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Costa do Reino das Astúrias — Verão, Agosto de 836 d.C.
As galeras vikings espalharam o terror pelo litoral do Reino das Astúrias, enquanto navegavam seguindo a costa.
Os nórdicos se aproximavam das praias com suas embarcações de baixo calado e desembarcavam rapidamente. Avançavam pelo interior, nunca mais do que um dia de viagem, pilhando tudo que encontrassem, depois voltavam com o saque, incluindo animais e escravos e embarcavam para o mar.
Às vezes, era necessária que parte da esquadra continuasse viagem, tamanha a quantidade de embarcações.
Ibrahim observava o litoral da galera em que viajava, a fumaça de incêndios de vilas e aldeias pilhadas subiam ao céu azul. Bjorn não autorizara seu desembarque, talvez receoso de que o muçulmano tentasse fugir. E esse era justamente o plano dele, desejava voltar para sua terra e procurar sua irmã Jamila e Brunilde.
Tinha certeza de que a nórdica conseguira chegar a Al-Andalus, se ela possuía algo, era determinação. Por isso ele continuava ajudando os vikings com seus conhecimentos de medicina enquanto esperava uma chance de fugir.
A esquadra avistou uma grande cidade litorânea. Durante a noite Haestin, Bjorn e vários Jarls se reuniram no drakkar do filho de Ragnar.
Ibrahim ouviu-os discutirem durante um banquete improvisado de carne fria e cerveja. Um braseiro colocado no centro da embarcação fornecia iluminação suficiente e o mar estava calmo.
Ao final, decidiram que na manhã seguinte desembarcariam alguns quilômetros ao norte da cidade para então, retornarem e invadirem-na.
Antes do alvorecer Ibrahim observou a embarcação se aproximar da praia juntamente com dezenas de outras.
— Hoje você vai desembarcar conosco – avisou Bjorn ao seu lado — Mantenha-se perto das embarcações para atender nossos feridos, acredito que essa cidade vai oferecer resistência.
Quando as embarcações tocaram a areia na arrebentação, os guerreiros pularam e correram em direção à praia. Ibrahim pulou sentindo o mar encharcar suas botas e caminhou até a areia, acompanhado de dois nórdicos que pareciam vigiá-lo.
Barris, madeiras para tendas, lonas e uma infinidade de objetos foram descarregados. Os líderes da expedição haviam decidido ficar um tempo naquele local para consertarem as embarcações e se reabastecerem, além de dar um descanso para os guerreiros, que vinham lutando e remando há semanas.
Vendo as embarcações na beira do mar em uma longa fila ele pensou na história grega que lera sobre uma guerra em uma cidade chamada Tróia, na qual mais de mil navios haviam participado. Seria algo bem parecido, pensou satisfeito em sentir o solo firme debaixo de seus pés.
No final da tarde, uma paliçada de madeira fora construída para proteger o acampamento e os navios, utilizando madeira cortada de um bosque próximo. Batedores foram enviados para sondar as defesas da cidade e mapear a região e um banquete começou a ser preparado, enquanto Ibrahim organizava um hospital improvisado.
Bjorn tinha colocado sob sua responsabilidade alguns escravos francos e o jovem os ensinava o que sabia sobre medicina, ao menos os infelizes teriam utilidade para os vikings e seu conhecimento garantia a eles que fossem bem tratados.
Ao alvorecer do dia seguinte, Bjorn e Haestin lideraram centenas de guerreiros em direção à cidade, deixando uma tropa reserva vigiando o acampamento.
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A GUERREIRA INDOMÁVEL
Romance"O que acontece quando uma jovem guerreira se vê entre o amor e sua convicção?" Século IX d.C., a península ibérica dominada pelos árabes se vê envolta em fortes tensões sociais. Uma embaixada enviada pelo último rei cristão à Mérida tem o objetivo...