Capítulo 30

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~♪Hannah ~♪

Eu sabia no que aquilo acabaria e meu olhar sob as rainhas poderia matar qualquer um queimado ou asfixiado.

— Saudações — falou Rhys, permanecendo imóvel conforme os guardas de rosto impassível das rainhas nos observavam, observavam o cômodo. Enquanto as rainhas nos avaliavam.

A sala de estar era enorme o bastante para que um aceno de cabeça da rainha dourada levasse os guardas a se afastar para se posicionarem às paredes, às portas. Minhas amigas, silenciosas diante da janela da sacada, se moveram para o lado para abrir espaço.

Rhys deu um passo adiante. Todas as rainhas inspiraram, como se estivessem se preparando. Os guardas, casualmente, talvez tolamente, levaram uma das mãos ao cabo das espadas longas, tão grandes e ruidosas em comparação às armas illyrianas.

Como se tivessem chance... contra qualquer um de nós. Inclusive eu, percebi, um pouco surpresa, ninguém podia contra mim e isso não é fato.

Mas eram Cassian e Azriel que fariam o papel de meros guardas aquele dia.
distrações.

Mas Rhys fez uma reverência com a cabeça, levemente, e disse às rainhas reunidas.

— Somos gratos por terem aceitado nosso convite. — Ele ergueu uma sobrancelha.
— Onde está a sexta?.

A rainha idosa, com o vestido azul pesado e exuberante, apenas respondeu.

— Ela não está bem e não pôde fazer a viagem. — A rainha me observou. — Você é a emissária.
Minhas costas enrijeceram. Sob seu escrutínio, minha coroa parecia uma piada, uma quinquilharia, mas...

— Sim — respondi. — Sou Hannah.

Um olhar súbito para Rhysand.

— E você é o Grão-Senhor que nos escreveu uma carta tão interessante depois que as primeiras foram ignoradas.
Não ousei olhar para ele.

Rhys tinha mandado muitas cartas por minhas amigas àquela altura.

Você não perguntou o que havia dentro delas. disse ele, com a mente ligada a minha, gargalhadas dançando pelo laço.

Eu tinha deixado os escudos mentais abaixados... só para o caso de precisarmos nos comunicar silenciosamente.

— Eu sou — disse Rhysand, com um ínfimo aceno. — E esta é minha prima, Morrigan.

Mor caminhou até nós, o vestido carmesim fluía com um vento fantasma. A rainha dourada a olhou de cima a baixo, a cada passo de Mor, cada fôlego. Uma ameaça: por beleza e poder e domínio. Mor fez uma reverência ao meu lado.

— Faz muito tempo desde que conheço uma rainha mortal.
A rainha vestida em preto levou a mão branca como a lua à altura do ventre.
— Morrigan... a Morrigan da Guerra.

Todos pararam, como se sentissem surpresa. E um pouco de espanto e medo. Menos eu, sabia o caso que Mor havia tido com uma das rainhas.

Mor fez outra reverência.

— Por favor... sentem-se. — Ela indicou as cadeiras que tínhamos disposto a uma distância confortável umas das outras, todas bem separadas para que os guardas pudessem se colocar ao lado das rainhas, caso achassem necessário.

Quase ao mesmo tempo, as rainhas se sentaram. Os guardas, no entanto, permaneceram nos postos em volta da sala.

A rainha de cabelos dourados abaixou a volumosa saia e disse.

— Presumo que estas sejam nossas anfitriãs. — Um olhar abrupto para minhas amigas.

Alana tinha enrijecido as costas, mas Pietra fez uma reverência desajeitada, corando rosa-choque, já Alice encarava elas como inimigos em um campo de batalha, e Cassian acompanhava minha amiga com o mesmo olhar, pronto para dar sua espada a ela para ela decepar a cabeça de alguma rainha.

Corte de Sonhos e EstrelasOnde histórias criam vida. Descubra agora