☆Rhysand☆
A humana me encarou por longos segundos parecendo em choque, e eu aproveitei seus segundos de distração para observá-la melhor.
Uma pequena fêmea humana, de cabelos ruivos laranjas que ficavam belíssimos em contraste com o fogo da fogueira, como se ela tivesse nascido das chamas.
Passei para os seus olhos, belos olhos âmbar que pareciam piscinas de ouro maciço, sua pele clara e sardas quase invisíveis em suas maçãs do rosto.
Por si só, era a fêmea mais bela que eu já vira.
Ela pareceu voltar a sua realidade e eu tomei a iniciativa de falar.
— O que uma mulher mortal faz aqui, na Noite da Fogueira? — A minha voz saiu como um ronronado acariciando os ossos e todo o corpo da humana que estremeceu.
Ela deu um passo a frente emanando coragem bruta.
— Minhas amigas me trouxeram. -ela disse com confiança.
O rufar dos tambores estava se intensificando, chegando a um clímax que eu não entendia.
Fazia tanto tempo desde que vira um rosto humano, e ela parecia me analisar de cima a baixo, e eu estava curiosíssimo para saber o que ela tanto pensava, se não fosse pelos escudos que estranhamente a humana portava em sua mente, um muro impenetrável de chamas.
— E quem são suas amigas? — Eu sorria para ela, como um predador avaliando a presa.
— Duas moças —disse ela.
— Os nomes delas? — Eu dei mais um passo, enfiando as mãos nos bolsos.
Ela não recuou um passo sequer me deixando surpreso apesar de eu não demonstrar isso em minha face.
Quando achei que ela não responderia ela fez o contrário, me respondendo.
— obrigada, apesar de eu ter dado uma boa surra em dois deles. -ela disse.
— De nada — falei com certo deboche. — Por ter salvado você.
Sorri com o mais puro divertimento ao ver a fêmea um tanto irritada.
E ela deu mais um passo a frente, ficando um palmo de distância de mim, corajosa, uma coisinha muito corajosa.
— É estranho que uma mortal seja amiga de duas feéricas — ponderei e comecei a circundar. Deixando gavinhas da noite estrelada formaram um rastro atrás de mim. — Humanos não costumam morrer de medo de nós? E você não deveria, aliás, ficar do seu lado da muralha?. -perguntei.
Ela não demonstrava um pingo de medo em minha presença e isso me deixava mais curioso em relação a ela.
— Eu as conheço minha vida inteira. Jamais tive nada a temer delas. -falou.
Eu parei de circundar para a avaliar. Eu agora estava entre ela e a fogueira... e sua rota de fuga.
— No entanto, trouxeram você para o Grande Rito e a abandonaram. -sorri fechado.
— Elas foram buscar bebidas — falou e meu sorriso se ampliou.
Eu sorri para ela por mais um segundo. Eu jamais vira alguém tão linda, e nunca sentira tanto alarmes de aviso na cabeça por causa disso.
— Creio que ainda falta muito tempo para a hora das bebidas — eu disse, me aproximando mais. — Pode levar um tempo para que elas voltem. Posso acompanhá-la para algum lugar enquanto isso? — Eu tirei a mão do bolso para oferecer o braço.
Ela encarou meu braço por longos segundos como se pensasse se aceitava ou não, e para minha surpresa novamente, ela aceitou.
Caminhei com ela, distante das fogueiras e de qualquer olhar assassino e malicioso sob a pequena humana, algo me corroía por dentro em pensar em mais algum macho a tocando contra sua vontade como a encontrei agora a pouco.
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Corte de Sonhos e Estrelas
FantasyE se a história de Rhysand fosse diferente?? e se não fosse Feyre? fosse outra pessoa... e se fosse uma humana de outro mundo? uma fã sua? e se ela fosse uma garota brasileira, maluca pela saga?. Hannah, uma patinadora exemplar, uma artista de mãos...