Aldeia de Batalyaws- Inverno, Fevereiro do ano 834 d.C.
Dias depois, ao amanhecer, a embarcação viking aportou em uma pequena enseada na margem direita do rio Guadiana, antes da aldeia de Batalyaws, como forma de precaução, afinal, meses antes a frota de cinco navios comandados por Jarl Kristoff saqueara o local.
Jamila, Ibrahim, Brunilde e Juan desceram e caminharam na direção norte deixando as demais escudeiras e cavaleiros protegendo o navio. Usavam mantos cobrindo o tronco os quais escondiam suas espadas.
Perto do meio dia chegaram à cidade e se hospedaram em dois quartos contíguos em uma estalagem.
As marcas do ataque viking ainda eram visíveis em algumas casas incendiadas.
Almoçaram na própria estalagem, no salão térreo, ouvindo as conversas sobre a rebelião e execução do Sheik, o tratado de paz entre o Emir e Mahmud e os boatos de que uma nova rebelião liderada por ele estava sendo preparada.
— Podem ter certeza de que os espiões do Emir também devem ouvir esses boatos – comentou Ibrahim bebendo de uma caneca.
— Eu vou alugar um cavalo e parto para Mérida imediatamente, se tudo estiver tranquilo na cidade volto para avisá-los – disse em voz baixa Juan, enquanto colocava carne desfiada em um pão.
— Deixe para partir amanhã – pediu Jamila tocando gentilmente sua mão e como sempre ele sentiu uma energia percorrendo seu corpo.
— Seu pedido, meu desejo, minha Dama – respondeu de forma galante fazendo-a corar.
— Por Odin! – sussurrou Brunilde quebrando o encanto do momento — O que eu não daria por uma caneca de hidromel ou cerveja!
Todos riram, aliviando a tensão que sentiam.
Passaram o resto do dia caminhando pela cidade, ouvindo os moradores e comerciantes, colhendo informações sobre a movimentação das tropas do Emir.
Após jantarem na estalagem subiram para seus quartos.
O aposento era mobiliado parcamente, uma janela retangular permitia que a brisa refrescante do rio arejasse o local. Uma cama com colchão feito de palha e coberto de peles estava próxima à abertura.
Uma pequena mesa e uma arca de madeira completavam a mobília. Algumas velas de sebo espalhadas forneciam uma iluminação mortiça.
Juan trancou a porta e ao se virar Jamila se aproximou, retirara o manto deixando à vista uma túnica berbere vermelha e azul, destoando do traje tipicamente feminino havia uma cimitarra presa por um cinto que envolvia sua cintura a qual ela retirou, colocando-a em cima da mesa.
Não eram necessárias palavras, Juan retirou seu manto, a túnica e a cota de malha por baixo dela. Ao encarar Jamila ela já se desfizera de sua roupa e estava nua, sob a luz das velas bruxuleantes. Seus cabelos negros caíam por sobre os seios escondendo-os parcialmente, seus olhos verdes pareciam convidá-lo para um mergulho profundo em seu ser, imaginou pro um momento que os antigos marinheiros deveriam sentir algo parecido com o que ele sentia quando encontravam as míticas sereias das lendas gregas.
Rapidamente ele terminou de se desnudar e se aproximou abraçando-a e beijando-a demoradamente.
Gentilmente a levou até a cama deitando-a. Lentamente correu a ponta dos dedos por seu corpo começando pela testa, descendo pelos olhos e lábios, queixo, pescoço delgado e demorando-se nos seios e mamilos.
Em seguida desceu pelo ventre, passando ao longe de sua intimidade, para correr por ambas as coxas, quando então refez o caminho inverso até que, como um viajante do deserto, chegar ao seu oásis, sentindo nesse percurso seu sangue ferver nas veias quase o fazendo perder o controle.
— Porque me tortura, "Luz da minha vida"? – murmurou Jamila com voz rouca retesando o corpo com o toque carinhoso.
— Gravo sua paisagem, minha Dama, seus montes, vales e floresta, não apenas com minha visão, mas com meu tato – continuou colocando-se sobre ela e aspirando seu perfume de jasmim — e também com meu olfato.
Jamila gemeu acariciando sua nuca.
— E com o paladar, para que eu nunca esqueça o caminho de meu paraíso na terra – concluiu roçando com os lábios a pele macia por toda sua extensão em uma tortura sublime que a fez querer rir e chorar ao mesmo tempo.
— Amo-te com toda minha alma, minha bela Dama – murmurou tomando-a com gentileza, conectando não apenas os corpos, mas também as almas.
— Então me ame – respondeu com um gemido de prazer — Faça-me sua novamente.
Horas depois ele partia em direção à cidade de Mérida.
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A GUERREIRA INDOMÁVEL
Romance"O que acontece quando uma jovem guerreira se vê entre o amor e sua convicção?" Século IX d.C., a península ibérica dominada pelos árabes se vê envolta em fortes tensões sociais. Uma embaixada enviada pelo último rei cristão à Mérida tem o objetivo...