Capítulo 66

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~♪Hannah ~♪

Estávamos na biblioteca, eu e Alice, tentando achar alguma coisa que nos servisse.

Eu suspirei, cansaço me invadindo, a gravidez estava me deixando mais cá e mais sonolenta.

Ninguém suspeitava de nada, eu já era boa, incrível demais em fingir e ser atriz em muitas coisas, Rhysand fingia muito bem mesmo às vezes dando alguns deslizes, mas que eu facilmente encobria sem deixar rastros.

— Estamos aqui faz horas. -Alice me encarou, deslisando os dedos nas prateleiras.

— Eu sei. —suspirei— eu sei, também estou cansada...

As palavras pararam.

Eu senti isso no mesmo momento que ela.

A ondulação e o tremor. Como... Como se algum pedaço do mundo tivesse se movido, como se tivesse arrancado algum cordão desconhecido.

Nós nos viramos para o caminho iluminado que acabávamos de atravessar nas pilhas, então para o escuro adiante, infinito.

As luzes feéricas ao longo do teto começaram a falhar e morrer. Uma por uma.
Mais perto e mais perto de nós.
Eu só tinha uma faca illyriana ao meu lado.

— O que é isso? - sussurrou Alice.

— Corra. -foi tudo que eu disse.

Eu só pensava em duas coisas, o meu filho e a minha irmã.

Eu não lhe dei a chance de contestar quando a agarrei pelo cotovelo e corri para as pilhas à frente.

Luzes feéricas piscando para vida quando passávamos apenas para ser devorada pela escuridão surgindo atrás de nós. Lenta, minha irmã estava tão malditamente lenta com seu vestido, sua falta geral de exercício, ela relaxou demais neles, sem controle do corpo imortal..

Rhys!

Nada.

Se as barreiras ao redor da prisão eram grossas o suficiente para manter a comunicação fora... Talvez o mesmo seja aplicado aqui. Uma parede se aproximou , com um corredor diante dela. Uma segunda inclinação, a esquerda que subia, a direita que mergulha para baixo...

A escuridão escorregou de cima. Mas essa tinta obscura era mais profunda... fresca e aberta.
Eu fui para a direita.

— Mais rápido. -eu disse a ela.

Se pudéssemos levar quem quer que fosse mais profundo, talvez pudéssemos, ir direto ao poço. Eu poderia atravessar...

— Merda de vestido, inferno. -ela xingou.

Atravessar. Eu poderia atravessar agora.
Agarrei o braço de Alice.

À medida que a escuridão atrás de nós parou, dois Grão -Feéricos saíram dela.

Ambos machos. Um de cabelos escuros, outro de cabelos claros. Ambos em casacos cinza bordados com fio de osso branco.
Eu sabia de onde era o brasão no ombro superior direito. Conhecia seus olhos mortos.

Oh merda.

Hybern. Hybern estava aqui...
Eu não me movi rápido o suficiente quando um deles soprou para nós. Enquanto aquela poeira de faebane azul pulverizava meus olhos, minha boca, e minha mágica desapareceu.

O suspiro de Alice me disse que sentia algo semelhante.

Mas foi na minha irmã que os dois se concentraram enquanto eu cambaleava para trás, lágrimas escorrendo pela poeira em meus olhos, cuspindo para fora o faebane. Eu agarrei seu braço, tentando atravessar. Nada.
Atrás deles, uma sacerdotisa encapuzada caiu no chão.

Corte de Sonhos e EstrelasOnde histórias criam vida. Descubra agora