Capítulo 60

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"Mesmo nessas correntes, você não pode me parar; Mesmo nessas correntes, você não pode me parar; Mesmo nessas correntes, você não pode me parar; Mesmo nessas correntes, você não pode me parar;

Era uma vez; Uma porquinha desagradável, cheia de orgulho e ganância; Era uma vez havia; Uma porquinha do mal, sua doença típica; Você vê esta porquinha; Está lentamente se tornando meu pior inimigo; Você vê esta porca ansiosa; Ela é uma sugadora do meu sangue." - In This Moment 


Agora


Bernard

Eu estava parado de frente a porta do quarto onde mantinha Lya presa, enquanto ouvia murmúrios do lado de dentro. Finalmente decido abrir a porta devagar e vejo Lya sentada no chão de costas para mim. Assim que termino de entrar e fecho a porta, percebo que ela parecia estar chorando, mas eu ainda não sabia o motivo.

- Lya? – Chamo por ela, mas sou ignorado.

Caminho devagar até ela, porém quando eu estava quase me aproximando, vejo-a virar o rosto rapidamente de lado e olhar para o chão, depois volta a olhar para frente novamente. Eu paro de andar na mesma hora e cerro meus olhos, sentindo a desconfiança tomar o meu corpo. Por ela ter olhado para o chão eu também olho, vejo então que eu estava pisando em cima de um risco no piso de madeira. Levanto meu pé devagar e observo por debaixo dele, vendo que aquilo era uma marca feita recentemente. Mas para quê?

Ouço barulho de correntes e olho para frente no mesmo instante, vendo Lya vir correndo até mim com tudo. Dou um passo para trás surpreso e as correntes a impedem de chegar até mim. Olho para o chão de novo e finalmente entendo o significado daquele risco, era o limite de até onde ela poderia ir. Fingiu que estava chorando o tempo todo, para me atrair e poder me alcança... Esperta.

- Se assustou? – Ela diz sorrindo de canto e eu a encaro sem responder. – Eu sabia que isso não ia funcionar... – Ouço-a falar consigo mesma.

Ela da as costas para mim e começa a andar de um lado para o outro, enquanto as correntes a acompanhavam pelo chão para onde quer que ia. Fazendo barulhos que ecoavam por todo o quarto em que estávamos.

- O que você pretendia fazer? – Pergunto.

- Só queria pegar as chaves, nada mais.

- Hum.

- Mas sabe, esse negócio de correntes até que não é tão ruim assim. – Ela diz andando de um lado ao outro. - Ficar presa aqui por correntes faz parecer que sou mesmo perigosa, e essa ideia de ser perigosa me excita.

- Que bom que está conseguindo se divertir com isso. – Eu estava sério, apenas observando cada movimento de Lya.

Olho nos olhos dela, percebendo que estavam um pouco diferentes desde a última vez que os vi. Poderia até dizer que ela está com um olhar bem parecido com a antiga Lya, mas não completamente.

Atravesso o risco que ela havia feito no chão e vou em direção a ela. Agora eu estava dentro da sua área de alcance e ela me observa surpresa com o que faço. Enfio minha mão no bolso, pegando as chaves e as jogo no chão perto da porta, bem distante de nós.

- Porque fez isso? – Ela me pergunta curiosa.

- Se fizer algo comigo, suas chances de sair daqui serão reduzidas a zero, porque ninguém além de mim sabe desse lugar e de que você está aqui.

Amor Rubro - Vol. IVOnde histórias criam vida. Descubra agora