Capítulo 48

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— Não consigo entender como os nerds dominaram essa escola.— disse Yasmine se encostando no armário ao lado do meu.

— O karatê fez isso, — eu revirei os olhos. — mas não seja uma vaca, eles não te fizeram nada ainda.

— Ainda? — ela me encara assustada.

— Quer dizer, —  começo a andar e ela vem atrás de mim, já que a nossa última aula é a mesma. — pelo que sei, você foi horrível com todos eles durante um tempo, seria natural se eles quisessem se vingar.

— Eu não fui horrível com eles, — ela agora andava ao meu lado. — é meio que natural, eu sou bonita e gostosa, por isso era a popular, e como popular eu tinha que ser melhor que eles.

— Céus, você é mesmo uma vadia. — jogo a cabeça para trás e dou risada, escuto ela fazer o mesmo. — Falando sério agora, — me viro para ela. — se continuar assim ficará sozinha.

Sorri fraco para ela e entrei na sala com ela logo atrás de mim, me sentei na primeira cadeira vazia que vi, que era ao lado de Falcão.

Não falava com ele desde o dia em que o tirei da ligação, porque, eu estava magoada com ele, magoada porque ele ficou ao lado de Kreese quando tudo no mundo de meu tio estava desmoronando, ele preferiu ficar com Kreese do que, pelo menos tentar, ajudar o caro que fez ele ser quem ele é hoje.

Porque eu sei, que se não fosse meu tio, Falcão ainda seria fraco. E eu não estou o julgando, de maneira nenhuma, porque pelo que Moon me contou, Falcão sofreu muito bullying, e mesmo assim ele aguentou.

— Como ele está? — me assusto com a voz de Falcão em meu ouvido e dou um pulo na cadeira. — Meu Deus, Meg, você vai surtar.

Eu já estava surtando, isso era fato. Tudo que guardei para mim durante anos queria sair agora, porque agora eu queria chorar por tudo que não chorei, e queria me esconder de tudo, mas eu não podia, porque eu tinha de ser forte por todos ao meu redor. Tinha de ser forte pela minha mãe, meu tio e principalmente por Miguel.

— Desculpa. — murmurei. — Ele está bem, quer dizer, está bravo com tudo e todos mas acho que isso é normal.

— É, acho que é. — ele fala ainda olhando para o quadro que já está cheio de atividades de química. - Queria pedir desculpas, sabe? Por ter falado aquilo do seu tio, sei que não é culpa dele.

— Você é uma cara legal, Falcão, — sorrio para ele. — não deixe que o karatê e o Kreese estraguem isso.

— Pensei que não viria trabalhar hoje, — Adam falou assim que passei pela porta da livraria

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— Pensei que não viria trabalhar hoje, — Adam falou assim que passei pela porta da livraria. — fiquei sabendo que o garoto acordou.

—Precisava ocupar a cabeça. — falei enquanto jogava no armário minha mochila e o desenho que minha mãe tinha feito para Miguel.

Quando saí da escola fui direto visitar minha mãe, porque, bem, eu tinha prometido para ela que iria todos os dias e não fui ontem, então meio que me senti culpada. Cheguei lá e lhe expliquei o motivo de não ter ido, ela entendeu, claro, por que não entenderia? Animada por Miguel ter acordado ela me fez ficar assistindo ela desenhar meu ex namorado e, para ser sincera, não foi tão ruim, nada com minha mãe é ruim.

No desenho, Miguel usava uma roupa normal e estava deitado, abraçado ao Scott, e ele sorria, sorria lindamente. E enquanto mamãe desenhava seu sorriso, eu chorava, porque sentia falta de vê-lo todos os dias.

— Você não acha que está se esforçando muito para não surtar, gata? — Adam pergunta, se sentando ao meu lado. — É bom surtar às vezes, sabe?

— Não, não sei. — sorrio fraco para ele.

— Converse comigo, Megan. — ele entrelaçou nossos dedos e me encarou com carinho.

Pensei que sim, eu poderia conversar com ele. Poderia contar para ele tudo que estou sentindo e em como não estou sabendo lidar com isso, ele me entenderia, afinal. Mas eu não quero ele se preocupando comigo, não quero dar trabalho para ninguém. Eu posso lidar com isso sozinha, sei que posso.

— Não tenho nada para conversar, gato. — pisquei para ele, abrindo meu melhor sorriso. — Vamos lá, — me levantei. — os livros não vão se arrumar sozinhos.

Chego ao hospital mais cedo do que o normal, encontro Carmen parada em frente a porta do quarto de Diaz e sorrio para ela, ela retribui

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Chego ao hospital mais cedo do que o normal, encontro Carmen parada em frente a porta do quarto de Diaz e sorrio para ela, ela retribui.

— Como ele está? — pergunto me sentando porque estou cansada, muito. Minhas pernas doem tanto.

— Bem, estão fazendo alguns exames, estou meio preocupada.

— Não se preocupe, tia. Miguel é forte.

— Ele é. — ela se senta ao meu lado. — Ele me contou, Megan, o que fez com você.

— Não precisamos falar sobre isso agora, tia.

— Precisamos sim. — ela suspira. — Ele te machucou e você continua aqui, e isso me torna ainda mais grata. Sinto muito pelo que meu filho fez, não passo a mão na cabeça dele, ele errou sim, — sorrio para ela. — mas ele ama você, Megan.

Isso importa agora? Miguel pode até me amar, o que eu, não consigo acreditar que seja verdade, mas o amor não é o suficiente. Não há mais confiança, não consigo mais confiar em Miguel, ele quebrou meu coração. Quebrou em tantos pedaços. Certa vez, eu tinha dito que ele tinha meu coração em mãos para fazer o que quisesse, mas nunca, nem em sonho, imaginei que ele iria escolher partir ele.

— Não quero falar sobre isso. — suspirei e peguei meu celular, pronta para mandar mais uma mensagem para Tory.

Antes que pudesse mesmo mandar uma mensagem para ela o médico apareceu, pedindo para falar com Carmen, eu apenas sorri, indicando para ela ir que eu ficaria ali com Miguel.

— Oi. — eu disse quando entrei em seu quarto, ele sorriu fraco para mim.

— Oi, linda.

Linda. Certo. Soltei um riso nasalado quando ouvi o apelido e me sentei ao seu lado.

— Antes de tudo, — peguei o desenho que mamãe tinha feito dele em minha mochila. — queria te entregar isso, minha mãe quem desenhou, ela está bem feliz que você tenha acordado.

— Ela desenha tão bem, — ele sussurrou, passando os dedos pelo desenho. — agradeça ela por mim, Meg.

— Farei isso. — dei de ombros, sorrindo fraco para ele. — Como está se sentindo?

— Não sinto minhas pernas, — ele sussurrou para mim. — estou com medo, Megan.

Antes que eu pudesse dizer algo reconfortante para ele, meus olhos foram atraídos pela visão de Carmen chorando dolorido atrás do vidro.

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Soltei a playlist da fanfic do JJ, tá vindo aí pessoal! Boa noite, adoro vocês! E obrigada pelos comentários, eu me divirto mutioooo! Vocês são fodas!

Soulmate • Miguel Diaz Onde histórias criam vida. Descubra agora