Capítulo 68

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Hannah

Absoluto silêncio. Silêncio absoluto.

Senti o tremor de magia escorregar pelo quarto quando escudo após escudo foi selado em torno de cada GrãoSenhor e suas comitivas.

O que Rhysand já tinha estalado ao nosso redor, agora reforçando... A raiva atou em sua essência. Ira e raiva. Mesmo que o rosto do meu parceiro estivesse entediado -preguiçoso.

Eu tentei transmitir pelo meu a cautela fria com que Alice olhou para ele, ou o vago desagrado em Mor.

Eu tentei - e falhei completamente. Tentei novamente, me negando a ouvir os meus gritos da Primaveril, os gritos que ecoavam todas as noites.

Eu conhecia seu humor, seu temperamento.

Aqui estava o GrãoSenhor que tinha rasgado os naga em fitas sangrentas; Aqui estava o GrãoSenhor que foi derrubado e enganado por uma humana.

Tudo isso, brilhando naqueles olhos verdes enquanto eles se fixavam em mim, em Rhys. Os dentes de Tamlin eram brancos como ossos de galinha e sorriam amplamente.

Thesan levantou-se, seu capitão permanecendo sentado a seu lado - embora com uma mão em sua espada.

— Não o esperávamos, Tamlin.

Thesan gesticulou com uma mão esguia em direção a seus atendentes encolhidos.

— Traga ao GrãoSenhor uma cadeira.

Tamlin não tirou seu olhar de mim. De nós.

Seu sorriso tornou-se subjugado - mas de algum modo mais irritante. Mais cruel.

Ele usava sua túnica verde habitual - nenhuma coroa, nenhum adorno. Nenhum sinal de outro coldrie para substituir o que eu tinha roubado.

— Admitirei, Tamlin, que estou surpreso ao vê-lo aqui.

Tamlin não alterou seu foco de mim. De cada respiração que eu tomei.

— Rumores afirmam que sua fidelidade agora está em outro lugar.

O olhar de Tamlin deslocou-se, mas para baixo. Para o anel no meu dedo. À tatuagem que adorna minha mão direita, que fluia como uma luva brilhante, sob o azul pálido de meu vestido. Então subiu - direito à coroa que eu escolhi para mim.

Eu sabia o que fazer com o meu corpo, com a minha respiração, com as minhas palavras, estou calma.

Uma batida no escudo.

Estou bem.

Lancei para Rhysand.

Não mais máscaras, não mais mentiras e decepções. A verdade, agora esparramada aberta e sem truques diante dele.

O que eu tinha feito na minha raiva, as mentiras que eu tinha lhe alimentado. As pessoas e as terras que eu colocara vulneráveis a Hybern. E agora que eu tinha voltado para minha família, meu parceiro...

Minha raiva derretida tinha esfriado em algo afiado e frágil.

Os assistentes puxaram uma cadeira, colocando-a entre um dos filhos de Beron e a comitiva de Helion.

Nenhum dos dois parecia excitados, embora eles não fossem estúpidos o suficiente para recuar fisicamente enquanto Tamlin se sentava.
Ele não disse nada. Nenhuma palavra.

Helion acenou com uma mão cheia de cicatrizes.

— Vamos continuar com isso, então.

Thesan limpou a garganta. Ninguém olhou para ele.

Corte de Sonhos e EstrelasOnde histórias criam vida. Descubra agora