Capítulo 06- Poucas e boas verdades

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 Oi pessoal! Aqui está mais um capítulo para não deixar vocês esperando demais, haha

Confesso que eu terminei de escrevê-lo rápido, e não fiz a revisão, então me perdoem se tiver algum errinho.

Deem estrelinhas, comentem o que acharam e me digam o que vocês acham que vai acontecer nos próximos capítulos :D

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   Eu olhei mais uma vez para os dedos de Kota, que brincavam com a pulseira de platina de Violet. Ele ficou em silêncio por alguns minutos, que começaram a se tornar desconfortáveis. O sol já se escondia trás das árvores da floresta, e o céu começava a ficar escuro.

      Pigarreei.

      -- Então... -- Kota desviou o olhar do meu pulso para enfim pousar em meus olhos. -- O que queria me dizer?

       -- Gisele... -- ele hesitava, como se para escolher bem as palavras -- precisamos falar sobre nós.

      -- Nós? -- eu ri e Kota não pareceu feliz com isso -- Kota, não existe nós. Nunca existiu.

      Ele se instalou em um conflito interno, e eu esperei pacientemente. Esperava que tudo aquilo fosse algum tipo de brincadeira, e então Kota riria e eu me juntaria a ele, e concordaríamos que toda essa história é absurdamente ridícula. Um abraço de despedida e voltaríamos para nossas vidas -- Kota, no castelo, e eu, na mansão.

       -- Você não sente o mesmo? -- ele sussurrou após vários minutos.

     -- Sentir o quê? -- suspirei -- Olha, Kota, você é um cara legal e ta, bem diferente do que eu imaginava e um pouco intrigante, mas...

      Fui imterrompida pelo susto súbito que paralizou todo o meu corpo quando Kota selou seus lábios nos meus. Suas boca estava quente, e ele me abraçou, puxando-me para mais perto. Acabei sendo levada pelo momento, e enlacei o pescoço de Kota com  os meus braços. Porém, cedo demais, uma luz vermelha surgiu em minha mente piscando descontroladamente.

        O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO? , minha consciência gritou.

        Coloquei ambas as mãos no peito de Kota e o afastei.

        -- Desculpe -- disse ele, arfando.

        Senti meus olhos arderem e a minha vista ficou embaçada com as lágrimas.

        -- Como se atreve? -- gritei -- Você está noivo! Deus que me perdoe.

        -- Mas...

       -- Não -- eu o cortei -- Eu não sou a Violet! Não sei como aceitei fazer parte dessa mentira, mas eu não aguento mais! Eu não sou uma Dois que sempre teve tudo o que queria na vida. Nunca fui a bailes e o máximo que consegui chegar perto de uma festa foi para servir os convidados. Eu sou uma Seis, que lê escondida e nunca tinha saído daquela mansão até você chegar. Eu trabalho praticamente vinte e quatro horas por dia servindo àquela família, uso roupas e sapatos desconfortáveis e meu passado é uma nébula para mim. -- eu fiz uma pausa para poder recuperar o fôlego -- Mas ainda sim, apesar de tudo isso, eles são a minha família. São horriveis, mas  preocupam comigo -- meus pensamentos voaram imediatamente para o senhor Lavinsk e Olinda. -- Eu não vou deixar que estrague aquela família, e nem vou me permitir isso.

       Ele abriu a boca para falar algo, mas a fechou logo em seguida. Fez isso mais três vezes. 

       Girei em meus calcanhares e fui pisando duro de volta para o castelo, a minha cabeça fervendo de raiva. Passei pelas portas de vidro pisando duro. Pude ver de solsaio que os guardas se entreolharam, para depois um deles dizer:

       -- Está tudo bem, senhorita?

       -- Tudo ótimo -- respondi, ríspida.

    Caminhei pelos corredores do castelo tentando chegar a entrada principal, mas acabei me perdendo. Isto aqui é um labirinto! Escutei os gritos de Kota atrás de mim e suas ordens aos guardas para me deter, e eu comecei a correr. Por fim consegui encontrar a saída.

    Steve conversava animadamente com um dos guardas, e assim queme viu veio em minha direção.

       -- Gisele? Está tudo bem?

      Eu enxuguei as minhas lágrimas com as costas das mãos e assenti brevemente.

      -- Pode me levar para casa? -- funguei.

      -- Claro. O senhor Singer vem?

      -- Não.

    Ele concordou e me guiou até o banco traseiro da limusine. Assim que saímos dos limites do castelo, eu não consegui mais segurar o choro. Soluços sacudiam todo o meu corpo enquanto eu apoiava a cabeça nas mãos. Vez ou outra Steve verificava minhas condições pelas câmeras, mas ele me deixou em paz com meus pensamentos.

    Droga. Por que Kota teve que fazer isso? Ele ia se casar, e por mais que eu estivesse apaixonada por ele...

     O pensamento me atingiu como uma grande bola de neve. Eu estava apaixonada por Kota singer. O homem cujas probabilidades de me conquistar eram menores que zero roubou o meu coração. 

      Mas eu não podia fazer isso com Violet. Não é... certo.  Poderia ser tudo um fingimento mas... 

      Os meus pensamentos foram interrompidos quando Steve me chamou dizendo que havíamos chego em casa. Abri a porta da limusine o agradeci, esperando que ele não contasse esse episódio para ninguém. No meu chalé, tirei toda a produção de Olinda e o vestido de Violet. O meu cabelo caiu em cascatas nos meus ombros e eu coloquei a minha peça favorita: o vestido simples cor goiaba. Essa sou eu. Sem maquiagem, sem nada que esconda a fachada do que eu realmente sou e o que eu realmente serei por toda a minha vida: uma Seis. 

        Eu olho para a minha cama e mordo o lábio. Os livros que eu havia pegado ontem a noite para ler estavam empilhados lá, já que com Violet fora de casa, a jornada de trabalho seria menor. Mas eu não estava tão animada como hoje de manhã, então simplesmente os guardei no lugar de sempre, atrás da cabeceira da cama.

         Uma batida na porta fez com que eu pulasse de susto.

        -- Olinda, não estou muito animada para o jantar -- disse. Assim que entrei na mansão ela havia me barrado perguntando o que havia acontecido, e apenas balancei a cabeça em negativa. Ela me abraçou e disse que logo me chamaria para o jantar. 

    -- Gisele, eu... -- A voz rouca de Kota foi abafada pela porta. Meus ossos gelaram instantaneamente.

          --  O que você quer, Kota? Não quero conversar. -- tentei soar o mais fria possível.

          -- Preciso te falar uma coisa. 

         -- Agora, não -- rebati. A última coisa que eu queria era ter que enfrentar os seus olhos azuis.

        Escutei um barulho oco quando ele encostou a testa na porta de madeira.

       -- Gisele, eu te amo.

     

   

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