Capítulo 52

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Eu e meu tio estávamos esperando minha mãe por fim sair de seu antigo quarto.

Não tirei o sorriso do rosto desde o momento em que meu tio assinou os papéis da saída de minha mãe, e acho que não vou tirar por um bom tempo.

Era reconfortante saber que agora teria minha mãe por perto sempre que eu precisasse, que ficaríamos juntas na nossa casa agora. Quando digo nossa casa, estou me referindo à casa de meu tio, porque é óbvio que não teremos onde ficar por um tempo, então meu tio disse que eu poderia continuar com ele e que agora mamãe poderia se juntar à nós.

Já reforcei para meu tio várias e várias vezes que não ficaríamos em sua casa para sempre, e que encontrariamos uma para nós duas o mais rápido possível, mas ele também já me reforçou várias e várias vezes que poderíamos ficar o tempo que for necessário e até mesmo já confessou que está acostumado com minha presença lá.

Sorri mais ainda quando minha mãe saiu por aquela porta, com um sorriso angelical no rosto e sua mochila nas costas. Gentil como ela é, se despediu de quase todos os funcionários e depois veio em nossa direção.

Ela se jogou em meus braços como uma criança animada e eu gargalhei, e então ela se juntou à mim e começou a gargalhar também. Ficamos fazendo isso até meu tio ser obrigado a nos afastar, dizendo que estávamos passando vergonha.

Minha mãe o cumprimentou num abraço caloroso e eu sorri ao ver os dois juntos. Me senti em casa, pela primeira vez em muito tempo.

Saímos logo daquele lugar, e fomos para a casa. Meu tio nos deixou sozinhas com a desculpa de que iria comprar um super lanche para minha mãe, já que faz exatos oito anos que ela não come um.

Deixei minha mãe analisando a casa enquanto ia colocar suas coisas em meu quarto, que é onde ela vai ficar, dormiriamos juntas na cama de casal.

— Então, — começo, me juntando a ela na sala. — lar doce lar, eu acho.

— Melhor do que aquele lugar horrível. — ela solta um fraco suspiro e se joga no sofá. — É tão bom finalmente ter saído de lá, — ela se vira para mim. — graças a você, amor.

— Ainda não consigo acreditar que papai aceitou isso. — sorrio fraco.

— Preciso falar com ele. — ela diz com os olhos fechados e eu a encaro. — Sei que está pensando que sou louca, mas tenho meus motivos para querer encontrar ele.

— Espero que sejam grandes motivos, mãe. — reviro os olhos.

— Vem aqui. — ela me puxa para seu colo. — Querida, se eu conseguir falar com seu pai, teremos dinheiro o suficiente para alugarmos uma casa ou até mesmo sair dessa cidade de merda. Confie em mim.

Ir embora daqui? Não acho que quero isso. Quer dizer, essa cidade realmente é uma merda mas tenho meus amigos aqui, os primeiros amigos que tenho em anos, tenho meu tio, que meio que se tornou um pai para mim e que faz com que eu me sinta protegida, e tenho Diaz, o meu garoto que mexe comigo e me faz eu me sentir como nunca me senti antes.

Ergui meu olhar para ela e abri a boca para lhe dizer que não queria ir embora, mas fui interrompida pela batida na porta. Me levantei rápido com medo de ser Carmen me dando uma péssima notícia sobre Diaz. Por sorte, é apenas Moon e Adam, que são dois curiosos e não conseguem esperar até o dia seguinte.

Os dois entraram correndo e sorrindo, deixaram sacolas cheias de comida em cima da mesa e foram até minha mãe, que os recebeu animada. Revirei os olhos e sorri com a cena, indo em direção as sacolas procurar algo para comer.

Era bom ter eles ali, pensei.

Era bom ter eles ali, pensei

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Soulmate • Miguel Diaz Onde histórias criam vida. Descubra agora