Capítulo 4

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~♪Hannah ~♪

Segui Alis pelos corredores brilhantes, até o quarto.

— vai usar um vestido. -disse ela.

— não vou não. -protestei.

Se eu precisasse fugir daqui, um vestido mais atrapalharia do que ajudaria.

— e o que quer vestir? Senhorita. -ela disse contendo sua impaciência.

— algo como o que estou usando. -declarei.

Ela bufou um xingamento, sumindo e logo voltando com calças e blusas, junto de poucas peças de renda.

— eu posso tomar banho sozinha, obrigada. -sorri tensa para ela.

Ela assentiu e eu adentrei o banheiro trancando a porta.

Suspirei tirando a blusa, a armadura, a adaga das minhas costas, as facas das minhas botas, e o bracelete, os pondo em cima da bancada próxima a banheira, a água estava morna e perfumada, e quando eu saí de lá estava cheirando a primavera, um cheiro que chegava a ser enjoativo, mas acho que para eles aqui não era.

Me vesti com as roupas limpas, pondo a armadura por baixo que chegava a ser como um corpete, pois apertava afinando a cintura, pus as botas e guardei todas as armas nos mesmos lugares, penteei meus cabelos ruivos e suspirei encarando-me no espelho.

— seja forte e corajosa. -sussurrei para mim mesma.

Saí de lá, vendo Alis me esperando no quarto.

— preferia o vestido. -ela torceu o nariz.

— não, está bom assim. -declarei me encarando no longo espelho do quarto.

Pus minha jaqueta e encontrei Tamlin e Lucien na sala de jantar quando Alis me devolveu para lá.

— achei que fosse por um vestido. -disse Tamlin.

— eu avisei. -disse Alis.

— eu não vim ao mundo para agradar ninguém, se eu puser botas, calças e camisas vai ser pra mim e não pra agradar macho nenhum. -falei alto e claro para quem quisesse ouvir.

— essa garota vai destruir a corte. -murmurou Lucien.

Como ele adivinhou?

— Antes que pergunte, a comida ainda é segura para que coma. — Ele apontou para a cadeira na outra ponta da mesa. Nenhum sinal das garras.

Quando não me movi, o feérico disse, rispidamente — O que quer, então?

Não respondi, apenas sentei a mesa e o encarei como um desafio.

Lucien falou do seu assento.

— Eu avisei, Tamlin. — Ele olhou para o amigo. — Suas habilidades com fêmeas definitivamente enferrujaram nas últimas décadas.

Tamlin. Ele fulminou Lucien com o olhar, movendo-se no assento. Tentei não enrijecer o corpo diante do que ele pode fazer com sua magia.

Minha boca secou enquanto eu avaliava seus estranhos rostos mascarados, sobrenaturais, primitivos e imponentes. Como deuses imóveis ou cortesãos ferais.

— Bem — disse Lucien, o olho avermelhado que lhe restava fixo em mim —, você não parece tão ruim agora. Um alívio, imagino, pois deve morar conosco.
Embora calças e botas, não sejam tão bonitos quanto um vestido.

Lobos prontos para atacar , era isso que eram, exatamente como o amigo.

Eu rosnei o encarando.

— Eu preferiria não usar aquele vestido. -declarei.

Corte de Sonhos e EstrelasOnde histórias criam vida. Descubra agora