Capítulo 5

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Robby e eu convivemos juntos até os oito anos de idade, que foi quando meu pai resolveu se mudar para outra cidade. Por mais que meu tio, Johnny, não tivesse tanta convivência com seu filho, meu pai tinha, ele e a mãe de Robby eram muito amigos e foi ele que apresentou minha tia para meu tio Johnny.

Quando eu e meu pai nos mudamos de cidade, nunca mais vi Robby, nem sua mãe e muito menos meu tio, apesar de as vezes ter conversado com Johnny por ligação.

— Faz o que? Oito anos que a gente não se vê? — ele perguntou.

— Sim huh, tudo isso cara. — sorri — Você cresceu, Robby.

E ele tinha mesmo crescido, não se parecia nada com aquele menino magricela que brincava de lutinha comigo na cama de sua mãe.

— Você também, Meg. Daniel, você pode nos dar licença? Só por alguns minutos.

Sem reclamar, LaRusso saiu do vestiário, deixando eu e meu primo sozinhos por lá.

— Não sabia que vocês tinham voltado. — meu primo começou.

— Na verdade, — comecei — apenas eu voltei, estou meio que morando com seu pai agora.

Robby soltou um riso fraco e então percebi que ele não queria falar sobre Johnny, não agora pelo menos.

— Como está seu braço?

— Acho que seus amiguinhos acabaram com ele.

— E eu vou acabar com eles, — resmunguei e escutei ele rir — só eu posso quebrar seu braço, Robby.

— Você já quebrou uma vez, acho que já bateu sua cota. — ele bateu seu ombro bom contra o meu.

— Aquele foi meio que o melhor dia da minha vida.

Tínhamos sete anos e estávamos brincando de pega-pega, Robby estava tentando fazer com que eu ficasse pegando ele o jogo inteiro, e eu já estava estressada com isso, afinal, eu também queria fugir, então, uma hora quando eu estava alcançando Robby, resolvi me jogar em cima dele para que ele pudesse ser pego, e essa tática meio que resultou com ele no hospital o final de semana inteiro.

— Escuta, — comecei — que tal ir tomar um sorvete e botar o papo em dia, priminho?

Ele nem pensou muito para responder: — Eu pago, Meg.

Já tínhamos escolhido nossos sorvetes e fomos até uma pequena praça para tomarmos, as luzes da praça já estavam acesas pois já estava começando a escurecer, encontramos um lugar afastado e iluminado decidimos nos sentar ali mesmo

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Já tínhamos escolhido nossos sorvetes e fomos até uma pequena praça para tomarmos, as luzes da praça já estavam acesas pois já estava começando a escurecer, encontramos um lugar afastado e iluminado decidimos nos sentar ali mesmo.

Ri olhando para o sorvete na mão de Robby.

— Não acredito que sorvete de menta ainda é seu preferido, Robby.

— Muito melhor que o de morango, Meg.

Rimos um pouco e depois ficamos em um silêncio confortável.

— Johnny mandou você atrás de mim? — meu primo perguntou sem olhar diretamente em meus olhos.

— Não, — sussurrei — te reconheci quando você foi anunciado e depois vi o que Miguel e Falcão fizeram com você, então, — parei por um momento e olhei para Robby que agora me encarava olho a olho — sei lá, você é meu primo apesar de não nos vermos tem anos e eu só queria te ver.

— Quando você se mudou, — começou — eu chorei por uma semana inteirinha, você era minha única amiga e, — suspirou — depois de você não tive mais amigo nenhum.

— O que aconteceu com você, Robby?

— Acho que isso é papo para outra hora, Meg.

— Certo. — murmurei e ficamos em silêncio por um tempo — Meu pai, — comecei atraindo a atenção de Robby para mim — decidiu ir viajar o mundo com a nova namorada e me deixou sozinha com meu tio que não via a oito anos.

— Acho que a gente já esperava algo do tipo vindo do seu pai. — ele disse e rimos — Minha mãe também foi viajar com o namorado, a diferença é que ela me deixou sozinho em casa.

— Como assim? — me assustei — Você bem? Precisa de alguma coisa?

— Eu dou meu jeito, Meg. — ele deu de ombros.

Antes que eu pudesse falar algo, escutei meu celular tocar na mochila, quando peguei vi que era Miguel quem me ligava e que havia várias mensagens dele e de Moon em meu celular. Recusei a chamada e voltei minha atenção para meu primo.

— Então você é mesmo amiga daquele garoto.

— E você treina com Daniel LaRusso.

— É, acho que não estou em posição para julgar.

— Não está mesmo, priminho.

— Então, faz parte do Cobra Kai?

— Não, só soco eles as vezes, mas você sabe, nunca fui muito fã de esportes.

— Você sempre foi tão preguiçosa.

— E você sempre foi agitado. — rimos — Escuta Robby, eu realmente tenho que ir para a casa, mas você, hm, a gente pode por favor não se afastar?

— Nós nunca mais vamos nos afastar, Meg, eu prometo.

Robby me abraçou de lado e apoiei a cabeça em seu ombro, ficamos lá por mais alguns minutos, em seguida trocamos números de telefone e fomos embora.

Quando cheguei na porta da casa de meu tio, vi Miguel sentado encostado na parede, provavelmente me esperando.

Ele se levantou quando me viu e veio em minha direção com as mãos no bolso.

— Você não atendeu minha ligação e nem respondeu minhas mensagens. — ele disse.

— Eu estava ocupada.

— Em uma cidade que você não conhece nada e nem ninguém?

— Qual é a sua hein Miguel? Eu fui rever alguns amigos antigos, porra.

— Eu ganhei, — ele sussurrou — e você nem foi me parabenizar. Quer dizer, pensei que estávamos nos tornando amigos.

Eu entendia o Miguel, e sabia que eu havia pisado feio na bola, fiquei com raiva de Miguel pelo que ele fez com meu primo, mas, tinha como ele saber que Robby era meu primo? Não.

Sabia que devia reconhecer meu erro, mas, não conseguia.

— Você estava conversando com a Samantha e eu não queria atrapalhar, Miguel.

— Você é minha amiga, Meg, não ia atrapalhar e, você podia ter vindo falar comigo depois também, mas você sumiu.

— Certo, — suspirei — pisei na bola, sinto muito.

— Tudo bem. — sorriu fraco.

Deixando meu grande orgulho de lado, abracei Miguel fortemente e ele retribuiu na mesma intensidade.

— Parabéns, campeão. — sussurrei em seu ouvido e senti ele rir em meu pescoço.

— Obrigada, Meg.

Soulmate • Miguel Diaz Onde histórias criam vida. Descubra agora