Capítulo 54

3.8K 330 359
                                    

Eu, Megan Lawrence, que não sou muito acostumada à rezar, estou fazendo isso nesse exato momento. Não só eu, como também minha mãe, meu tio, e a mãe e avó de Diaz, até mesmo o próprio Diaz, que estava argumentando que isso seria desnecessário.

Acho que eu no seu lugar também pensaria o mesmo, que essa oração é desnecessária. Diaz está bravo com tudo e todos, e eu não o julgo por isso, ele perdeu a porra do movimento das pernas, isso deixaria qualquer um revoltado, até mesmo pessoas doces como Miguel Diaz.

Mas ele estar sem confiança não significa que eu também esteja, porque bem, eu estou confiante pra caralho. Tão confiante que estou segurando sua mão enquanto rezo ao seu lado, tão confiante à ponto de praticamente esquecer a discussão que tivemos na sexta e estar aqui com ele agora, lhe dando apoio.

Apoio. É disso que ele precisa nesse momento. Não de uma garota revoltada porque levou a porra de um chifre. E caso alguém tenha esquecido, a garota sou eu.

Passei o sábado todo me questionando se deveria ir ver Miguel domingo, no caso hoje. Mamãe e Moon me aconselharam à vir, e por mais que eu tenha argumentado contra elas, por fim eu concordei. Concordei porque sabia que não conseguiria dormir à noite sabendo que não vim até ele no dia de sua cirurgia, ainda mais se algo acontecesse.

Então, aqui estou eu, o encarando com um misto de pena e curiosidade enquanto ele fica encarando todos nós com tédio estampado no rosto.

— Seja mais otimista, Diaz. — sussurro para que só ele possa escutar.

— Não seja tão otimista, Lawrence. — ele se vira para mim. — Você sabe que há chances de não funcionar.

— Nunca vamos saber se não tentar. — digo, procurando um pouco de esperança em seu rosto, mas não encontro. — Vai dar tudo certo. — entrelaço nossos dedos e ele me encara curioso.

— Estou com medo. — ele confessa e antes que eu possa dizer algo para poder consolar ele, o restante do pessoal encerra a oração.

Troco um olhar com Carmen que apenas acena com a cabeça, querendo dizer que eu podia conversar com seu filho por alguns segundos enquanto ela ia até a médica.

— Pensei que fosse mais corajoso, cara. — zombo e ele ri fraco. — Preciso te pedir desculpas por como agi na sexta, fui uma escrota.

— Você estava no seu direito. — ele faz uma careta. — Sinto muito cobrar algo de ti, esqueço que não temos mais nada.

Apenas concordo com a cabeça, demonstrando que o entendo, porque às vezes eu também esqueço que não somos mais namorados.

— Bom, — sussurro. — vou deixar os outros falarem com você. Saia vivo daquela sala, Diaz, temos um encontro no final de semana que vem. — abro um sorriso e lhe dou um beijo na bochecha.

— Eu ainda amo você, Meg. — ele murmura para que apenas eu escute.

— Boa sorte, Diaz.

— Boa sorte, Diaz

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Soulmate • Miguel Diaz Onde histórias criam vida. Descubra agora