"O que acontece quando uma jovem guerreira se vê entre o amor e sua convicção?"
Século IX d.C., a península ibérica dominada pelos árabes se vê envolta em fortes tensões sociais. Uma embaixada enviada pelo último rei cristão à Mérida tem o objetivo...
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Aldeia de Batalyaws – Verão, Julho de 833 d.C.
Ibrahim entrou no quarto onde a bárbara estava detida. Após ser derrotada, os demais guerreiros se renderam. Mahmud exigiu que fossem todos executados, uma vez que perderam o desafio, mas Jamila discutira violentamente com seu irmão, e com o apoio de Yusuf conseguiram que, ao menos as mulheres, fossem poupadas. Os guerreiros foram crucificados nas tamareiras dentro da cidade.
As embarcações vikings desceram o rio e batedores foram enviados para descobrir se tinham voltado ao mar ou parado em outra cidade.
Ele observou-a atentamente, a jovem possuía cabelos negros e lustrosos que caíam em ondas pelos ombros, mas sua pele era branca, era uma mulher muito bonita, pensou consigo mesmo.
As mulheres sempre o intimidaram, ele era tímido e se recusara inclusive a acompanhar seu irmão em um bordel, ou tomar uma escrava, como Mahmud constantemente fazia.
Não que ele não gostasse de mulheres, muito pelo contrário, as considerava seres fascinantes, poderosas em sua aparente fragilidade, cheias de um doce mistério e promessas de prazeres que ele somente podia imaginar por um livro vindo da Índia, traduzido para o árabe que lera certa vez na biblioteca de Córdoba, durante uma viagem de seu pai à capital do Emirado.
O livro era repleto de figuras de um casal em posições sexuais e na época imaginou se um dia teria oportunidade de por em prática o que conseguira decorar nas horas que passara no local.
A guerreira soltou um suspiro retirando-o de seus devaneios, ela estava desacordada desde que Jamila a acertara na nuca, havia um calombo no local onde o cabo da cimitarra golpeara, mas sua pulsação estava normal, constatou colocando dois dedos no pulso direito da jovem, enquanto segurava delicadamente sua mão.
De repente ela abriu os olhos encarando-o sem medo aparente.
— Não se preocupe, ninguém lhe fará mal – disse em escandinavo, mesmo com seu sotaque percebeu que a jovem entendera, pois meneara a cabeça em concordância.
Ele nunca vira olhos azuis, e ficou encantado com o olhar firme que a viking lhe dava.
— Beba – ofereceu uma caneca com água que ela aceitou e bebeu com sofreguidão, após se erguer da cama.
— Meus companheiros? – perguntou.
— Suas companheiras estão bem, seus companheiros estão mortos – explicou laconicamente.
— O que acontecerá comigo?
— Minha irmã decidirá seu destino e o de suas companheiras.
— É a guerreira que me venceu? – perguntou se recostando novamente na cama.
— Sim – respondeu colocando o copo em cima da mesa de madeira que havia ao lado da cama — Coma você deve estar faminta – concluiu apontando para o prato com carne e legumes.
— Minhas irmãs, serão alimentadas?
— Sim, não se preocupe, elas estão sendo bem tratadas – respondeu se erguendo e caminhando em direção à porta.
Antes de sair, olhou para trás, a guerreira continuava deitada na cama encarando-o fixamente.