Eu cobria os olhos de meu namorado enquanto entrávamos em seu quarto, no domingo depois da sua festa de aniversário e depois de seu incrível oral.
Como tinha lhe dito ontem, eu entregaria hoje seu presente de aniversário. Não era algo caro e no fundo, sinto medo de que ele não goste, mas era algo de coração. E da internet também, porque foi de lá que peguei a ideia. Sim, eu admito, não tenho uma boa criatividade, na verdade, não tenho criatividade nenhuma, muito menos para presentes.
Tirei minhas mãos de seus olhos assim que fechei a porta do quarto com o pé, parei em sua frente esperando alguma reação sua, mas tudo que ele fez foi encarar seus presentes.
Vejam bem, eu não sou a garota mais romântica do mundo e nem faço questão de ser, mas esses presentes eram sim clichês, clichês pra caralho, e me arrependi deles assim que deixei Miguel os ver.
Sobre sua cama estavam três coisas, coisas que eu mesma fiz, ou quase isso. Um pote, com algumas letras de músicas ou trechos de livro que faziam eu me lembrar dele, uma caixa enfeitada com algumas fotos nossas e com vários chocolates dentro, e por fim, mas não menos importante, uma cesta. Uma cesta com um pequeno filhote de cachorro dentro.
— Se você não gostou a gente pode jogar fora, — suspirei. — não o cachorro, as outras coisas.
— Como assim? — ele riu. — Como eu não gostaria dessas coisas?
Ele perguntou enquanto me abraçava tão forte que me tirou do chão, e eu ri. A felicidade de Diaz me deixava feliz e eu sabia que grande parte dela era por conta do filhote de Golden que agora pulava na gente. Pensei muito antes de por fim adotar esse pequeno bebê, porque na verdade, eu tinha ido até lá para adotar um cachorro para mim, mas meu tio não deixaria e eu me forcei a lembrar que não tínhamos dinheiro o suficiente para cuidar de um cachorro, não por enquanto. Então, quando vi esse lindo filhote me lembrei que uma vez Diaz tinha me dito que seu sonho era ter um cachorrinho, já que ele nunca teve nenhum, então, o adotei.
Adotei sem nem mesmo pensar se tia Carmen deixaria, mas ela não recusaria quando visse a felicidade no olhar de seu filho. Pelo menos espero que não.
Diaz pegou o pequeno cachorro no colo e sorriu para ele. Depois o colocou no chão e foi até as duas coisas que eu tinha feito para ele, com meu próprio suor huh, estava mesmo orgulhosa de mim.
— Certo, — comecei me sentando ao seu lado e pegando o cachorro no colo. — você só pode ler isso quando estiver sentindo minha falta ou pensando em mim.
— Estou pensando em você agora, — ele respondeu. — posso ler um? — concordei com a cabeça esperando ele escolher um post-it e ler em voz alta. — "Eu me apaixonei do jeito que você dorme: lentamente, e de repente."
Sorri fraco para ele e ele se jogou em cima de mim, porque, por meio desse bilhete, eu havia confessado pela primeira vez que estava apaixonada por Miguel Diaz, e pela maneira que ele me olhava, eu tinha certeza que ele sentia o mesmo.
— Vamos comer um chocolate e escolher um nome para o nosso amigão. — empurrei Diaz que estava em cima de mim e nos sentamos ao lado da caixa de chocolate, o cachorro perto de nós.
— Você vai comer os meus cholocates antes de mim. — ele fingiu estar bravo e eu apenas concordei com a cabeça, minha boca cheia de chocolate. — Obrigada, linda. Por esses presentes, principalmente pelo cachorro. E, hm, por estar apaixonada por mim.
— Você está me agradecendo por estar apaixonada por você? — eu ri e ele concordou com a cabeça.
— Quer dizer, — ele pegou mais um chocolate e em seguida uma de nossas fotos, encarando ela com um brilho nos olhos. — quando te vi pela primeira vez pensei que você nunca olharia para mim, então, ter você apaixonada por mim é meio que uma honra hein. — ele brincou e eu ri.
— Não seja assim, — dei um selinho nele. — é fácil se apaixonar por você, Diaz. E é tão bom estar apaixonada por você.
Ele riu e me puxou para seu colo, colou seus lábios nos meus e iniciamos um beijo calmo que logo foi interrompido pelo mais novo membro de nossa futura família, o cachorro.
— Então, — murmurei dando beijinhos em seu rosto. — qual será o nome do nosso filho?
— Você já assistiu Teen Wolf?
— Uma das minhas séries favoritas. — respondi animada.
Então nos viramos para o nosso cachorro e falamos juntos: — Scott.

Na segunda-feira eu saí logo do dojô e fui para o centro da cidade, sozinha, com um único motivo.
Arrumar um trabalho.
Certo, eu e meu tio poderíamos muito bem sobreviver apenas com o salário dele, mas e quando eu conseguisse tirar minha mãe do hospital? Não teríamos dinheiro o suficiente. Por isso o emprego, para juntar dinheiro e colocar no banco para quando mamãe e eu precisassemos usar.
Eu só tinha trabalhado uma vez na vida, no ano retrasado quando tinha quatorze anos, e eu fiz isso porque meu pai não estava me dando mais dinheiro e eu precisava, precisava mesmo de dinheiro para comprar bebida e maconha, felizmente, meu dinheiro agora só vai ser gasto em bebida.
Passei distribuindo currículos por todas as lojas, cafeterias, restaurantes e bibliotecas da cidade. Mas nenhum deles me aceitou de imediato, portanto teria que esperar um milagre e eles me ligarem outro dia. E eles vão. Porque estou confiante o suficiente para pensar que alguns deles gostaram de mim.
Cheguei em casa tarde da noite e encontrei meu tio sentado na mesa, com uma garrafa de cerveja na mão e digitando algo em seu computador.
— O que está aprontando, velho? — perguntei enquanto jogava minha mochila no sofá e pegava uma bebida na geladeira.
— Trocando algumas mensagens com minha ex namorada do colégio.
— Isso soa triste. — zombei. — Vocês vão se encontrar?
— Não ainda. — ele deu de ombros bebendo um gole de sua cerveja.
— Preciso da sua ajuda, Johnny. — murmurei o encarando por cima da lata de cerveja.
— Não tenho dinheiro.
— Isso está óbvio. — reclamei. — É sobre a mamãe.
E então contei a ele como havia a encontrado, onde ela está e que queria ver ela, que eu precisava ver ela.
— Então eu estava pensando se aquele seu amigo padre pode me ajudar. — dei de ombros. — Você sabe, me colocar lá dentro.
— Padres podem fazer tudo. — ele respondeu ainda digitando. — Falo com ele amanhã e te dou a resposta, qualquer coisa o ameaçamos mas farei de tudo para que você possa ver sua mãe.
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Soulmate • Miguel Diaz
FanfictionOnde Miguel não consegue esquecer Samantha ou Onde Megan está decidida a não se envolver com seu vizinho