Indecisão

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KJ's POV

Jennie parece sonolenta e meus pés estão me matando. Eu odeio salto agulha, sempre me canso rápido com eles.

Assim que abro a porta, tiro as sandálias e jogo em algum canto qualquer, gemendo de alívio. Deslizo os pés no tapete felpudo e macio. Quase como o paraíso depois dessas horas de tortura.

Jennie está estranhamente calada. Talvez ela esteja arrependida do que aconteceu mais cedo? Eu deveria perguntar? Essa mulher me enlouquece, eu nunca sei o que acontece porque ela é doida!

Resolvo ignora-la e abro um jogo no celular, me sento na ponta da cama ainda vestida enquanto espero Jennie sair do banheiro. Estou quase terminando uma fase quando ela tira o celular da minha mão. Quando olho para ela, engasgo com o próprio ar. Ela está só de calcinha e sutiã e estou surpresa dela estar tão perto de mim.

- O que você está fazendo? - tento desviar o olhar para qualquer lugar que não seja ela, mas está difícil demais. O corpo dela é lindo. Ela é linda e está aqui, na minha frente, a poucos centímetros de distância. Se eu esticar a mão, a tenho, mas não posso fazer isso.

- Nada. - ela da um sorriso inocente e me levanto.

- Vou tomar banho. - olho em volta, mas ela me empurra na cama de novo, me fazendo sentar e subindo em meu colo, se sentando de frente para mim - Jennie?

- Hmmm - ela cantarola baixinho perto do meu ouvido. Respiro fundo porque consigo sentir sua respiração quente em meu pescoço, me causando arrepios por todo o corpo. - Talvez eu tenha mudado de ideia.

- Sobre? - arqueio a sobrancelha. Talvez ela esteja me testando para ver o quão sério estou encarando tudo isso. Ela poderia só me perguntar ao invés de fazer isso.

- Sobre nós. - ela sussurra baixinho antes de me beijar. Envolvo o braço em sua cintura e deslizo a outra mão em suas costas.

Sinto suas mãos puxando meu cabelo e arranhando minha nuca, fazendo eu me pressionar mais contra ela. Deslizo a mão pela lateral do seu corpo até sua coxa e aperto com força quando ela suga minha língua.

Jennie quebra o beijo e desliza a boca até meu pescoço. Jogo a cabeça para o lado lhe dando mais espaço e sinto ela deixar leves marcas, me arrancando gemidos. Meu corpo parece ter consciência própria porque quando percebo que estou prestes a abrir seu sutiã, ergo as mãos e me afasto dela.

- É melhor pararmos aqui. - digo com dificuldade, tentando focar na razão.

- Por que? - a voz dela parece surpresa. Me levanto, a deitando no colchão e fico parada de pé.

- Não quero que faça nada por impulso, mais cedo você disse que deveríamos ir devagar, então vamos devagar. Temos todo o tempo do mundo. - a encaro e ela parece pensativa.

- Eu mudei de ideia. - ela sorri e morde o lábio inferior. Oh, não.

- Você está bêbada?! - arqueio a sobrancelha tentando entender essa mudança repentina. Ela é mesmo louca.

- Você não me quer? - ela se levanta e puxa meu vestido para baixo, sinto o tecido descer por meu corpo, mas não desvio o olhar dela.

- Jennie? Você enlouqueceu? - olho para ela incrédula - Eu nunca quis tanto alguém como quero você. Chega a doer, é enlouquecedor, mas não quero e não vou te forçar a nada. Vou respeitar seu ritmo e suas vontades. - ela coloca a mão em meu queixo e aperta, sinto suas unhas em minhas bochechas e ela aproxima o rosto do meu.

- Jisoo - os olhos dela estão mais escuros, de uma maneira que nunca vi antes - Eu quero você, AGORA! - ela morde meu lábio inferior com força. - O que mais preciso dizer ou fazer para você entender isso?!

- Comece gemendo. - sorrio antes de colocar a mão em sua nuca e a puxar para um beijo ardente.

Jennie me puxa consigo até cairmos na cama, tiro seu sutiã rapidamente e deslizo as mãos em seu corpo. Sua pele parece veludo, de tão macia, delicada, além desse perfume sensacional que só ela tem, completamente inebriante.

Dou leves mordidas em seu ombro e coloco meu joelho entre suas pernas, fazendo a soltar um gemido rouco, me fazendo morder seu pescoço com mais força que o necessário. Jennie arranha minhas costas, me pressionando contra si, deslizo os dedos em sua barriga e desço a boca em direção ao seus seios quando ela me empurra abruptamente. Cambaleio para trás e olho para ela confusa, sem entender o que está acontecendo.

- Melhor pararmos. - ela diz sem olhar para mim.

- Eu fiz algo que você não gostou? - dou um passo em direção a ela e ela me encara de uma maneira que me dá calafrios. - Algo que eu fiz de errado, não sei.

- Não quero mais, só isso. - ela se levanta pegando o roupão.

- Você está falando sério? - olho para ela chocada. Eu não faço ideia do que eu fiz.

- Sim. - ela diz secamente, de costas para mim.

- Foi algo que eu fiz? Eu te machuquei? - coloco a mão em seu ombro e ela se afasta, se virando para mim.

- Eu só não quero, perdi a vontade. - ela diz e fico observando seu rosto a procura de algum indício de que é brincadeira, mas não, ela está séria. Suspiro e vou até minha mala, visto uma blusa de moletom e um short, calço tênis e coloco o fone no pescoço. - Onde você vai? - ouço a voz dela atrás de mim.

- Sair. - abro o frigobar e pego uma garrafa d'água.

- Para onde?

- Não sei, qualquer lugar, não importa. - vou andando até a porta.

- Você está irritada comigo porque eu não quis transar com você? É isso?

- Jennie, eu realmente não estou a fim de conversar agora. - respiro fundo - Tem muita coisa acontecendo na minha mente e no meu corpo, então, por favor, não torne isso mais difícil. - fecho a porta com cuidado ao sair.

Quando entro no elevador, fico surpresa ao ver Soojoo. Ela ainda está usando seu vestido de gala e o elevador sobe, ao invés de descer. Olho para os botões, conferindo que apertei o número certo.

- Você quer transar. - ela ri.

- Sim. - suspiro e esfrego as têmporas - Estou cansada, você sabe o quanto fico irritada quando interrompem esse tipo de situação.

- Oh! - ela segura o riso e reviro os olhos.

- Pode zombar, fique a vontade. - fecho os olhos esperando ela me irritar, espero alguns segundos e nada. Estou quase abrindo os olhos quando sinto os lábios conhecidos dela nos meus.

Apoio as mãos em sua cintura e aperto, a pressionando contra mim. Quando as portas do elevador se abrem, no andar que ela está, ela me puxa e a beijo novamente, esbarrando nas paredes até que chegamos ao seu quarto.

Dois a doisOnde histórias criam vida. Descubra agora