Moon e eu estávamos na praça de alimentação dividindo uma porção de batatas fritas e conversando sobre o que aconteceu com Miguel e Falcão quando uma garota de cabelos escuros e olhar meigo parou em frente a nossa mesa, Samantha, reconheci.
— Oi Moon, desculpa o atraso, — ela se virou para mim — e hm, oi eu sou a Samantha.
— Megan. — respondi.
— Meg eu esqueci de falar que a Sam viria. — dei de ombros demonstrando que não me importava.
— Então Megan, conhece a Moon a muito tempo?
— Uma semana. — respondi simples.
— A gente se conheceu domingo, na praia, ela estava com o Miguel.
— Você estava com o Miguel? — Samantha questionou, surpresa.
— Algum problema com isso? — sorri cínica para a garota que me encarava assustada.
— Não nenhum é que, hm, Miguel é meu ex.
— Legal. — respondi.
— Vocês vão ser grandes amigas. — Moon exclamou com uma alegria fingida.
Porque não, eu e Samantha não seríamos amigas.
Era sábado e eu estava tomando meu café da manhã para irmos ao dojô enquanto meu tio agia como um adolescente. Ele me apressou enquanto colocava seu óculos de sol, e pegava sua bolsa, saiu sem me esperar e eu comi o mais rápido possível, não queria mesmo ir a pé para o dojô. Quando cheguei lá fora vi meu tio e Miguel desfilando em direção ao carro, ambos usando preto e óculos de sol, andavam lado a lado como dois idiotas, ri e esbarrei nos dois. Chegando primeiro no carro.
— Vocês estão parecendo dois idiotas.
Me ignoraram e mesmo no carro, continuaram como idiotas. Céus, o que eu fiz para merecer isso?
Paramos em um semáforo vermelho e um carro com duas mulheres parou ao nosso lado, ambas começaram a encarar Miguel e meu tio. Ouvi eles falando algo no banco da frente mas continuei encarando a duas mulheres, mas especificamente a garota que estava encarando Miguel. Abaixei o vidro e lhe lancei meu melhor olhar de "nem tenta, companheira" e ela logo voltou a olhar para o semáforo. Sorri cínica.
— Por que acelerou? Eu podia pegar o número dela, sensei.
— Mas você não gosta da Samantha ainda? — perguntei.
— Mas você mandou eu seguir em frente.
— Como você é lerdo, Diaz. — meu tio zombou.
Quando meu tio parou em frente ao dojô eu saí correndo do carro e fui em direção a Aisha. Me virei para trás e Miguel me encarava com uma cara de curiosidade, querendo saber o que estava acontecendo comigo, mas porra, eu também quero saber porque estou assim.
Cheguei desesperada em Aisha e ela me encarou confusa, dei de ombros, não queria falar sobre isso. Meu tio abriu o dojô e fui logo ao vestiário antes dos meninos, porque se eu fosse depois, eu teria de lidar com uma bagunça e tanto.
Antes que pudesse trancar a porta, alguém a empurrou tão forte que eu fui para trás, Miguel entro correndo e logo a trancou.
— Mas que porra é essa, Miguel?
— Por que saiu correndo daquele jeito, Meg?
— Meu Deus você é tão irritante.
— Sério? — ele sorri — Meg o que aconteceu?
— Não aconteceu nada, cara, relaxa.
— Se eu te fiz alguma coisa...
Porra, como eu digo pra ele que o problema dele é ter um sorriso lindo que deixa as pernas de qualquer uma bambas? Como dizer pra ele que eu estava totalmente atraída por ele?
— Você não fez nada, Diaz. Eu só queria ver Aisha logo, é só isso.
— Jura?
— Juro, cara. Posso trocar de roupa ou vai ficar aqui para assistir?
Ele corou com minha fala e se aproximou de mim, consequentemente corei também. Sério, Megan? Antes que eu pudesse dizer algo, Miguel me abraçou, demorei um pouco para corresponder mas o abracei também, enterrando meu rosto na curva do seu pescoço e sentindo seu perfume doce. Nos afastamos e percebi que seu rosto estava muito próximo do meu, corri meus olhos por todo sua face e ele fez o mesmo, voltei meu olhar para o seu e percebi que ele estava focado em minha boca. Céus, Miguel. Antes que fizesse algo que me deixaria arrependida, me afastei dele.
— Hm, acho melhor você sair, Diaz.
Ele apenas me encarou mais um pouco e saiu, sem me dizer uma única palavra, mesmo se ele tivesse falado algo, eu não responderia, porque estava ocupada demais pensando em como seria fácil me perder em seu olhar.
Todos estavam em suas posições, dessa vez, até eu, que resolvi treinar um pouco. Meu tio entrou anunciando uma visita, e quase cai de cara no chão quando Kreese apareceu em nossa frente.
O filho da puta era horrível, ouvi tantas histórias sobre ele que me faziam querer soca-lo, ele não tinha compaixão com nada e nem ninguém e, segundo meu pai, ele sempre ensinou coisas horríveis e idiotas para seus alunos, então, que porra ele estava fazendo ali?
— Este é o Senhor Kreese, é só um observador. Finjam que ele não está aqui. Diaz, comande o aquecimento.
Sai de onde estava e fui em direção a minha mochila, não ficaria aqui, não com esse cara.
— Megan onde está indo? — meu tio perguntou e todo mundo se virou para mim.
— Não vou treinar com esse cara aqui.
— Está se referindo a mim, mocinha?
— Não está óbvio, senhor? — ironizei.
— Megan. — Miguel chamou minha atenção e eu o ignorei.
— Escuta, tio, por que ele está aqui?
— Tio? Sua sobrinha, Johnny? Não acredito que aquele seu irmão conseguiu transar com alguém.
— Cala a porra da boca. — eu e meu tio dissemos em unisso. — Megan, é só ignorar a presença dele.
— Conversamos lá em casa, Johnny Lawrence. — falei e sai correndo do dojô.
Poderiam pensar que eu estava fazendo drama, que porra, pensem o que quiserem, mas eu não iria ficar ali com aquele homem que só tem ensinamentos ridículo e atitudes escrotas. Eu era melhor que isso, melhor que ele.
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Soulmate • Miguel Diaz
FanfictionOnde Miguel não consegue esquecer Samantha ou Onde Megan está decidida a não se envolver com seu vizinho