Capítulo 57

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"She was more like a beauty queen from a movie scene"

Acordei assim que as primeiras notas de Billie Jean do Michael Jackson começaram a tocar.

Bocejei e olhei para o lado, procurando por minha mãe. Como ela não estava mais dormindo, eu me levantei também, dessa vez, reclamando por ter sido acordada tão cedo em um domingo.

Saio do quarto e me deparo com a cena mais bonita que já vi em toda minha vida.

Minha mãe e meu tio estão dançando loucamente na cozinha enquanto preparam o café da manhã, eles estão fingindo que as colheres são microfones e cantando virados um para o outro, enquanto pulam descontroladamente.

Dou risada e os dois se viram para mim, diversão estampada no rosto. Me aproximo deles e me sento sobre a bancada da cozinha, balançando os pés no ar.

— Não parem por minha causa. — digo ainda sorrindo.

Então eles dão de ombros ao mesmo tempo e voltam à cantar, enquanto eu fico apreciando minha família se divertindo e agradecendo por, por fim, estarmos juntos.

Quando o show chega ao fim, nos sentamos juntos para tomar nosso café da manhã. Estou terminando de comer minhas panquecas quando meu tio e minha mãe param de comer e me encaram, arqueio a sobrancelha para eles e volto minha atenção para o café da manhã.

— Sem terapia de família, por favor. — reclamo com a boca cheia.

— Estamos preocupados. — minha mãe diz.

— Ela está, eu não. — meu tio desmente e eu dou risada.

— Querida, você vem guardando muita coisa para si. — minha mãe diz, ignorando o comentário de meu tio.

— Mãe, sério, tá tudo bem, tudo mais que bem. — tranquilizo. — E sabe o que pode me deixar melhor? — pergunto e ela arqueia uma sobrancelha. — Vocês cantarem mais uma música.

Os dois trocam um olhar preocupado e meu tio solta um suspiro fraco, se virando para mim novamente.

— Pirralha, o fato aqui é que você não está sozinha para enfrentar seus problemas, precisa entender isso. Estamos aqui com você, você sabe disso, pode conversar com a gente à qualquer hora.

Eu sei mesmo, sei que tenho essas duas pessoas que se importam mais comigo do que com eles mesmos e que posso confiar neles, mas não quero que eles se preocupem comigo, não precisam disso, eu sei me cuidar, vou ficar bem.

— Velhote, eu estou bem. — me viro para minha mãe. — Juro.

Minha mãe se levanta e resmunga algo que não posso compreender, então puxa meu tio para se levantar também, e eu sorrio animada porque já sei que vão cantar novamente.

Minha mãe se levanta e resmunga algo que não posso compreender, então puxa meu tio para se levantar também, e eu sorrio animada porque já sei que vão cantar novamente

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Estava sentada na bancada da cozinha enquanto assistia meu tio tentar ajudar Diaz mais uma vez.

Dessa vez, Diaz estava sendo mantido em pé por uma corda, parecendo de fato um bebê tentando aprender à andar. Eu estava analisando a cena, tentando entender como meu tio arranjou todas essas coisas de um dia para o outro.

Soulmate • Miguel Diaz Onde histórias criam vida. Descubra agora