Capítulo 12

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Os dias passaram voando e quando olhei para o calendário novamente vi que já fazia uma mês que estava morando com meu tio. Sorri quando percebi. Afinal, eu estava sim receosa no início, mas foi algo bom para mim, eu tinha Johnny, que estava ali por mim mais do que meu próprio pai, que não me mandou mais mensagens depois daquela foto que não respondi, tinha Aisha e Tory, porque ficamos próximas nos últimos dias, e também tinha Moon, que apesar de ser mais próxima de Samantha, não me deixou de lado em momento nenhum.

Também evitei Miguel ao máximo desde o dia do festival, e nós nunca chegamos a ter aquela conversa que ele queria. E Robby, bem, não falo mais com ele desde o clube.

As coisas estão boas, não imaginei que me sentiria tão feliz assim. Não tive mais crises e nem me senti sozinha mais. Eu estava leve, apesar de sentir falta de Miguel às vezes. É fato que eu e ele não poderíamos nos considerar melhores amigos, mas ele foi o primeiro que me acolheu quando eu cheguei aqui, à um mês atrás.

Estava pensando sobre nossa discussão enquanto assistia ele treinar com Falcão, era quarta-feira e estávamos no dojô, aprendendo alguns golpes diferentes. Eu estava sentada ao lado de Tory enquanto ela falava sobre um garoto que ela conheceu, Aisha estava jogada no chão, mal conseguindo respirar de tão cansada. Quando Falcão e Miguel se cansaram, vieram em nossa direção.

— Que tal a gente ir numa lanchonete? Conheci uma irada, vocês vão adorar.

— Eu sem grana, passarinho. — comentei.

— Eu pago pra você, Meg. — Miguel quem disse.

Apenas concordei discretamente com a cabeça e puxei Tory para o vestiário. Ela trancou a porta e se virou com uma cara feia pra mim.

— Qual é, Megan, ele tentando.

— Ele quem? — perguntei enquanto vestia meu short.

— Não se faça de sonsa, pare de tratar ele assim, ele gosta de você.

— Não, não diga isso, piora tudo.

— Megan, não o afaste mais, se não for por você, faça por ele ou sei lá, por nós, seus amigos que odeiam ver vocês afastados.

— Eu falo com ele hoje, pode ser? — perguntei nervosa e sai, deixando ela sozinha.

Estávamos sentados todos juntos na mesa, exceto Miguel, que estava sentado em uma mesa afastado, mexendo no computador

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Estávamos sentados todos juntos na mesa, exceto Miguel, que estava sentado em uma mesa afastado, mexendo no computador.

— Esse lanche tão bom. — Aisha murmurou.

— Me dá um pedaço. — implorei. — Eu te dou um pedaço do meu.

— Não. — Tory impediu com que dividissemos — Leva pra ele. Vai lá Megan.

— Você vai falar com ele? — Moon perguntou surpresa.

— Meninas... — suspirei — Certo, vou indo lá.

Peguei a bandeja com o lanche e me aproximei devagar de Miguel, ele estava tão concentrado fazendo algo em seu computador que nem notou quando me sentei em sua frente, e quando notou, fechou o computar correndo.

— Meg. — ele sussurrou.

— Oi. — eu disse tímida. Céus, por que eu estava tímida?

— Oi.

— O que fazendo aí? — apontei para o seu computador.

— Você não vai querer ver.

— Vou sim, me deixa ver vai. — puxei seu computador e abri o mesmo, me deparando com uma montagem dele e de Samantha. — Ah, legal.

Quando ele viu a montagem ele fechou o sorriso e balançou a cabeça.

— Só vim trazer esse lanche pra você, eu tenho que ir, a Tory vai dormir lá em casa e... — Diaz me interrompeu.

— Não Megan, não, espera, — ele mexeu em seu computador novamente e quando virou a tela, o que eu vi me fez sorrir.

Era uma foto minha ao lado de um esboço de um desenho meu que ele estava fazendo. Olhei pra ele e novamente para a tela do computador. Balancei a cabeça desacreditada, eu ignorando o garoto e ele me desenhando. Ah, Miguel.

— A montagem que você viu, ela hm, eu fiz tem um tempo, o desenho eu comecei essa semana.

Ainda sorria olhando para ele. Miguel era incrível. Me levantei e peguei em sua mão.

— Vem.

— Para onde?

— Só vem, Diaz.

Levei Diaz para a praia, estava a noite e as estrelas iluminavam o mar, fazendo uma linda vista. Tirei meus tênis e Miguel fez o mesmo, e fomos caminhando pela areia.

— Me desculpa. — sussurrei e Miguel se virou para mim.

— Megan não precisa se desculpar, eu não devia ter cobrado nada de você.

— Eu não tentei te afastar por isso, Diaz. — falei e ele me encarou curioso. — Mas então, você me perdoa e podemos voltar a ser amiguinhos? — empurrei seu ombro e ele riu.

— Eu não fiquei bravo com você, Meg, eu não conseguiria. — ele sussurrou olhando no fundo dos meus olhos.

— Nem se eu te empurrar na areia? — perguntei me aproximando dele.

— Você não coseguria. — ele disse.

— E por que não? — sorri.

— Porque antes de você pensar em me empurrar eu já teria pensado em fazer isso.

E então ele me pegou no colo, por instinto envolvi sua cintura com minhas pernas e gritei assustada enquanto ele ria e nos girava. Olhei para ele enquanto ele com os olhos fechados e cabeça erguida para o céu, ria, uma risada tão boa que senti vontade de rir também, tropeçando em seus próprios pés. Sorri com essa imagem. Miguel era bom para mim.

Soulmate • Miguel Diaz Onde histórias criam vida. Descubra agora