Capítulo 27

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Miguel

Eu e Falcão estávamos desesperados tentando tirar Megan e Moon de cima da mesa. Para minha sorte, Megan resolveu não tirar nenhuma peça de roupa, o que é bom, porque ela está usando vestido. Mas Falcão não teve tanta sorte assim, já que Moon usava apenas sua saia e a peça de sutiã.

Troquei um olhar de socorro com Tory mas ela apenas deu de ombros, como se não se importasse. E de fato, ela não se importa. Tory acha que devemos sempre fazer o que temos vontade, e eu concordo com ela, em partes, porque não devemos fazer nada que temos vontade quando estamos bêbados, eu sou a prova viva disso e Megan e Moon também.

Eu tinha brigado com Robby por um ciúmes bobo e machuquei Samantha, tudo isso por conta da bebida, foi por isso que eu e Sam terminamos e por vezes, me culpei por isso. Porque eu pensava que eu era o motivo do término e de fato eu era, mas não foi só por mim, foi por várias questões, pequenas coisas que se acumularam. Não posso dizer que eu era imaturo, porque ainda sou, mas sei que mudei. Mudei vários dos meus pensamentos e até mesmo dos meus sentimentos, e por ter mudado tanto, às vezes me pego pensando se realmente amei a Sam, e se amei, porque havia parado de amar? Por que eu não sentia pela Sam metade do que sinto por Meg?

Samantha é incrível, não posso negar, ela foi incrível comigo, mas fomos fracos e não soubemos enfrentar os problemas de nossa relação, ou não queríamos enfrentar, e olhando para Megan, dançando na mesa, rindo descontroladamente, eu penso que enfrentaria tudo por ela, para estar com ela.

Então, a resposta para pergunta sobre ter amado ou não Sam, é sim, eu a amei. Eu a amei verdadeiramente, a amei como um garoto ama seu primeiro amor. Mas como todos os primeiros amores, o nosso chegou ao fim, e agora, não reclamo por isso. Talvez se não tivéssemos terminado eu nunca olharia para Meg com outros olhos, nunca passaríamos tanto tempo juntos, eu nunca teria a oportunidade de sentir como eu me sinto quando estou ao lado dela, único. Mas não único como se existisse apenas eu, como Sam fez eu me sentir, e sim único como se entre tantas opções, ela ainda me escolhesse. E eu também a escolheria. Sempre.

A pouco mais de uma semana atrás, eu conversei com Falcão sobre Megan, perguntei se ele achava que ela sentia algo por mim e a resposta dele foi sim, era o que eu esperava ouvir na verdade, mas não era o que eu achei que fosse ouvir. Ela nunca demonstrou, e se demonstrou, não percebi. Quer dizer, ela flertava comigo e me olhava com carinho, mas era isso? Ela me queria? Me queria como eu queria ela? Como eu a quero, na verdade. Perguntei para Falcão como ele sabia, e ele me disse que percebia a maneira que ela me olhava quando eu não estava olhando, ou como seu corpo reagia ao meu toque, coisas que eu não havia percebido.

— Tire ela daí logo. — a voz de Tory me despertou de meus devaneios.

Eu tinha tentando falar com ela, com Megan, dizer para que ela descesse de lá, mas não funcionou. Fiquei com medo de tirar ela a força, mas quando vi Kyler encarando minha garota como se ela fosse um pedaço de carne, tirei ela imediatamente dali. Peguei em suas pernas e a joguei em cima de meu ombro, ela ria e gritava para que eu parecesse de ser um chato, mas eu não a deixaria, de qualquer forma.

Coloquei ela dentro do primeiro uber que vi e segurei seus braços quando ela tentou me bater.

— Para de ser careta, Diaz. Não quero ir para a casa agora. — ela resmungou.

— Já são quase quatro da manhã, você quer sim ir para a casa.

— Gostoso e careta, o que fiz para merecer?

Soulmate • Miguel Diaz Onde histórias criam vida. Descubra agora