Hacker

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JK's POV

- Jennie, aceite o acordo! - minha mãe altera o tom de voz entre as lágrimas.

Encaro o papel a minha frente novamente. Um contrato de união estável para quitar todos os débitos.

Tentador, eu diria. Muito tentador. O executor da cobrança está me encarando de uma maneira muito familiar, mas não consigo me lembrar de onde o conheço.

- Senhorita Kim, não temos o dia todo. - ele suspira, como se estivesse entediado.

- Vamos, Jennie. Você não tem como não assinar esse contrato, é para evitar que a gente sofra mais no futuro. - ela puxa meu braço e a campainha toca. Os dois homens de pé, atrás do homem sentado a nossa frente, se entreolham confusos.

- Vocês poderiam abrir? - suspiro e puxo o contrato para mais perto, a campainha toca com mais insistência.

- Quem poderia chegar em um momento tão trágico como esse? - minha mãe se joga na mesa com um drama exagerado.

- Quem é você? - um dos brutamontes diz.

- A dona dessa casa. - Jisoo sorri e se aproxima de mim. O homem a nossa frente fica pálido e inquieto de repente. - Hey, Jendeuk. - ela puxa uma cadeira e se senta ao meu lado, puxando o contrato das minhas mãos.

- O que você está fazendo aqui? - o tom de voz da minha mãe é ríspido.

- Aqui diz que uma das Kim tem que se casar com essa pessoa, seja lá quem é. - Jisoo diz com as sobrancelhas franzidas.

- Exatamente. - ele semicerra os olhos.

- Hey, você é viúva agora, pode se casar. - ela empurra o contrato e a caneta para minha mãe, me fazendo engasgar.

- O que? - eles dizem juntos.

- Tá escrito aqui. Eu sou a única que sabe ler? - Jisoo diz com deboche e belisco a perna dela. - Aish, babe! - ela faz beicinho.

- Não é hora para brincadeiras! - digo irritada e ela ri.

- Minha sogrinha pode se casar, não tem impedimentos legais. Ela é viúva, livre para amar algum corrupto viciado novamente.

- Jisoo!

- Desculpe, ela tem um tipo definido. - ela dá de ombros - Hey, desculpe desapontar você e seus superiores, mas essa casa já me pertence. - ela tira alguns papéis do sobretudo e joga no homem boquiaberto a nossa frente.

- O que?! - ele pega o papel rapidamente e o fotografa, enviando para alguém. Poucos minutos depois, o celular dele toca e ele sai para atender.

- Como assim esse imóvel é seu?

- Jennie vendeu para mim.

- Jennie, você fez o que? - minha mãe me puxa, me fazendo virar para ela - Por quanto?

- Por um encontro de 1 dólar, ridículo, certo? - Jisoo ri.

- Encontro de 1 dólar? - olho pra ela confusa.

- É uma referência, Jendeuk - Jisoo revira os olhos - Depois te conto a história, é uma ficção que desafiará sua própria imaginação! - ela ergue as sobrancelhas como se estivesse se divertindo com tudo isso.

- Sinto informar, mas esse contrato de venda só diz que como não há mais o imóvel, agora você terá que assinar o contrato de união estável, senhorita Jennie. - meu coração para de bater por alguns segundos.

- Oh, Seungri, eu não acho que funcione assim. - Jisoo bate a mão na mesa e o tal Seungri ergue uma das sobrancelhas para ela.

- Não foi isso que me foi passado.

- Eu não ligo para o que foi lhe passado - Jisoo se levanta - Leve os papéis para seu chefe analisar. Meu número está no fim do contrato e eu atendo somente em horário comercial. - ela sorri para ele e estende a mão para mim - Vamos, Jennie? Sua reunião acabou.

Me levanto e Jisoo me puxa para fora da casa, ficando vermelha de repente. Quando estou prestes a perguntar o que ela tem, ela começa a gargalhar.

Depois de 5 minutos, ela ainda está rindo, encostada no carro e começa a se acalmar.

- Isso foi mais fácil do que eu pensei. - Jisoo começa a secar as lágrimas.

- Do que você está falando? E que contrato é aquele? Quando eu vendi tudo para você?

- Oh, não se preocupe, aquele contrato é falso. -  ela sorri com orgulho e eu olho para ela incrédula.

- VOCÊ O QUE? JISOO! - respiro fundo, tentando me acalmar - Você disse que eles são perigosos e está pregando peças baixas e infantis?

- Você não tem fé em mim, mulher? - ela faz beicinho e me puxa para perto de si.

- O que você acha? - digo irritada e ela sorri.

- Eu acho que você fica ainda mais linda quando está nervosa, adoro essas bochechas infladas e o vinco charmoso que se forma na sua testa. - ela desliza a ponta dos dedos em minhas bochechas e começa a me encher de beijos rápidos. - Meu mandu é tão fofo! - Jisoo morde minha bochecha e dou um tapa no braço dela.

- Você quer me explicar o que você fez? - faço beicinho e envolvo os braços na cintura dela.

- Eu coloquei um QR code no contrato. Quando eles escanearem, irá direcionar para uma página repleta de vírus que vai permitir, um dos meus contatos, de hackear todo aquele telefone, além de todos os outros aparelhos que escanearem aqueles papéis.

Fico calada enquanto analiso todas essas informações. A mente de Jisoo está realmente a frente do nosso tempo, eu nunca pensaria em algo dessa magnitude.

Ela fica me observando com expectativa e eu suspiro. Não sei o que fiz de certo nessa vida ou nas passadas para merecer Kim Jisoo.

Meu estômago faz um barulho alto e minhas bochechas coram automaticamente. Mordo minha boca e reviro os olhos enquanto Jisoo está rindo de mim.

- Acho que está na hora de alimentar meu mandu. - Jisoo faz beicinho.

- Pare de me provocar! - cruzo os braços e ela me abraça com força.

- Estou tão feliz que você confie em mim e me conte tudo. - ela tira alguns fios de cabelo do meu rosto e coloca atrás da minha orelha - Que você se lembre de mim quando tem algum problema e me chame para te ajudar.

- Eu não sabia o que fazer.

- Continue pensando em mim e me chamando sempre que quiser, para problemas ou para nada, eu sempre estou livre para você. - ela me dá um beijo rápido.

- Chu, como você conhece aquele homem?

- Ele era cobrador de algumas pessoas ruins e ficou preso por algum tempo. Seungri queria que Sehun o defendesse na época e eu fui contra. - ela dá de ombros.

- E como ele saiu?

- Algo me diz que as pessoas para qual ele trabalha agora são piores e elas o soltaram. - ela diz pensativa - De qualquer modo, ele não vai voltar a te incomodar por alguns dias e é o prazo que temos para acabar com eles.









*obs - cap não revisado.

Dois a doisOnde histórias criam vida. Descubra agora