parede e faço um sinal com a cabeça para eles, que desencostam na mesma hora de onde estavam e vem até o homem com quem eu conversava. Um deles o acerta um soco no rosto e os dois o arrastam pela camisa para fora do bar. Eu apenas assisto a cena enquanto termino o meu cigarro, assim que eles saem, me levanto e vou até o balcão onde estava o barman assustado com a cena que acabou de presenciar. Tiro um pequeno bolo de dinheiro do bolso e coloco em cima da bancada.

- Você não viu nada. - Ele acena com a cabeça e eu tiro a mão de cima do dinheiro, vendo-o pegar rapidamente.

Saio do bar e entro no banco da frente na SUV preta que estava estacionada logo em frente. Assim que bato com a porta, o homem que era o motorista acelera e sai cantando pneu dali velozmente. Logo atrás estava o outro homem com quem eu conversava anteriormente no bar, com um saco preto na cabeça e com suas mãos amarradas para trás, ao seu lado um outro o segurando ali.

O carro segue por uma estrada em uma das florestas de Moscou, indo o mais longe possível da cidade. Após alguns minutos de estrada asfaltada, pegamos uma trilha de terra, e adentrando ainda mais na floresta, chegando até em um lago mais isolado possível. Saio do carro com meus homens, que arrastavam o outro com o saco na cabeça. Eles o colocam de joelhos de frente ao lago e tiram o saco da cabeça dele, e o pano que tampava sua boca.

- Pescador, nós podemos resolver as coisas de outro jeito! Não tem que ser assim!

- Vou deixar uma coisa bem clara. Os meus negócios são meus, e de mais ninguém. Você só está aqui porque trabalha para mim, para administrar os meus negócios. Ninguém aqui está sendo obrigado a nada, mas sabe porque vocês fazem tudo o que eu mando? Porque eu pago bem, muito bem. E eu não estou pagando vocês bem, para ouvir que as minhas coisas também são suas. Deu pra entender?!

- Sim! Eu entendi, Pescador!

- Não sou eu quem vou atrás de vocês, são vocês que vem atrás de mim. E a partir do momento que vocês fazem isso, as suas vidas se tornam minhas. Então se eu quiser tirá-las de vocês, eu posso fazer isso.

- Eu falei aquilo sem pensar! Por favor! Estou nisso a anos!

- Esse é o problema, você está com a gente a anos, e agora acha que tem o direito de chamar as minhas coisas de "nossas"?

- Não! Claro que não!

- Você será um exemplo para o próximo que tiver o mesmo pensamento que o seu. - Tiro minha arma da cintura e miro na cabeça do homem.

Amor Rubro - Vol. IVOnde histórias criam vida. Descubra agora