Capítulo 56

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— O que aconteceu com seu rosto? — Diaz pergunta assim que encontro ele e meu tio do lado de fora de minha casa.

É sábado e mais uma vez, vamos tentar fazer Miguel andar. Segundo meu tio, ele tem algumas cartas na manga agora.

— Ela apanhou. — meu tio responde por mim e eu faço uma careta.

— Acho que ele perguntou para mim. — me viro para Diaz. — Eu apanhei.

— Quem fez isso com você? — Miguel pergunta assustado e eu dou risada.

Ele está agindo como se eu estivesse muito machucada, mas eu não estou. Quer dizer, meu rosto ainda arde e está bem roxo, mas Tory ficou pior que eu.

— Tory, e Falcão quebrou o braço do Demetri, te conto tudo outra hora. — cruzo os braços e me aproximo de meu tio que está comandando uma churrasqueira. — Churrasco, huh?!

— Miguel. — meu tio chamou Diaz e me ignorou, fiz uma careta para ele, deixando os dois conversando enquanto mandava mensagens para Moon.

Meu tio contava para Diaz uma história sobre churrasqueiras, revirei os olhos mas comecei a prestar atenção na sua história, franzi o cenho quando vi que ele colocou fogo no cadarço do tênis de Diaz.

— Achou que me enganaria? — Diaz pergunta para meu tio, desmentindo toda a história que ele havia inventado.

— Acho que ele fez isso para você não prestar atenção. — murmurei e os dois se viraram para mim, meu tio com um sorriso no rosto.

— Prestar atenção no quê? — Diaz perguntou com curiosidade.

— Que ele ateou fogo no seu cadarço.

— O que você fez? — Miguel gritou e eu ri.

Meu tio ficou atrás de Diaz, segurando seus braços para que ele não pudesse tirar o tênis, se ele quisesse apagar o fogo, teria que se levantar.

— Você louco? — Diaz exclama.

— Depende de quem pergunta. — meu tio diz. — Vamos lá, mexa as pernas.

— Não consigo. — Miguel grita.

— Não vai funcionar, tio. — começo a me preocupar. — Apaga isso.

— Não, — meu tio diz. — vamos lá, Diaz, é só querer.

— É tudo que eu mais quero, — Diaz grita. — mas eu não consigo.

— Chega. — me aproximo de meu tio, colocando a mão em seu braço. — Solte ele.

— Não. — meu tio diz sem me encarar. — Faça seu cérebro entender que você quer que suas pernas mexam.

Esperamos por alguns segundos e quando o fogo começa a subir para a perna de Diaz eu grito, implorando para meu tio apagar, e ele o faz, porque se assusta também. Troco um olhar assustado com meu tio.

— Pensei que daria certo. — ele sussurra.

— E por que não deu? — Diaz grita e eu abaixo a cabeça, encarando o chão, porque não consigo encarar seu olhar perdido. — Meu pé pegou fogo e eu nem senti nada. — engulo em seco quando ele diz isso, tentando não chorar. — Esquece, vou ir me limpar antes que minha mãe chegue.

— Espera. — chamei e ele se virou para mim, assustado. Fechei os olhos porque nem eu sabia o que queria falar para ele, só sei que quero que ele fique. — Temos um encontro, não temos? — me aproximo dele, ignorando que meu tio ainda está lá, nos encarando com um sorriso no rosto.

— Pensei que só teríamos se a cirurgia desse certo. — ele murmura.

— Que se foda a cirurgia. — aproximo meu rosto do seu e vejo ele arrepiar. — Então, aceita sair comigo, Miguel Diaz?

Soulmate • Miguel Diaz Onde histórias criam vida. Descubra agora