Capítulo 09- Dívidas

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I'm back! Bem, algumas pessoas ficaram confusas porque do capítulo 07 foi direto para o nove, mas não se preocupem! A ordem dos capítulos está certa, eu apenas errei no bônus e troquei o numero do capítulo, sendo que ele deveria ser o oito. Bem, aqui está o verdadeiro nove, com muito acontecendo. Espero que gostem!

Comentem, votem... E boa leitura!

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Gisele P.O.V

Apesar de todas as reclamações de Olinda, eu continuei com os meus serviços na casa nos últimos dias. Estar... Namorando Kota não muda velhos hábitos. Principalmente quando se é tão recente.

Kota me disse que iríamos partir hoje. E isso é algo que me assusta. Três dias atrás eu descobri que Kota me ama, e agora eu iria deixar tudo o que conheci

para trás, para viver algo novo, e eu não tinha a mínima ideia de como seria. Como Seis, sempre tive meu destino selado: iria trabalhar pelo resto da minha vida, e talvez, com alguma sorte, comprar um título de Cinco ou Quatro. Agora eu estava mergulhando em águas profundas.

Iria sentir falta da biblioteca. Iria sentir falta do cheiro de mofo em alguns dos livros mais antigos, da lareira ornamentada, e da poltrona reclinável. Iria sentir falta do jardim, que assumia um tom mágico quando o crepúsculo chegava, e tudo parecia um conto de fadas. Por mais que eu tentasse, eu seria ligada a essa casa para sempre.

Ao final da tarde, minha pequena mala estava repousada ao lado da porta da minha cabana. Havia feito minha cama meticulosamente, deixando meu uniforme dobrado perfeitamente em cima desta.

Dicidi aguardar na cabana. Kota estava em algum lugar com Violet dizendo tudo a ela, e achei que seria melhor deixar os dois a sós. Com meu coração traiçoeiro, várias vezes pensei em acabar tudo com Kota para não ferir Violet ou o senhor Lavinsk, e em todas essas vezes eu joguei esses pensamentos para o fundo da minha mente.

Cerca de meia hora depois, escutei passos pesados ecoando na brita, e logo corri para abrir a porta, esperando ver Kota, e me jogar em seus braços.

Mas nem sempre é o que queremos.

Assim que abri, Violet, com o rosto vermelho de raiva, me empurrou para dentro da cabana e fechou a porta atrás de si. Eu apenas a fitei com olhos arregalados, atônita.

-- Como você ousou? -- ela sibilou. Os seus olhos azuis estavam inchando, uma clara evidência de que havia chorado.

-- Violet, eu...

-- Você sempre foi perfeita. Sempre teve elegância, apesar de tudo o que enfrentou nessa casa. -- ela falava enquanto corria os olhos pelo ambiente. -- A realeza nunca te deixou, não é mesmo?

-- O quê? -- engasguei.

-- E como se não bastasse, ainda quis tudo o que eu tive. Minhas roupas, meus sapatos... E agora o meu noivo. -- ela continuou. O ódio em sua voz era quase palpável, e eu prendi a respiração para não chorar.-- pensei que não chegaria a esse ponto.

Eu me aproximei dela devagar, com as mãos levantadas, como se assim eu pudesse, de alguma forma, acalmá-la.

-- Violet, me escute. Eu nunca fui perfeita. Sempre tive você como meu modelo. E você tem tudo -- deixei meus braços caírem ao lado do meu corpo. -- Sempre teve. Eu nunca te tirei nada. E sobre Kota... E-Eu sinto muito.

-- Sente muito? -- ela riu de um jeito esganiçado. -- Você nunca sente nada.

E então, num súbito momento, ela estava em cima de mim, a suas unhas direcionadas para o meu rosto. Eu segurei seus braços, impedindo-a de avançar. Anos de trabalhos braçais na mansão me serviram bem. Eu impulsionei meu corpo para o lado, de modo que agora me encontrava em cima de Violet, prendendo seus braços junto ao chão.

-- Deveríamos ter te deixado para morrer! -- ela gritou, se debatendo.

-- Do que você está falando? -- eu agora não conseguia mais conter as lágrimas, e minha visão ficou embaçada gradativamente.

-- Me solte!

A porta da cabana foi aberta e a senhora Lavinsk, juntamente com Kota, entraram apressados. Eu imediatamente soltei Violet e me arrastei para longe dela. A senhora Lavinsk me lançou um olhar cheio de ódio e voltou sua atenção para a filha. Kota observou a cena por um segundo e veio em minha direção.

Kota me ergueu delicadamente pelo braço, e com apenas um último olhar indecifrável para Violet, me tirou dali. Sequei os olhos com as costas das mãos e tentei acalmar a minha respiração pesada.

Tudo passou como um borrão. Kota me levou para a limusine enquanto Steve colocava minha mala no porta-malas. Saímos da casa sem ao menos que pudesse me despedir de Olinda. Fui tola ao pensar que poderia ser diferente. Kota me deixou sozinha com meus pensamentos, apenas envolvendo-me com seus braços e vez ou outra afagava meus ombros.

Um pensamento fez com que eu afastasse minhas mãos do rosto e Kota me olhasse, com cenho franzido. Violet disse que a realeza nunca me deixara. E que eu deveria ter sido abandonada para morrer. O que diabos significava isso? E por que ela me queria morta?

Minha mente começou a dar voltas, e eu tinha certeza de apenas uma coisa:

Teria que voltar a casa Lavinsk mais cedo do que queria.

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