Capítulo 12

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~♪Hannah  ~♪

Os sons de uma multidão gritando. Foi o que mais ouvi. reverberavam pela passagem. Minha escolta armada não se incomodou com armas empunhadas conforme me empurrava para a frente. Eu nem mesmo estava acorrentada. Alguém ou algo poderia me pegar antes que eu me movesse 10 metros, e me estripar onde eu estava.

Eu inspirava e respirava, pronta para usar tudo de mim ali.

A cacofonia de risos, gritos e urros sobrenaturais piorou quando o salão se abriu para o que só podia ser uma imensa arena. Não houve tentativas de decorar a caverna iluminada por tochas,  e eu não sabia dizer se ela fora escavada na rocha ou formada naturalmente. O piso estava escorregadio e enlameado, e tive dificuldades em me manter de pé conforme caminhávamos. Mas não baixei a cabeça.

Mas foi a multidão imensa e revoltada que revirou meu estômago enquanto me encarava. Eu não conseguia decifrar o que estavam gritando, mas tinha uma ideia. Os rostos cruéis e etéreos e os sorrisos largos me diziam tudo o que eu precisava saber. Não havia apenas feéricos inferiores, mas Grão-Feéricos também, e a agitação deixava seus rostos quase tão ferozes quanto os irmãos mais sobrenaturais.

Fui empurrada até uma plataforma de madeira erguida acima da multidão.

No alto estavam Amarantha e Tamlin, e diante dela...
Mative o queixo erguido quando vi o labirinto exposto de túneis e trincheiras que percorria o chão. A multidão, enfileirada ao longo das margens, bloqueava minha visão do interior, quando fui atirada, eles queriam que eu caísse de joelhos diante da plataforma de Amarantha.  Mas eu não o fiz, fiquei de pé, a encarando como a pior das feras.

Fiquei de pé, tão firme quanto uma rocha, envolta da plataforma havia um grupo de seis machos feéricos, destacados da multidão principal. Pelos rostos frios e lindos, pelo eco de poder que ainda emanava dos seis, sabia que eram os outros Grão-Senhores de Prythian.

Ignorei Rhysand assim que reparei no sorriso felino e na auréola de escuridão à sua volta. Não queria uma distração agora, não queria.

Amarantha só precisou erguer a mão para a multidão vociferante se calar.

O ambiente ficou tão silencioso que eu quase conseguia ouvir meu coração batendo.

— Então, Hannah — disse a rainha feérica.

Tentei não olhar para a mão que ela apoiava no joelho de Tamlin, para incrementar minha atuação de "amor" ao grão-senhor, aquele anel tão vulgar quanto o próprio gesto.

— Sua primeira tarefa está aqui. Vejamos quão profunda é sua afeição humana.

Trinquei os dentes exibi os exibi em um rosnado para Amarantha. O rosto de Tamlin permaneceu inexpressivo.

— Tomei a liberdade de descobrir algumas coisas a seu respeito — cantarolou Amarantha. — É justo, você sabe.

Cada instinto, cada pedaço de mim que era intrinsecamente humano gritou para que eu corresse, mas mantive os pés plantados, erguendo mais ainda minha cabeça demonstrando o que eu não teria dela e nem do verme, medo.

— Acho que vai gostar desta tarefa — disse Amarantha.

Ela gesticulou com a mão, e o Attor deu um passo adiante para separar a multidão, abrindo caminho até a borda de uma trincheira.

— Vá em frente. Olhe.

Obedeci. As trincheiras, provavelmente com 6 metros de profundidade, estavam escorregadias com lama, na verdade, pareciam ter sido escavadas na lama. Lutei para manter o equilíbrio quando olhei mais para dentro. As trincheiras formavam um labirinto por todo o chão da câmara, e o caminho fazia pouco sentido. Estava cheio de poços e buracos, os quais sem dúvida davam para túneis subterrâneos e...

Corte de Sonhos e EstrelasOnde histórias criam vida. Descubra agora