Meu tio se aproximou correndo e Miguel ficou na porta, me encarando assustado. Johnny pegou minhas mãos que estavam tremendo e me puxou para deitar em seu colo, enquanto Miguel se aproximava devagar se sentou no chão, ao lado da cama.
— Meg, o que aconteceu? Miguel porque ela está assim?
— Eu não sei, eu tava com você sensei.
Me forcei a engolir o choro e tentar parar de tremer, enquanto meu tio acariciava meus cabelos. Era mesmo Johnny Lawrence ali?
Não queria contar para eles que tomava remédio para ansiedade à um bom tempo. Quando o médico me receitou esses remédios eu tinha onze anos e estava no hospital porque minha babá me encontrou tendo uma crise fraca e preocupada como ela era, entrou em desespero. De fato só eu e ela sabemos sobre isso, e sobre os remédios. Se o meu pai já viu algo um dia, preferiu ignorar. Ele não se importava muito com minha saúde mesmo, era minha babá quem me levava a médicos ou me ajudava quando eu tinha crises ou apenas ficava resfriada, agora, eu não tenho nem ela.
Levantei do colo de meu tio meio envergonhada e soltei um suspiro baixo. Olhei para os dois homens em minha frente e balancei a cabeça abrindo um falso sorriso.
— Precisam de mim para quê?
— Meg, — Miguel começou — o que acabou de acontecer?
— Nada, não era nada, está tudo bem.
— Megan Lawrence! Por que estava chorando? — meu tio perguntou.
— Vocês podem, por favor, esquecer isso? Pelo menos por agora?
— Claro, claro né sensei? Não vamos te pressionar nem nada. — Miguel tentou pegar em minha mão mas o afastei. Por favor, agora não, Diaz.
Meu tio percebeu o clima estranho e mudou de assunto, fingindo animação ele disse: — Querida sobrinha, sei que você não gosta muito de exercícios e nem do Kreese, mas estávamos pensando se você não podia, sabe, se apresentar no festival amanhã.
— No mesmo festival que o Robby vai se apresentar? Aliás, você contou tudo para o Miguel?
— Contei. — ele trocou um sorriso com o Diaz e eu me levantei da cama, tentando ignorar Miguel. — Como você sabe que o Robby vai se apresentar?
— Ele ligou hoje para me convidar. — olhei de relance para o Miguel, que estava com a cabeça baixa. — Não sei não, tio, o Robby não vai ficar bravo?
— Robby vai se apresentar junto com a Samantha, Meg, ele não tem que se importar. - Miguel quem falou.
Ele estava certo. E outra, não posso deixar de fazer as coisas pensando no que as outras pessoas iriam achar disso. Eu não me importo com o que pensam, ou pelo menos tento não me importar.
— Tudo bem. Mas vou fazer isso só para ver a cara de assustada da Samantha.
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Soulmate • Miguel Diaz
FanfictionOnde Miguel não consegue esquecer Samantha ou Onde Megan está decidida a não se envolver com seu vizinho